8 dicas para combater preconceitos desde a infância
Em um mundo no qual a intolerância ainda persiste contra gênero, raça, religião e orientação sexual, é essencial refletirmos sobre como preparar nossas crianças para se desenvolverem em uma sociedade mais justa e igualitária. O Dr. Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria, levanta uma reflexão sobre como garantir que nossos filhos cresçam em […]
Reportagem de: Edicase Conteúdo
Em um mundo no qual a intolerância ainda persiste contra gênero, raça, religião e orientação sexual, é essencial refletirmos sobre como preparar nossas crianças para se desenvolverem em uma sociedade mais justa e igualitária.
O Dr. Paulo Telles, pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria, levanta uma reflexão sobre como garantir que nossos filhos cresçam em uma sociedade mais justa e igualitária, citando a inspiradora frase de Nelson Mandela: “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor da sua pele, por sua origem ou religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.
Educando para combater a discriminação
Não existe receita pronta quando se trata da criação de filhos, mas cabe aos pais conversarem, discutirem e até mudarem a postura para dar exemplos positivos aos pequenos. O primeiro passo, segundo o pediatra, está em reconhecer que existe o problema.
“Muitas vezes, noto que o problema ainda não está escancarado. Ainda ouço que se trata de ‘mimimi’, quando, na verdade, estamos falando de um crime! Reconhecer a falha é essencial para que a sociedade se organize e tenha condições de achar soluções. Todos precisam deixar de lado os preconceitos para que possamos evoluir”, esclarece o Dr. Paulo Telles.
Ensinando tolerância desde sempre
Com as crianças, o assunto não precisa ser abordado de forma sisuda. Mesmo nas mais tenras idades, elas são capazes de compreender, e o pediatra sugere explicar conceitos de racismo, xingamento, injúria e estereótipos de forma lúdica. “Também temos que dar o exemplo e colocar os conceitos na primeira infância, no núcleo familiar e dentro das escolas”, afirma.
Estamos inseridos em uma sociedade que se estruturou a partir de ideias preconceituosas, com atitudes de discriminação e relações que se consolidaram a partir da ideia de superioridade de um grupo sobre o outro. Mudar isso é fundamental e começa com a convivência com a diversidade, também passando pelas histórias que contamos aos nossos filhos.
Infância livre de discriminação
O médico Dr. Paulo Telles cita algumas maneiras preconizadas pela UNICEF para contribuir para uma infância livre de discriminação. Confira!
1. Eduque as crianças para o respeito ao que é diferente
A diferença está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos costumes entre amigos e pessoas de variadas culturas, raças e etnias. Esta, por sua vez, enriquece nosso conhecimento.
2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões
Podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se se isso acontecer!
3. Não classifique nunca o outro pela cor de pele
O essencial você ainda não viu. Lembre-se de que racismo é crime.
4. Se seu filho foi discriminado, abrace-o, apoie-o
Mostre que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança deve crescer sem ser discriminada.
5. Denuncie!
A discriminação se trata de uma violação de direitos.
6. Inclua a criança em ambientes com outras de diferentes raças e etnias
Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa e em todos os lugares.
7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito
Incentive a empatia e a diversidade desde cedo, valorizando um comportamento respeitoso e sem preconceitos.
8. As escolas são grandes espaços de aprendizagem
Em muitas, as crianças estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra. Ajude a escola de seus filhos a adotar essa postura.
“Como pediatra, sigo esperançoso de que crianças bem-orientadas e educadas conseguirão fazer esta diferença e mudar o final da história. Cabe a cada pai iniciar essa mudança dentro de sua casa para que tenhamos uma sociedade melhor para todos”, conclui o Dr. Paulo Telles.
Por Michelly Souza