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Arrecadação federal bate novo recorde em agosto e soma R$ 172,3 bilhões

A arrecadação federal somou R$ 172,3 bilhões em agosto, uma alta de 8,21% na comparação ajustada pela inflação com o mesmo mês de 2021. O registro é o maior para o mês desde o início da série histórica da Receita Federal em 1995. As informações foram divulgadas pela Receita Federal nesta terça-feira. No acumulado do […]

27 de setembro de 2022

Reportagem de: O Diário

A arrecadação federal somou R$ 172,3 bilhões em agosto, uma alta de 8,21% na comparação ajustada pela inflação com o mesmo mês de 2021. O registro é o maior para o mês desde o início da série histórica da Receita Federal em 1995.

As informações foram divulgadas pela Receita Federal nesta terça-feira. No acumulado do ano, o resultado de R$ 1,4 trilhão em 2022 é 10,17% maior do que o R$ 1,2 trilhão registrado até agosto de 2021.

Assim como nos meses anteriores, o principal elemento que contribuiu para uma arrecadação mais forte foi a alta na arrecadação do IRPJ e do CSLL, que ficou em 27,16% e aponta uma lucratividade maior das empresas no período.

Rafaela Vitória, economista-chefe do banco Inter, destaca que o crescimento no imposto de renda das empresas é beneficiado pela alta das cotações de commodities, principalmente o petróleo. Ela destaca também que houve melhora no mercado de trabalho, que impacta nas alta de receitas previdenciárias.

“A arrecadação mais robusta acontece mesmo em meio às desonerações, como as reduções de impostos federais sobre importação e PIS/Cofins sobre combustíveis, indicando que o impacto nas receitas totais não foi relevante e não representa risco fiscal significativo”, apontou.

O coordenador-geral de Previsão e Análise da Receita Federal, Marcelo Gomide, disse que as arrecadações elevadas desses impostos são principalmente nos setores de mineração e refino e extração de combustível.

— Grande parte desse crescimento da arrecadação desses setores a gente acredita que seja influenciada pelo que tá acontecendo externamente ao Brasil e que esses patamares de preço externos é que tem influenciado essas arrecadações — disse.

O economista da CM Capital, Matheus Pizzani, também destaca que o crescimento da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) é relacionado ao aumento da alíquota cobrada sobre as instituições financeiras neste ano.

— O governo editou medida que aumenta cobrança da CSLL sobre instituições financeiras, como bancos e corretoras. Isso também tem gerado uma arrecadação super significativa, muito acima da média que normalmente é arrecadada por esse imposto — destacou.

Analistas alertam para efeito da inflação

Houve também um crescimento de 52,% na arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) sobre capital, que reflete o impacto da alta na Selic, que atualmente está em 13,75%, nos rendimentos de fundos e títulos de renda fixa.

Segundo a Receita, dois fatores diminuíram a arrecadação. A redução de alíquotas de Imposto de Importação de alguns produtos do setor automotivo, de bens de informática e alimentos, além da redução de IPI, PIS/Cofins e Cide sobre combustíveis.

Os números registrados pela arrecadação estão atingindo níveis históricos desde o ano passado. O governo vê essa elevação como estrutural, mas analistas alertam para o efeito da inflação que costumam inflar a arrecadação de impostos.

Pizzani, da CM Capital, ressalta que o impacto da inflação na alta da arrecadação ainda é bem relevante, principalmente nos serviços. Esse setor da economia tem puxado o crescimento nos últimos e os preços vêm se inflacionando.

— Especialmente os serviços têm sido inflacionados, tem sofrido bastante por conta dessa inflação. A arrecadação é feita com base numa alíquota que incide sobre determinado preço. No momento que inflação aumenta os preços, consequentemente a alíquota vai render uma arrecadação maior — explicou.

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