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Artigo: Formação superior: muito além das “hards skills”

Os desafios das universidades para formar profissionais aptos para acompanharem o acelerado processo de transformação tecnológica.

30 de abril de 2024

UMA implantou nos cursos, em 2021, habilidades emocionais e técnicas | Depto de Comunicação e Marketing da UMC

Reportagem de: Especial AGFE

São muitos os questionamentos sobre o futuro do mercado de trabalho diante dos frequentes avanços tecnológicos, com destaque aqui para a Inteligência Artificial. Em muito se fala de profissões que podem desaparecer, levando em consideração somente a parte técnica e teórica desses campos, mas se esquecem da importância das universidades na formação de cidadãos críticos e reflexivos. Segundo alguns autores, além de formar cidadãos críticos e reflexivos, a educação escolar deve fornecer ferramentas para que alunos e alunas sejam capazes de interpretar o mundo que os rodeia, resolver problemas que lhe serão apresentados e, principalmente, utilizar a seu favor o grande benefício gerado pelo desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).

No que se refere ao Ensino Superior, um dos principais desafios é o de desenvolver as habilidades e aptidões que preparem os estudantes para exercerem as profissões do futuro. Esse profissional do futuro deve possuir características, ou melhor, habilidades, que serão essenciais para o pleno desenvolvimento da carreira escolhida, que vão muito além da teoria. Essas características devem abranger as habilidades conhecidas como “Soft Skills” (habilidades comportamentais) e “Hard Skills” (habilidades técnicas).

As soft skills são habilidades sociocomportamentais do profissional e estão associadas às suas habilidades mentais e a capacidade de lidar com emoções. Já, as hard skills são habilidades que podem ser aprendidas e facilmente quantificadas. Trata-se do conhecimento que aprendemos na sala de aula, em cursos, treinamentos técnicos, etc.

E são justamente as soft skills, o que a IA ainda não pode dominar, que contam muito em qualquer carreira. Relações interpessoais, capacidade de analisar e lidar com emoções, etc, resumindo: é o que nos torna humanos que garantirá o sucesso profissional em praticamente todas as áreas de atuação.

Segundo dados da Source – Carnegie Foundation & Stanford University (2014), 85% do sucesso de uma pessoa no trabalho é um produto de habilidades interpessoais (Soft Skills) e apenas 15% é o resultado de conhecimento técnico (Hard Skills).

Um questionamento de grande importância seria saber se as Universidades de hoje estão preparando os estudantes para exercerem as profissões do futuro, ou seja, será que a formação atual não está priorizando apenas os conhecimentos técnicos? O modelo de ensino que já vem sendo utilizado durante décadas não mais é adequado para os dias hoje e muito menos para o futuro próximo. Precisamos urgentemente descontruir esse modelo e assim apontar para o futuro! Para atender a demanda do mercado profissional e sempre pensando no estudante como foco principal do processo de ensino–aprendizagem, a Universidade de Mogi das Cruzes reformulou em 2021 toda sua grade e estruturou uma nova forma de ensinar e aprender. Essa reestruturação tem como algumas das principais vantagens: a priorização da formação crítica e global do estudante; a apresentação dos conteúdos utilizando o desenvolvimento de atividades que possibilitem a resolução de problemas associados a formação específica de cada carreira; propiciar ao aluno a participação em Atividades de Extensão que tenham impacto direto na comunidade onde reside; associar teoria e prática de uma forma que seja perceptível ao aluno e integração das aulas presenciais e digitais com um só objetivo.

Como o processo, implantado em 2021 pela UMC, já possui as primeiras turmas concluindo seu curso, é visível a eficiência do modelo, que está sempre em evolução. Estamos aprendendo com o novo, sempre colocando o aluno como protagonista deste processo. Também não renunciamos a uma alta presencialidade em nossos cursos presenciais, sabemos e sempre acreditamos que a vivência no campus universitário é essencial para o aluno. Nosso baixíssimo índice de evasão frente ao mercado comprova isso.

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