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Inimigo presente no meu jantar

Um dos marginais apontou uma arma para minha cabeça e disse: “Dá o dinheiro vagabundo”. Foram os cinco minutos mais longos da minha vida.

9 de março de 2025

Foto Pixabay

Reportagem de:

Em 1998 fui assaltado em churrascaria na marginal. Por acaso era uma sexta feira 13. No episódio do assalto em que eu e um amigo fomos vítimas, quantas curiosidades e quantas conclusões puderam ser tiradas de um simples episódio como este: dois dos marginais, quando vieram nos assaltar (era um grupo de dez), nós os reconhecemos, pois estavam jantando em uma das mesas do nosso lado. E é isto que se pode chamar de jantar com o inimigo, para parodiar o nome de um filme.

É muita cara-de-pau e ousadia.

Assim como, certos políticos que dão maus exemplos. Aliás, um dos marginais apontou uma arma para minha cabeça e disse: “Dá o dinheiro vagabundo”. Foram os cinco minutos mais longos da minha vida. Com os assaltantes fazendo o “rapa”, numa verdadeira ousadia e impondo suas humilhações, cheguei a pensar: “Terá chegado a minha hora”; será que efetivamente há hora para morrer como dizia a minha mãe?

Bem, fala-se tanto em democracia. A democracia é um mito? Entretanto, A MORTE É A COISA MAIS DEMOCRÁTICA QUE EXISTE, pois todos morrerão um dia e o fim será o mesmo.

Não será melhor morrer democraticamente do que ser taxado de vagabundo tanto por marginais como pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da época? (pois me aposentei com menos de 50 anos e o chefe do Executivo Federal afirmou: “Quem se aposenta com menos de cinquenta é vagabundo”).

O interessante é que o tempo não passava e algumas senhoras começaram a gritar e imaginei: “Vai haver fuzilaria”, E assim permanecemos: silentes, preocupados, numa mistura de pânico e calma aparente, aguardando o futuro e imaginando se os nossos Anjos-de-Guarda estariam ou não de plantão, naquele dia e hora, Sexta-feira 13, às 23h15min horas.

Embora ninguém saísse ferido, eu podia sentir a minha respiração mais forte, os segundos não passavam, era como se os relógios tivessem paralisados, como no filme “The Day After”.

Os lares se tornaram modernos presídios: são grades e muros altos, porteiros eletrônicos, cercas elétricas, câmeras de vídeo, fortalezas, guardas armados em guaritas, olhos mágicos, vigias de ruas etc…Tudo visando salvaguardar pessoas e seus patrimônios.

É a política do Estado Capitalista Neo Liberal Tecnológico Globalizante. “Sonhos de uma Noite de Verão” (William Shakespeare). God send me na Angel.

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