Votação e PL dão cacife a Damasio para disputar a Prefeitura de Mogi, em 2024

A performance em nível nacional de seu partido e a expressiva votação alcançada pelo deputado estadual Marcos Damasio (183.219 votos, que lhe garantiram um novo mandato pelo PL), também lhe deram envergadura política para ingressar na disputa pela Prefeitura Municipal de Mogi das Cruzes, nas próximas eleições municipais de 2024.

Mesmo que para isso tenha de contar com o aval do dono de seu partido, Valdemar Costa Neto, é certo que o deputado reeleito sempre contou com a simpatia do poderoso chefão liberal. Foi ele o responsável pela grande sacada de lhe dar, como candidato, um número muito parecido com o de grandes puxadores de votos do partido para a Câmara Federal, inicialmente com Tiririca e, mais recentemente, com Eduardo Bolsonaro. Na hora do voto, muitos eleitores acabam se confundindo e dando ao candidato a estadual o número que deveria ser do federal. No caso, o 2222, com a repetição do último algarismo, para completar o espaço exigido pela urna eletrônica.

Damasio, no entanto, mostrou que não depende unicamente do número para se reeleger e ele próprio garante que, ao longo dos dois mandatos de deputado, conseguiu montar um grupo político forte no interior do Estado para lhe dar suporte eleitoral, como nos últimos pleitos.

E foi assim, sempre com o respaldo do PL, que Damasio viu sua votação crescer, de 59.368 votos, quando se elegeu deputado pela primeira vez, em 2014, para 81.695 votos, um aumento de 37,61%, quatro anos mais tarde. Até que alcançou os 183.219 votos do último domingo, com uma elevação de 124%.

Dessa forma, se depender unicamente da simpatia do presidente nacional do PL, as chances de Damasio vir a disputar a Prefeitura de Mogi são muitas. Mas há também outros fatores políticos que podem interferir na caminhada, como as alianças do PL com outros partidos da cidade, como o PSD, do deputado federal Marco Bertaiolli, e o PSDB do ex-prefeito e virtual candidato novamente a prefeito. Marcus Melo. Ambos os políticos sempre estiveram muito próximos de Valdemar Costa Neto.

Caso tenha planos – e qual político não os tem? – de ser prefeito de Mogi, Damasio terá de articular muito bem, durante os próximos dois anos para provar a Costa Neto que tem condições de disputar, com chances de chegar à Prefeitura de Mogi, sem os problemas que o PL experimentou, no passado, com a candidatura de Gondim Teixeira, por exemplo.

Aos 59 anos, acumulando a experiência de quatro mandatos de vereador e prestes a ingressar em seu terceiro de deputado estadual, Damasio tem ainda no currículo o cargo de secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Social de Mogi. Atual presidente regional do PL, o paulistano que reside em Mogi desde os 3 anos de idade, traz no sangue o gosto pela política. Seu pai, o mineiro Tarcísio Damasio da Silva, já falecido, exerceu o poder, por um longo tempo, como verdadeiro cacique político da região de Braz Cubas e Jundiapeba, quando foi vereador por quatro mandatos seguidos, entre 1969 e 2000, e depois iniciando na política o jovem Marquinhos, como o deputado é chamado pelos familiares, em especial a mãe, dona Neuza.

O filho cresceu vendo o pai atuar ao estilo dos antigos coronéis, oferecendo respaldo à população carente daquelas localidades, desde o nascimento até na hora da morte, ajudando de todas as formas os seus eleitores, do medicamento até o alimento.

O jovem Damasio herdou do pai o gosto pela vida pública e, com isso, passou a maior parte da vida exercendo cargos políticos, graças, especialmente, ao PL que foi, por exemplo, quem o indicou para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico no governo do ex-prefeito Marco Bertaiolli.

Numa entrevista a este jornal, a primeira após a divulgação do resultado final do pleito passado, no domingo, Damasio se mostrou consciente de que a expressiva votação por ele alcançada poderá significar muito para sua vida política, dentro e fora da Assembleia e diz estar pronto para aproveitar as oportunidades que poderão advir de tudo isso.

A Prefeitura de Mogi, no entanto, continua uma grande incógnita, a ser resolvida com o passar do tempo.

Os dois anos que o separam do próximo pleito serão mais que suficientes para isso.