Confederação Brasileira de Basquete retira chancela da Liga Nacional
O Mogi Basquete, bem como outros times da modalidade no país, foram surpreendidos com uma bomba, nesta quinta-feira (29): a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) retirou a chancela da Liga Nacional de Basquete (LNB), que perde a condição de torneio nacional oficial. A decisão vem de uma batalha judicial antiga entre as partes. Sem a […]
Reportagem de: O Diário
O Mogi Basquete, bem como outros times da modalidade no país, foram surpreendidos com uma bomba, nesta quinta-feira (29): a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) retirou a chancela da Liga Nacional de Basquete (LNB), que perde a condição de torneio nacional oficial. A decisão vem de uma batalha judicial antiga entre as partes.
Sem a chancela, a Liga pode existir e organizar competições, que, no entanto, deixarão de ser oficiais e classificatórias para competições internacionais.
A LNB, porém, entende que não há qualquer risco à realização do NBB ou mesmo da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), já que o acordo entre as partes só pode ser rompido em comum concordância das duas partes.
Isso significa que o basquete nacional poderá contar com dois campeonatos brasileiros sendo realizados ao mesmo tempo no futuro. Mexe, porém, no planejamento feito pelas equipes até aqui.
O Mogi Basquete destacou na tarde de ontem estar ciente da decisão. A diretoria irá se reunir internamente para ver quais caminhos tomar.
“Informamos que não são mais competições oficiais do sistema CBB ou FIBA toda e qualquer competição que venha a ser realizada e/ou organizada pela LNB, como NBB ou LDB (Liga de Desenvolvimento)”, trouxe a nota da Confederação.
Já a Liga Nacional de Basquete disse que lamentava a decisão da Confederação de retirar a chancela do NBB. “A Liga mantém sua posição de manutenção do diálogo a fim de encontrar uma solução conciliatória para o caso, o que entende ser o melhor para o contínuo crescimento do nosso esporte. O NBB é um campeonato consolidado, caminhando para a sua 16ª edição a partir de outubro de 2023, reafirmando sempre o respeito aos seus torcedores, patrocinadores, atletas e toda a comunidade que forma o ecossistema do basquetebol. Os clubes que formam a Liga Nacional de Basquete reiteram seu compromisso com o fomento e o desenvolvimento da modalidade no Brasil”, traz a nota.
Retorno ao NBB
O Mogi Basquete caminha bem para o retorno na temporada 2023/2024 do Novo Basquete Brasil (NBB) – principal liga do país – com aproximadamente 90% dos recursos exigidos já levantados, segundo apurado por O Diário. A diretoria, em entrevista dada antes da decisão da CBB, estava otimista.
Nos bastidores e pensando também na estreia certa do Campeonato Paulista, em agosto, o clube trabalha no planejamento do elenco. Inclusive voltou a falar com nomes favoritos da torcida, como o ala Shamell. Porém, mantém-se a filosofia da equipe de dar um “passo de cada vez” após passar o ano anterior pausada no profissional. É visado o retorno à elite até 2030. Esse ‘novo Mogi’ já voltou bem: levantou o troféu de terceiro lugar na Copa São Paulo no último final de semana.
Para retornar ao NBB – que agora tem um cenário mais incerto, o time é obrigado a apresentar uma viabilidade financeira de R$1,8 milhão, por temporada, para a organizadora, a LNB, até o dia 6 de julho. Em outras palavras, esse é o valor total que o time precisa provar que terá para, então, poder participar. Todo o apoio neste momento é importante.
Depois da entrega, a documentação será analisada. Se tudo estiver certo, a equipe volta a disputar o campeonato que se não houver mais reviravolta acontece neste segundo semestre.
Como noticiado, no último domingo (26), o Mogi venceu Pinda por 83 a 71 e ficou com a terceira colocação na Copa São Paulo. O torneio marcou o retorno da cidade às competições profissionais, ainda com um time formado, em sua maioria, por jovens da base. O resultado foi “excelente”, segundo avalia o gestor de esportes do Mogi, Danilo Padovani.
“Foi superpositivo. O time estava parado há um ano e voltar com troféu foi sensacional”, comenta.
“Gostaríamos sim de ser campeões, mas a gente sabe que o time está renascendo. Disputamos (a semifinal) com a Liga Sorocabana, um time totalmente adulto, que acabou sendo o campeão da copa”, conta ao avaliar que o time poderia ter ido até a final em um chaveamento diferente.
O time conseguiu se reinventar na competição e garantir vaga no Final Four, após o anúncio dos veteranos Lucas Lacerda, Guilherme Lessa, João Pedro Demétrio e Gustavo Luiz.
Para Padovani, essas contratações no meio da copa fizeram “total diferença”. Ele lembra que ocorreu uma troca de experiência entre os mais velhos e os mais novos, que disputavam pela primeira vez um campeonato profissional, tendo uma chance direta de subir da base.
“Estamos muito contentes. O objetivo da diretoria era realmente colocar o time em evidência”, acrescenta o gestor.
Passada a Copa SP, vem aí o Campeonato Paulista, em agosto. O elenco deve mudar bastante. Mas todo o planejamento vai depender do ingresso ou não no NBB e do desenrolar do basquete brasileiro.
O time não tem uma verba confortável para montar o time dos sonhos, também tenta não ‘meter os pés pelas mãos’, como já aconteceu com a diretoria passada que acabou acumulando uma grande dívida e atraso de salários.
Para definir o time do Paulista, o Mogi precisa saber se fechará ou não com os jogadores também para o NBB. Para os jogadores mais experientes é mais interessante assinar com um clube que disputará a liga nacional.
“É tudo questão de dinheiro e planejamento”, resume Padovani. Os anúncios podem começar a aparecer em breve. A permanência do técnico da Copa SP, Alexandre Rios, também é uma incógnita. “Tudo depende da negociação. Queremos manter nomes adultos para também não fazer feio no Paulista”.
Padovani cita que o time está focado em fazer contratações pontuais. Ele conta que, recentemente, a equipe voltou a manter contato com alguns nomes antigos do Mogi Basquete. “O Mogi é uma vitrine. Sabemos que muitos jogadores querem jogar aqui”, conta. Inclusive o ala Shamell, um favorito da torcida, terminou seu último contrato recentemente e, segundo Padovani, estaria interessado em se aposentar no Mogi.
No passado, o clube enfrentou dificuldades financeiras e acumulou uma dívida de R$ 1,5 milhão, o que levou à sua ausência (no profissional) na temporada 2022/2023. Em junho de 2023, a diretoria chegou a falar que a dívida estava em R$ 1,5 milhão. No entanto, com muito trabalho, o valor da dívida foi reduzido para cerca de R$ 1 milhão.
O Mogi perdeu alguns patrocinadores durante a pausa no time profissional, mas também conquistou novos parceiros.
A diretoria está na expectativa de um projeto municipal que poderá trazer mais receita para a equipe, nos moldes de leis de incentivo à cultura. Os detalhes devem ser divulgados em breve.
No começo deste mês, o presidente da associação Dimas Franco também disse que o time acreditava no retorno ao NBB. “Mudamos um pouco a conotação do projeto, começamos a falar mais da base. Nunca tivemos uma base tão forte como agora e isso dá vida longa para o Mogi, porque começam a surgir pratas da casa”.
Espera na LDB e vitórias da base
O Mogi Basquete aguarda a divulgação da tabela de jogos da segunda etapa para a sequência da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB), disputada pela categoria Sub 22.
No jogo mais recente, no último dia 20, a equipe mogiana foi superada pelo São José por 90 a 62, no Ginásio Hugo Ramos.
Os mogianos estão no Grupo ‘B.1’ da maior competição de base do País, junto com as equipes do Pinheiros, Bauru, Flamengo, São José e Botafogo, e, agora, irão enfrentar as equipes do Grupo ‘B.2’, Unifacisa, Basquete Cearense, Cerrado, Brasília, Minas e Praia Clube, entre os dias 20 a 26 de julho, em São José.
Está é a quarta vez do Mogi Basquete no campeonato. Ao todo, serão 24 equipes na disputa pelo título.
A fase final, será de 29 de agosto a 3 de setembro, na capital. A LDB é uma competição organizada pela Liga Nacional de Basquete (LNB), em parceria com o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC), com apoio da Penalty e Genius Sports.
Na fase de classificação, as equipes serão divididas em dois grupos (A e B). Elas jogarão todas contra todas apenas uma vez dentro do seu próprio grupo. As 4 equipes melhores colocadas de cada grupo estarão classificadas para a Fase Final (G8).
Já na fase final (G8), as 8 equipes serão divididas em dois grupos (C e D) com 4 equipes cada. Elas jogarão entre si apenas uma vez dentro do próprio grupo. As equipes classificadas em 3º e 4º lugares disputarão do 5º ao 8º lugar. As equipes classificadas em 1ª e 2ª lugares disputarão do 1º ao 4º lugar.
A categoria SUB 17 do Mogi das Cruzes Basquete se sagrou campeã invicta do Campeonato Brasileiro classificatória B 2023 após derrotar o Ponta Grossa por 96 a 45 na noite dessa quinta-feira (29), em Vila Velha, Espírito Santo.
A final começou acirrada no ginásio do Tartarugão, com uma vantagem para os mogianos no primeiro quarto por 19 a 16. No segundo, a superioridade se manteve, e o Mogi Basquete venceu por 21 a 9. Depois do intervalo, os atuais campeões dispararam e fecharam os dois últimos períodos por 29 a 9 (3º) e 27 a 11 (4º), concretizando o título para o time de Mogi das Cruzes.
O Campeonato Brasileiro Interclubes é uma realização da Confederação Brasileira de Basketball em parceria com o Comitê Brasileiro de Clubes.