AGFE completa 1 ano e pretende contratar mais mogianos
Das vagas geradas por essa rede composta pelos principais empregadores do parque empresarial mogiano, 51% dos contratados têm endereço em Mogi das Cruzes.

Reprodução - Freepik
Reportagem de: O Diário
Em agosto, a Agência de Fomento Empresarial de Mogi das Cruzes (AGFE) completa um ano de fundação e faz um balanço dos resultados da união dos responsáveis e proprietários de 26 empresas com interesses em comum, como aumentar a contratação de mão de obra dentro do próprio município e elevar a média dos salários recebidos pelos mogianos – um fator econômico que potencializa o carrossel das atividades comercial, industrial e de serviços. Das vagas geradas por essa rede composta pelos principais empregadores do parque empresarial mogiano, 51% dos contratados têm endereço em Mogi das Cruzes. Ampliar esse percentual é meta dessas indústrias que resvala em um forte gargalo econômico e social – 49% desses trabalhadores formais acabam não consumindo no mercado local.
Entre os objetivos iniciais da AGFE, ao longo desse um ano em que buscou cumprir um programa sistemático de atuação – para que esse projeto não acabe no futuro, está melhorar a qualificação e a requalificação profissional dos mogianos.
Cláudio Costa, economista e um dos diretores e fundadores da AGFE, afirma que um resultado prático dessa atuação foi a divulgação sobre o que fazem e o potencial das empresas associadas no projeto Ação em Rede, desenvolvido em parceria com a TV Diário e o jornal O Diário. “A exposição dessas empresas em conteúdos da TV Diário e do jornal O Diário buscou alcançar o trabalhador que ainda não conhecia o nível tecnológico e de inovação das empresas da AGFE instaladas em Mogi e Suzano”.
A atuação da AGFE abarcou três eixos, a partir das necessidades das empresas participantes, com base em Mogi das Cruzes e uma delas, a Radial, de Suzano (no site da Agência de Fomento – www.agfemc.vom.br – é possível conhecer quais são essas empresas)
Emprega AGFE
Um dos produtos desenvolvidos foi o Emprega AGFE, uma plataforma de carreira que vai pouco mais além de ser um banco de dados sobre o mercado de trabalho local. Com 8 mil inscritos, o endereço expõe cerca de 60 cargos que são disponibilizados por esse pool de empresas. No decorrer deste ano, essa rede projeta a contratação de cerca de 13 mil colaboradores.
Por meio de perguntas e testes, essa plataforma ajuda a selecionar candidatos para as vagas oferecidas, que podem ser chamados para entrevistas e o processo de seleção.
Por meio dessas respostas dos candidatos, a plataforma otimiza o período gasto entre a divulgação da vaga e o encontro do candidato ideal para determinado cargo. Segundo Costa, muitas vezes, a empresa pode levar meses ou até um ano para encontrar um profissional que se encaixe no perfil do emprego oferecido. Entre os profissionais mais procurados, entre outros, estão soldadores e engenheiros.
Qualifica AGFE
Um dos setores de atuação da agência é o AGFE Academy, que busca identificar nichos de qualificação e requalificação que possam formar profissionais na própria cidade, em parceiras com nomes como a Universidade de Mogi das Cruzes (integrante do grupo) e outros como o Senai, para atender demandas pontuais das empresas que acompanham o momento de recuperação da economia – embora ainda engessado por questões como a pandemia, a alta da inflação, a guerra na Ucrânia e o momento político nacional.
Um dos próximos e inéditos atos será o primeiro Programa de Treinamento, que será dado a partir deste mês de agosto, em Mogi, em parceria com o poder público, para a formação de soldador – um dos profissionais cuja seleção sempre desafiou a indústria local (veja matéria abaixo).
Também marca o primeiro ano da AGFE, o 1 Summit Empresarial, previsto para setembro, com CEOs de grandes empresas e autoridades em assuntos e tendências globais sobre economia e eleições.
Análise
Sobre o atual momento da indústria, Claudio Costa vê que o cenário da inflação e dificuldades geradas pela guerra na Ucrânia abre uma “janela de oportunidades” para a demonstração da competência técnica das empresas e vislumbra a abertura de novos mercados em outros países mas próximos do Brasil – que não a China e Ásia cuja distância demonstrou ser um impeditivo para os negócios durante a pandemia. A instabilidade política durante a crise sanitária, na opinião dele, serviu para destacar que o país possui uma estabiilidade jurídica e institucional que permitiu ao mercado, “caminhar fora (das decisões) do governo”.
A respeito das tendências para Mogi das Cruzes, Cláudio Costa, que já foi diretor da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, analisou que a cidade tem diante, de si, muitas oportunidades para o crescimento a partir de notícias como a decisão da AGCO (Valtra) de construir, na cidade, “o melhor trator do mundo”, o que irá ampliar a demanda por profissionais qualificados, como engenheiros, e movimentar a cadeia de peças; os planos de investimentos de outras empresas da cidade e até os investimentos no comércio varejista (ampliação e abertura de novas redes de supermercados),
“Se Mogi amplia a renda do trabalhador, e esse é um objetivo da AGFE, toda a rede de comércio e serviços é afetada positivamente”, repete, lembrando a fragilidade do sistema da informalidade, ratificada na pandemia. “Renda mais alta favorece a informalidade, mas é preciso, primeiro, alcançar esse topo, o que depende da melhoria da capacitação profissional”, resume.
Carreta de treinamento vai formar soldadores
Uma das ações que irá marcar o primeiro ano de fundação da Agência de Fomento Empresarial de Mogi das Cruzes resulta de parceria com os governos do Estado e do Município para a realização do Programa de Treinamento que pretende formar 120 soldadores – um profissional em falta no mercado mogiano.
Ainda em agosto, após uma seleção que será feita pela Prefeitura de Mogi das Cruzes, o curso gratuito será oferecido em três turnos, com carga de 80 horas. As pessoas formadas terão chance de serem contratadas no futuro.
Com um salário a partir de R$ 2,5 mil, a seleção de soldadores desafia as empresas associadas à AGFE.
Segundo Cláudio Costa, os candidatos passarão por uma triagem, e a preferência será dada a pessoas entre 23 e 40 anos, casados e com filhos, além de outros interessados. “Atendemos uma demanda da indústria, mas temos em mente que a cidade precisa formar ampliar a contratação de moradores que aqui residam”.
Após essa formação, essa parceria com o Estado e a Prefeitura, deverá ser repetida, ainda nesse ano, para formar mão de obra em áreas como automação automotiva, hotelaria, panificação e açougue, refrigeração e manutenção automotiva. Detalhes sobre a inscrição serão divulgados nos próximos dias no canal da AGFE, no site de O Diário (www.odiariodemogi.net.br).