Mãe relata ter enfrentado 13 horas de espera na UPA Rodeio, em Mogi
A mulher acompanhava seu filho de 8 anos, que estava com febre, dor de cabeça e dor abdominal; o horário de entrada foi às 13h50, com saída às 02h55 da madrugada

A mãe do paciente disse que a ficha não estava sendo localizada. Em seguida, o prontuário apareceu molhado | Google Maps - Reprodução
Reportagem de: Ana Lívia Terribille
Ao passar 13 horas dentro da UPA Jardim Rodeio, entre o dia 27 de março e a madrugada do dia 28, em Mogi das Cruzes, uma mãe procurou a equipe do O Diário para relatar a situação. Ela disse que estava acompanhando seu filho, de 8 anos, que encontrava-se com febre, dor de cabeça e dor abdominal.
Tamires Alves, mãe da criança, relatou que chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) às 13h50 da tarde de quarta-feira (27) e que só foi sair com seus filho às 2:55 da madrugada do dia 28. “Do horário que chegamos, às 13:50, meu filho só recebeu atendimento às 17h.”
A partir desse horário, a responsável conta que foi necessário coletar um exame e aplicar a medicação, o que ocorreu às 19h. Durante esse período, foi preciso questionar as enfermeiras sobre o motivo da demora, já que outras pessoas estavam sendo atendidas antes, mesmo chegando depois.
De acordo com Tamires, após os questionamentos aos profissionais, a ficha da criança não estava sendo localizada. Em seguida, o prontuário apareceu molhado.
Após a movimentação, a coleta do exame foi feita, sendo informado que o resultado retornaria em 2 a 3 horas. Ao passar do prazo, Tamires voltou a questionar, mas nada foi resolvido. “Quando saiu, era de madrugada. Foram quase 7 horas de espera.”
Tamires também percebeu que o médico só chamava as pessoas que estavam chegando naquele momento, enquanto aqueles que estavam aguardando atendimento devido ao exame estavam sendo deixados de lado. “Tive que questionar a enfermeira mais uma vez e a única resposta que recebia é que precisava aguardar.”
“Finalmente, falamos com o médico e ele disse que seguia a ordem de atendimento que entregavam a ele, ou seja, os prontuários estavam todos fora de ordem”, complementa Tamires. Ela ainda diz que apenas um médico estava atendendo e que, em sua visão, foi um erro de processo, visto que houve muita demora no atendimento, especialmente tratando-se de uma criança. O horário de saída da unidade foi às 2:55 da madrugada.
A equipe do O Diário contatou a Prefeitura de Mogi das Cruzes. Em resposta, foi dito que a Secretaria Municipal de Saúde solicitou informações detalhadas à Fundação do ABC, organização social de saúde responsável pelo gerenciamento da UPA Rodeio, informando que “desde a entrada na unidade, todos os procedimentos ocorreram conforme os protocolos pré-estabelecidos e que a UPA estava operando com a equipe médica completa, sem falta de profissionais.”
“A criança deu entrada na UPA às 13h51 e passou pela Classificação de Risco às 14h13. O atendimento médico ocorreu às 16h08, em função do caso ter sido classificado como ‘não urgente.” Foi afirmado ainda que houve uma permanência acima do previsto, mas que a situação foi “devido à demora do paciente em urinar, realizando a coleta somente por volta das 22h00.”
Ainda, em nota, foi dito que a unidade tem enfrentado um aumento no volume de atendimentos, visto que há muitos casos de dengue e doenças respiratórias, mas que a “Fundação do ABC e a equipe da UPA Rodeio seguem comprometidas com a melhoria contínua do atendimento e a satisfação dos usuários.”