Abril Verde: Nachi Brasil aposta em orientação, treinamento e tecnologia contra acidentes de trabalho
Planta de Mogi das Cruzes da fabricante de rolamentos e robôs está há quase dois mil dias sem acidentes.
Equipamentos da linha de produção contam com sensores para evitar acidentes | Divulgação
Reportagem de: Especial AGFE
Em 7 de agosto deste ano, a Nachi Brasil deve atingir uma meta muito importante: dois mil dias de trabalho sem acidentes. O resultado é reflexo de uma rotina diária de orientação e treinamento de colaboradores, sinalização da planta, atendimento às leis do trabalho e o uso da tecnologia.
O mês de abril ganhou a cor verde para relembrar as vítimas de acidentes de trabalho. A melhor forma de conscientizar sobre essa data é reforçar a importância de construir um ambiente seguro.
“A gente conversa com os colaboradores, por exemplo, para não trabalharem cansados. Para estarem atentos ao que está acontecendo, relatar se o equipamento não está funcionando corretamente. O comportamento seguro é a parte fundamental da segurança do trabalho. Hoje a legislação obriga que você garanta ao funcionário, ainda na integração, que se ele não se sentir apto ou seguro a desenvolver uma atividade, ele pode se negar”, explica Carlos Fonseca Sampaio, técnico em Segurança do Trabalho da Nachi.
Os funcionários também são apresentados à filosofia japonesa dos 5 S de administração:
- Seiri – senso de utilização
- Seiton – senso de ordenação
- Seiso – senso de limpeza
- Seiketsu – senso de padronização
- Shitsuke – senso de disciplina
PGR
O Programa de Gerenciamento de Risco (PGR) verifica os possíveis riscos e as alternativas para lidar com determinadas situações. Carlos Sampaio usa como exemplo desse método o surgimento de um ruído na área de produção. A situação é analisada quanto ao atendimento à norma. Caso esteja acima do permitido e não haja uma alternativa para reduzir, por meio do Plano de Ação, é decidido se será utilizado um Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) ou Equipamento de Proteção Individual (EPI), a fim de que o ruído não cause danos aos trabalhadores.
A Nachi trabalha também na análise e orientação a partir de um quase acidente. Katelyn Kate Silva dos Santos, auxiliar de segurança do trabalho da Nachi, explica que esses são casos em que não há uma vítima, tampouco uma possível lesão.
“Essa é uma ferramenta bastante utilizada para que, futuramente, se traduza em mais um protocolo de segurança dentro da Análise Preliminar de Risco, que envolve o atestado de saúde ocupacional e outros protocolos de acordo com a atividade que será desenvolvida”, detalha Katelyn.
Cipaa
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (Cipaa) é eleita anualmente na Nachi. Começa com a eleição dos cinco colaboradores e, depois, a empresa indica outros cinco integrantes da diretoria para compor os 10 membros da comissão.
O passo seguinte é o treinamento dos cipeiros de acordo com a NR-5 da portaria 32-14.
“Esses funcionários da CIPAA depois fazem inspeção, verificando se os demais colaboradores estão usando os equipamentos de segurança indicados e de maneira correta, tendo atitudes e mantendo as condições voltadas à segurança. Caso verifiquem que alguém esteja descumprindo algum protocolo os cipeiros registram a ocorrência no relatório de inspeção, o qual será base para outras ações, inclusive o reforço sobre as orientações básicas de segurança e outros treinamentos. O tema de prevenção de acidentes depende da ação conjunta da empresa e de cada colaborador, portanto, em casos em que algumas pessoas simplesmente boicotam ou desrespeitam essas normas, são convidadas a se desligar uma vez que estão colocando em risco não somente suas próprias vidas, mas também de outras pessoas na empresa, explica o técnico de segurança do trabalho da Nachi.
Todo o ano, no mês de agosto, é realizada a Semana Interna de Prevenção de Acidente (Sipat), em que são revistas e reforçadas todas essas normas.
“A fábrica é sinalizada com placas que relembram as regras que devem ser seguidas, como não andar mexendo no celular, o calçado correto, o protocolo de produção. Tudo isso é passado durante a integração e revisado sempre. Então a gente trabalha sempre a atitude, porque a maior parte dos erros é humana”, detalha.
O cuidado passa também pela ergonomia, com a troca de equipamentos para computadores, cadeiras de escritórios e os assentos da produção. Nesse setor, há casos em que as pessoas ficam semi-sentadas, então existe uma estrutura de apoio para ele, regulamentado de acordo com as normas.
Tecnologia
O processo de automação reduziu em grande parte os riscos de acidentes de trabalho na indústria, mas eles ainda existem, mesmo que em menor grau. O forno que tempera os anéis de aço dos rolamentos a mais de 800 graus na Nachi não tem operação humana no seu perímetro. Mas na linha de produção há máquinas que podem causar acidentes. A fim de evitar essa situação, a tecnologia é uma aliada. Em diversas máquinas, há sensores que detectam a aproximação humana e, na hora, o equipamento para de operar.
“Imagine que um funcionário se esqueça de desligar o aparelho e abre a porta dele. Nesse exato momento ele para de funcionar. Em outras situações, a gente usa uma espécie de régua também com sensores de só de a pessoa chegar perto, ela para”, detalha Carlos.
A planta de Mogi das Cruzes da Nachi conta com diversos botões de emergência instalados em todos os ambientes. Para que, em caso de alguma ocorrência, um funcionário acione o alarme com maior rapidez.
“A partir do acionamento do botão, a brigada de incêndio se reúne em um ponto específico em que um visor vai mostrar qual é o lugar da emergência. Os funcionários já são treinados para se deslocarem ate o ponto de encontro conforme orientação dos brigadistas, enquanto a brigada atua de acordo com os protocolos preestabelecidos.
O cumprimento de todos esses protocolos, seja pela atenção da equipe de Segurança do Trabalho ou pelo pelos colaboradores, levaram a Nachi a completar 1.901 dias sem acidentes, nesta quarta-feira (30).
Para conhecer mais sobre a Nachi é só acessar o site da empresa.