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‘Parece que a eficácia da vacina em SP está lá embaixo’, zomba Bolsonaro em live

O presidente Jair Bolsonaro levantou dúvidas durante discurso sobre a eficácia da vacina patrocinada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante uma live de Natal na noite desta quinta-feira (24). Na quarta-feira (23), o governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram que a Coronavac, desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa […]

25 de dezembro de 2020

Reportagem de: O Diário

O presidente Jair Bolsonaro levantou dúvidas durante discurso sobre a eficácia da vacina patrocinada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), durante uma live de Natal na noite desta quinta-feira (24).

Na quarta-feira (23), o governo de São Paulo e o Instituto Butantan anunciaram que a Coronavac, desenvolvida em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, superou o índice mínimo de eficácia exigido pelas agências regulatórias (50%).

Os órgãos, porém, não apresentaram o porcentual exato de eficácia do imunizante nem os demais dados do estudo final. A justificativa para o novo atraso na divulgação das informações foi a de que a Sinovac solicitou a base de dados para mais análises. É a quarta vez que a apresentação dos resultados de eficácia é adiada.

“A eficácia daquela vacina em São Paulo parece que está lá embaixo, né?”, disse Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira, 24. “Não vou divulgar porcentual aqui, porque se eu errar 0,001% eu vou apanhar da mídia, mas parece que o porcentual tá lá embaixo levando-se em consideração a outra.”

O presidente da República reforçou mais uma vez que o governo federal vai comprar as vacinas que forem registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Por outro lado, Bolsonaro defendeu a aplicação opcional na população e disse que, se houver efeito colateral, as pessoas precisam “ir pra cima” de um governador que queira obrigar a aplicação, em um referência a Doria.

De acordo com Bolsonaro, a União não pode se responsabilizar sobre eventuais efeitos colaterais do imunizante. “Não vou assinar isso. Não vou aceitar uma vacina que não está comprovada ainda, que está na terceira fase experimentar. Não vou me responsabilizar. Quem está com pressa que se responsabilize.”

‘Gripezinha’

Após chamar o novo coronavírus de “gripezinha” e minimizar os impactos da doença ao longo do ano, o presidente Jair Bolsonaro gravou um pronunciamento na véspera do Natal se solidarizando com as famílias que perderam entes queridos neste ano. No discurso, gravado ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o chefe do Planalto procurou dizer que o governo federal agiu em duas frentes, na economia e na saúde, para salvar vidas e empregos. O pronunciamento foi transmitido em uma cadeia nacional de rádio e TV, na noite desta quarta-feira, 24.

“Nessa ocasião, solidarizo-me, particularmente, com as famílias que perderam seus entes queridos neste ano… Externo meus sentimentos, pedindo a Deus que conforte os corações de todos”, afirmou Bolsonaro. O presidente também expressou agradecimento e reconhecimento aos profissionais de saúde, “que continuaram exercendo suas atribuições.”

O Brasil registrou até este dia 24 190.032 mortes causadas pela covid-19 desde o início da pandemia, em meio a 7.424.430 casos confirmados. Os dados são reunidos pelo consórcio de veículos de comunicação a partir dos registros das secretarias estaduais de Saúde. O consórcio é formado pelo Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL.

Em relação às ações do governo na crise, Bolsonaro destacou o pagamento do auxílio emergencial, o financiamento a micro e pequenas empresas e a medida que compensou parte da redução de salários em empresas. Também citou os recursos financeiros repassados a Estados e municípios. “Nossos esforços sempre tiveram como foco principal a preservação da vida e de empregos, pois saúde e economia caminham juntas, lado a lado!, afirmou.

Protestos

Gritos e panelaços foram ouvidos em várias cidades do Brasil na noite do dia 24, durante o pronunciamento de Natal do presidente Jair Bolsonaro na TV. No Rio, os protestos foram ouvidos em vários bairros da capital como Botafogo, Laranjeiras, Cosme Velho, Jardim Botânico e Copacabana, todos na zona sul. Os moradores batiam panelas e gritavam palavras como “fora, Bolsonaro”.

Bolsonaro defende povo armado e ironiza ida de Doria a Miami

O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a pauta armamentista nesta quinta-feira, 24. O chefe do Executivo citou a renovação das mesas do Congresso em fevereiro e indicou a possibilidade de enviar um projeto de lei para revogar o Estatuto do Desarmamento “Para nós do Executivo também temos nossas preferências, a gente não entra de peito aberto na campanha da Câmara e do Senado para respeitar a autonomia deles, mas no fundo todo mundo torce”, afirmou. E acrescentou: “De acordo com a mesa, a gente pode botar em votação um projeto de lei que trata de revogar o Estatuto do Desarmamento”.

Bolsonaro reforçou ser a favor de armar a população e justificou que “os vagabundos” já estão armados. “Eu quero que o povo brasileiro todo se arme porque a vagabundagem já está armada”, declarou. Bolsonaro também voltou a justificar a necessidade de armar a população para defender a “liberdade” e mencionou medidas de restrição adotadas pelo governo de São Paulo.

‘Calcinha apertada’

Sem citar diretamente o governador de São Paulo João Doria (PSDB), o presidente criticou a viagem realizada pelo chefe estadual para Miami (EUA). “O povo armado acaba com essa brincadeirinha de vai ficar todo mundo em casa que eu vou passear em Miami. Ah, pelo amor de Deus”, disse Bolsonaro.

Nesta quinta-feira, Doria pediu desculpas em vídeo nas redes sociais pela viagem realizada. O governador embarcou para Miami no dia 22, data em que sua gestão determinou o retorno de todos os municípios à fase vermelha, a mais restrita, do plano de contingência do coronavírus. “Isso não é coisa de homem. Fecha São Paulo e vai passear em Miami, que negócio é esse? É coisa de quem tem calcinha apertada. Isso é um crime. O povo tem que estar armado porque a arma é garantia de sua liberdade”, declarou Bolsonaro.

Durante a “live”, ele repetiu que “o povo armado jamais será escravizado”. O presidente destacou ainda que o seu governo, por meio de decretos, ajudou “muita gente a comprar armas e comprar munições”. O chefe do Planalto ressaltou medida que estendeu o porte de arma em propriedades rurais e citou que houve diminuição de invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em seu governo.

Emprego

Bolsonaro manifestou expectativa que o Brasil abra mais vagas de empregos em dezembro deste ano na comparação com o último mês de 2019, apesar da pandemia de covid-19. Em novembro, o Brasil criou 414.556 empregos com carteira assinada, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número é o maior de toda série histórica, que teve início em 1992. Mesmo assim, ainda não houve recuperação das perdas registradas entre março e junho deste ano, período mais agudo da pandemia do coronavírus, quando 1,612 milhão de vagas foram fechadas.

Na “live”, Bolsonaro foi otimista com a abertura de vagas no fim do ano. “Fizemos nossa parte, criamos empregos. Vamos ter mais gente empregada em dezembro deste ano do que em dezembro do ano passado.” Além disso, Bolsonaro reforçou ações adotadas pelo governo federal durante a pandemia do novo coronavírus, como o pagamento do auxílio emergencial e o financiamento a micro e pequenas empresas.

O presidente criticou mais uma vez as decisões tomadas por prefeitos e governadores para o isolamento social. “Se não é o trabalho do governo federal, com sua equipe, meu trabalho, com meus ministros, o Brasil teria se transformado num caos.”

 

 

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