Menino de 7 anos morre após ser espancado pelo pai adotivo em Guararema
Homem confessou que bateu no filho adotivo depois que ele pegou comida porque estava com fome
Caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Guararema | Alessandro Batata
Reportagem de: O Diário
A desconfiança da equipe médica que atendeu um menino de 7 anos levado para o Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, onde ele morreu, levou à denúncia um caso de violência infantil que termina de maneira trágica – segundo apura a Polícia Civil de Guararema, o pai do garoto, Marcelo Bezerra Leão, teria confessado que bateu no fiho adotivo depois que ele pegou comida porque estava com fome. O caso ainda está sendo investigado nesta sexta-feira (23).
Segundo registros iniciais, o garoto teria recebido o primeiro atendimento no hospital de Guararema e depois foi transferido para o Luzia de Pinho Melo, no Mogilar, quando veio a falecer em decorrência da gravidade do espancamento.
Alem de Marcelo Bezerra Leão, a mulher dele, que é professora, também foi detida porque teria acompanhado a agressão física e omitido ajuda à criança.
O garoto apresentava ferimentos em diversas partes do corpo e o suspeito afirmara, inicialmente, à equipe médica, que ele havia caído de uma escada. A apuração mostrou, no entanto, que em abril passado, a mesma criança havia sido encaminhada ao hospital da cidade com uma fissura no fêmur.
Do Conselho Tutelar
O caso surpreende porque o pai do garoto integrou justamente o Conselho Tutelar, que atua para proteger crianças e adolescentes da violação de direitos e violência.
O agressor é conhecido na cidade por integrar o Conselho Tutelar de Guararema – ele também foi eleito membro do Conselho Municipal de Saúde (como representante da sociedade civil).
Após a denúncia, a Prefeitura acionou o departamento jurídico, que, “junto ao Ministério Publico (órgão fiscalizador de conselhos municipais) avalia o caso para adotar as medidas cabíveis em relação a participação dele neste órgão”.
O caso provocou revolta em moradores da cidade onde a família é conhecida. Segundo reportagem da TV Diário, um dos irmãos da criança morta relatou que os espancamentos e agressões eram constantes.
Veja a nota divulgada pela Prefeitura de Guararema:
“Prefeitura de Guararema informa que Marcelo Bezerra Leão participou do pleito eleitoral do Conselho Tutelar do município no ano de 2019, não tendo sido eleito e tendo permanecido como suplente até a vacância de uma vaga em setembro de 2022.
Entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023, o mesmo permaneceu apenas cinco meses no cargo, tendo pedido exoneração em fevereiro deste ano. Durante o período, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Habitação não recebeu nenhuma reclamação, notícia ou denúncia sobre qualquer conduta que o desabonasse.
Eleito por votação popular para a composição destinada à sociedade civil (sem que haja indicação da Administração Municipal) o senhor Marcelo ocupa cargo no Conselho Municipal de Saúde. A Prefeitura de Guararema já acionou seu Corpo Jurídico, que, junto ao Ministério Publico (órgão fiscalizador de conselhos municipais) avalia o caso para adotar as medidas cabíveis em relação a participação dele neste órgão”.