Motoristas de ônibus trocam de lugar com passageiros em Mogi das Cruzes

Um motorista sentado em uma cadeira de rodas tentando embarcar no ônibus. Outro com peso grudado nas duas pernas, dificultando a subida no veículo. Um terceiro com vendas nos olhos e bengala, buscando ajuda para encontrar a porta do coletivo. Estas foram algumas das situações simuladas no curso de capacitação de motoristas do transporte público municipal realizado pela Prefeitura de Mogi das Cruzes, na tarde de quinta-feira (13/11).

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A ação, promovida pela Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito, aconteceu no prédio-sede da administração municipal. Mais de 70 profissionais que trabalham nas empresas concessionárias do serviço de transporte público em Mogi (Princesa do Norte e Mogi Mob, além das intermunicipais ATT e Viação Jacareí e representantes do Sindicato dos Motoristas Rodoviários) participaram do curso, que faz parte de uma série de ações da Prefeitura para aprimorar o atendimento aos mogianos.

A capacitação, intitulada “Trânsito e Cidadania: o motorista como agente de inclusão”, começou no Auditório Municipal, com a parte teórica. Foram abordados, além das regras de trânsito, a importância do motorista no transporte coletivo, os desafios que eles e os passageiros enfrentam todos os dias, conceitos de respeito, responsabilidade – especialmente com os passageiros com algum tipo de deficiência, mobilidade reduzida ou dificuldades diversas.

Após a aula teórica, os motoristas foram conduzidos ao estacionamento da Prefeitura, onde participaram de simulações, embarcando com pesos nas pernas, de cadeiras de rodas, sendo recebidos por um motorista sem simpatia e até saíram em viagem, com o ônibus lotado, no quarteirão do entorno do paço municipal, com um motorista pouco cuidadoso, que deu várias freadas bruscas no caminho, para que eles sentissem na pele algumas das dificuldades que os usuários podem passar.

Para Eduardo Lima, que trabalha há sete anos como motorista do transporte público, o treinamento foi muito positivo.

“No dia a dia, a gente acaba entrando no automático e se esquecendo de se colocar no lugar do outro. Eu fui em pé no ônibus durante o trajeto de simulação e foi muito ruim quando houve as freadas bruscas. Fiquei desconfortável”, avalia.

O conteúdo do curso pegou de surpresa Marcondes da Silva, motorista há duas semanas. “Essa simulação mostrou que a hostilidade é estressante tanto para os motoristas quanto para os passageiros”, conclui.