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5 benefícios do pensamento computacional para aprender Matemática  

Para muitos, aprender matemática pode parecer tão difícil quanto decifrar um novo idioma. Mas, quando abordada de forma criativa, sua compreensão pode ser muito mais simples. Essa matéria não se limita a números e equações, permeia todos os campos do conhecimento e está presente em nosso dia a dia. Neste contexto, compreender suas funções é […]

16 de maio de 2024

Reportagem de: Edicase Conteúdo

Para muitos, aprender matemática pode parecer tão difícil quanto decifrar um novo idioma. Mas, quando abordada de forma criativa, sua compreensão pode ser muito mais simples. Essa matéria não se limita a números e equações, permeia todos os campos do conhecimento e está presente em nosso dia a dia.

Neste contexto, compreender suas funções é essencial. De acordo com Victor Haony, assessor pedagógico da Mind Makers, solução educacional do grupo SOMOS Educação, ao integrar disciplinas inovadoras com as tradicionais, é possível encontrar a chave para desvendar seus mistérios e torná-la acessível no processo educacional. 

Mudanças nos currículos escolares

Com a atual mudança dos currículos escolares, instauradas em 2024 pela Política Nacional de Educação Digital (PNED), as escolas devem inserir a educação digital em seus ambientes, bem como o estímulo ao letramento digital e aprendizagem de competências como tecnologia assistiva e pensamento computacional – habilidade para resolver problemas e desafios de forma eficiente, assim como um computador faria. Por isso, conceitos computacionais podem ser os aliados perfeitos no auxílio da compreensão de conteúdos complexos.  

Para os alunos, é importante detectar a função cotidiana dos conteúdos aprendidos, entendendo como e quando os aplicar. Victor Haony destaca que o pensamento computacional é essencial em atividades cotidianas, como na solução de problemas e no apoio da aprendizagem de Matemática.

“A intersecção entre o pensamento computacional e demais matérias pode auxiliar em dilemas escolares, como a resolução de equações matemáticas, por meio da lógica ou da geolocalização de posições referenciadas pela rosa-dos-ventos. É importante lembrar que o mundo fora da escola possui contextos plurais, em que todas as ciências abordadas na educação básica serão vivenciadas sem a disciplinaridade escolar, tendo como função prepará-los também para lidar com problemas rotineiros”, exemplifica. 

Pensamento computacional e Matemática

Uma pesquisa do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFFluminense), de 2021, avaliou a aplicação dos princípios do pensamento computacional no ensino de funções matemáticas, no Ensino Médio. De acordo com os dados, a aprendizagem com a aplicação desses métodos é significativa, uma vez que os alunos conseguiram resolver problemas de maior complexidade.

Para Victor Haony, outros conceitos básicos da matéria também conversam diretamente com o que é trabalhado no pensamento computacional. “Existem conceitos matemáticos que trabalhamos o tempo todo quando lidamos com a disciplina de pensamento computacional, como raciocínio lógico e sequências. Isso é um ganho para o aluno por desenvolver práticas que, além de atrativas, viabilizam a fixação por serem contextualizadas”, explica. 

jovem resolvendo questão de matemática na lousa
O pensamento computacional estimula o raciocínio lógico (Imagem: Ground Picture | Shutterstock)

Competências desenvolvidas com o pensamento computacional

A seguir, Victor Haony lista 5 competências desenvolvidas na aprendizagem do pensamento computacional que podem auxiliar no entendimento da Matemática. Confira!

1. Raciocínio lógico

Na disciplina, é estimulada a prática de estruturar de modo organizado o caminho para solucionar um problema de programação. Isso pode ser aplicável, também, na solução e interpretação de questões complexas de matemática. 

2. Compreensão de sequências

Muito presente na linguagem computacional, as sequências permitem que os estudantes desenvolvam o “passo a passo” para a solução de um problema, seja ele técnico ou matemático. 

3. Reconhecimento de padrões

Na computação, é estratégico verificar se há comandos repetidos e compreender se é possível suprimir um código ou, ainda, realizar uma fatoração em Matemática. Dessa forma, os alunos criam maior familiaridade com esse processo, podendo aplicá-lo no desenrolar de uma prova ou vestibular.  

4. Noções do plano cartesiano

Na prática da disciplina do pensamento computacional, são desenvolvidas habilidades de análise em planos cartesianos – objeto matemático formado por uma malha quadriculada –, uma vez que, utilizando os tapetes pedagógicos, são apresentadas referências posicionais que dependem de noções cartesianas. Assim, os estudantes aprendem a verificar noções de coordenadas cartesianas como referências para o movimento. 

5. Depuração

É importante criar a prática de sempre verificar se o processo programado desenvolvido apresenta o caminho para a solução. Na Matemática, isso pode ser aplicado na resolução de cálculos, tirando a prova real para comparar os resultados. 

Inserindo o pensamento computacional no currículo tradicional  

A disciplina de pensamento computacional deve ser tratada na sala de aula como uma disciplina curricular, assim como a Matemática. Desse modo, deve conter nas aulas um procedimento específico de execução, que pode ser utilizado em conjunto com as disciplinas curriculares convencionais para viabilizar um ensino contextualizado. Frente a isso, Victor Haony dá a ideia da adoção de aulas conjuntas, para que os alunos possam aplicar os conceitos em atividades cotidianas. 

“Em uma aula de plano cartesiano, por exemplo, é possível fazer essa ligação entre a Matemática e o pensamento computacional. Enquanto a primeira ensina noções de coordenadas cartesianas nos eixos (x e y), o pensamento computacional, com o auxílio de um tapete xadrez, utiliza posições referenciadas em linhas e colunas que correspondem exatamente a coordenadas cartesianas. Em uma aula conjunta, os estudantes têm a oportunidade de literalmente enxergar esse plano, facilitando a sua compreensão”, finaliza o assessor pedagógico.

Por Victória Gorski

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