Bolsonaro critica Congresso e diz que parlamentares ‘inflaram’ o Orçamento
O presidente Jair Bolsonaro rebateu nesta quinta-feira críticas que recebeu pelos cortes no Orçamento e jogou a responsabilidade para o Congresso, dizendo que parlamentares “inflaram” as despesas além do tamanho das receitas e que ele foi obrigado a vetar parte do texto. A declaração foi feita em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada. Bolsonaro […]
Reportagem de: O Diário
O presidente Jair Bolsonaro rebateu nesta quinta-feira críticas que recebeu pelos cortes no Orçamento e jogou a responsabilidade para o Congresso, dizendo que parlamentares “inflaram” as despesas além do tamanho das receitas e que ele foi obrigado a vetar parte do texto.
A declaração foi feita em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada. Bolsonaro comentou que foi criticado por cortar R$ 38 milhões que seriam destinados para Santa Catarina, mas ressaltou que os vetos em todo o Orçamento foram de R$ 3 bilhões.
— Parte da imprensa de Santa Catarina está batendo em mim porque eu cortei R$ 38 milhões do Orçamento de Santa Catarina. Eu cortei R$ 3 bilhões do Brasil todo. O Parlamento fez um Orçamento além da previsão da Receita, sou obrigado a cortar — disse o presidente.
Bolsonaro acrescentou que o Orçamento será “recomposto” ao longo do ano, já contando com uma arrecadação de impostos acima do previsto.
— Estão me esculhambando em Santa Catarina porque eu cortei R$ 38 milhões. Mas a gente vai recompor ao longo do ano, porque tem excesso de arrecadação. Mas é impressionante a crítica. Por que não criticou os parlamentares que inflaram o Orçamento?
Visita à Rússia
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (27) que buscará na sua viagem à Rússia “melhores entendimento” e “melhores relações comerciais”. Respondendo a um questionamento de um apoiado, Bolsonaro também disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, é um conservador.
Em conversa com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro confirmou que a viagem está prevista para o fim de fevereiro. Um homem, então, perguntou se Putin seria “conservador” e “gente da gente”.
— Ele é conservador, sim — respondeu Bolsonaro.
O homem continuou questionando como seria possível conciliar o conservadorismo com o “comunismo”, mas o presidente apenas disse o que busca na viagem:
— Vou estar o mês que vem lá. (Em busca de) Melhores entendimentos, melhores relações comerciais.
Como o Globo mostrou, a viagem para Rússia e Hungria (que também está no mesmo roteiro) faz parte de uma tentativa de Bolsonaro de reforçar sua imagem de líder conservador junto a seus apoiadores.
Em novembro de 2021, o governo de Putin aderiu ao Consenso de Genebra, atitude celebrada pelo governo brasileiro. O grupo é formado por 36 países que se posicionam em fóruns internacionais contra resoluções e programas relacionados à saúde reprodutiva e aos direitos sexuais, alegando que eles abririam caminho para a descriminalização ou a legalização do aborto.
Putin promoveu uma reforma constitucional em 2020 que proibiu o casamento homossexual. Em outubro do ano passado, em discurso no Clube de Discussão Valdai, um centro de estudos próximo ao governo russo, ele defendeu o que chamou de “conservadorismo saudável”. Disse que é “verdadeiramente monstruoso” quando “as crianças são ensinadas desde cedo que um menino pode facilmente se tornar uma menina e vice-versa”.