O Diário explica fenômeno das urnas de Arujá em reportagem especial; assista

Reportagem de: Fabricio Mello

Arujá é um dos municípios que compõem a região do Alto Tietê. Com 86,6 mil habitantes – segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – a cidade se destaca por ter a maior renda per capita da região. Entretanto, a peculiaridade que chama atenção desta reportagem não é o orçamento da cidade ou sua localização, mas a sua política: nas eleições de 2024, o atual prefeito, o dr. Luís Camargo (PSD), se reelegeu com 94,32% dos votos válidos de Arujá.

Para entender o fenômeno das urnas, O Diário foi até a cidade de dr. Camargo conversar com a sua população e com especialistas da política local, questionando quais fatores e feitos do atual gestor levaram a esse resultado em outubro deste ano.

Assista a reportagem:

“Em 2020, a administração que estava aqui [em Arujá], além de não conseguir fazer [a cidade] evoluir, teve um escândalo muito grande na cidade, que tomou repercussão nacional pelas acusações de envolvimento com o crime organizado. Então, a cidade fica muito manchada e é aí que vem o Camargo, vence essa eleição [de 2020] e coloca a cidade para andar, de fato”, explica a jornalista Ariane Barbosa.

Ariane, que conta com passagens por diversos veículos de comunicação da região, escolheu Arujá para se aprofundar. Ela, que acompanha os bastidores da política da cidade, conta, ainda, sobre um outro importante feito da gestão de Luis Camargo: o orçamento municipal.

“Quando ele assume em 2021, ele pega um orçamento na casa dos R$ 297 milhões. Hoje, a previsão para 2025 ultrapassa os R$ 700 milhões. Ele mais que dobrou o orçamento ao longo desses quatro anos”, relembra Ariane.

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Com um aumento no caixa disponível, a reportagem apurou que Camargo também foi responsável por entregar projetos importantes para Arujá – que estavam parados desde a gestão anterior – e deu o início a novas obras, como o Hospital Geral de Arujá. 

A empreitada, uma das maiores de seu governo, é responsável por parte da aprovação de Camargo nas urnas. A construção teve início em janeiro de 2023 – meses depois da Pandemia da Covid-19, que ressaltou a atenção à Saúde em todo o país – e a previsão é de que seja entregue em janeiro de 2026, no segundo ano de seu novo mandato.

Nas ruas

A hipótese por trás do sucesso de Camargo é reforçada ao conversar com a população de Arujá. 

“Ele melhorou bastante a Saúde. Ele fez o Pró-Criança, que foi muito bom também”, conta Joyce da Silva, que trabalha como cuidadora de idosos.

“Eu votei nele pelo que ele fez pelo nosso bairro”, conta a vendedora Olinda Pereira. “Ele sempre mantém os serviços em ordem. Com o ‘voto’ dele, não precisa dizer mais nada. Só pelo que ele ganhou já mostra, né”, brincou.

Entretanto, mesmo com a entrega por vir e outras realizadas pelo caminho, o setor não escapa das críticas dos moradores.

“Ele está organizando a cidade, está tendo evoluções, embora tem muita coisa que ainda precisa,” disse a cabeleireira Priscila Pompeo. Entre as questões que necessitam de atenção, ela ressalta a demora no atendimento nas unidades de saúde ajuraenses, contando que chega a ficar até 4 horas aguardando para ser consultada.

Apesar da crítica, o caminho de Camargo parece ter poucos obstáculos para trabalhar pela solução destes. Na Câmara, por exemplo, os vereadores eleitos pertencem à coligação que apoiou a candidatura do prefeito reeleito. Essa, vale ressaltar, chegou a contar com a união de 11 partidos, incluindo siglas como o PL, o PDT e, claro, o PSD – partido ao qual Camargo é filiado.

“O Camargo consegue se manter na neutralidade. Na coligação dele, nessa última eleição, ele conseguiu juntar 11 partidos. Ele consegue caminhar muito bem com todos os partidos e pensar, realmente, como um gestão, ‘fora da caixinha’. Ele consegue atender a toda a população, porquê, se ele teve essa margem de votos, é porque a cidade inteira o aprovou”, completa Ariane.

*Com colaboração de Saulo Tiossi