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7 benefícios da planta medicinal picão e como utilizá-la

O picão (Bidens pilosa), também chamado de picão-preto, é uma planta amplamente conhecida na medicina popular por seus benefícios à saúde. Originária da América do Sul, cresce facilmente em terrenos baldios e áreas rurais, sendo muitas vezes vista como uma “erva daninha”. Apesar disso, suas propriedades terapêuticas têm atraído atenção científica, devido à riqueza de […]

28 de novembro de 2024

Reportagem de: Edicase Conteúdo

O picão (Bidens pilosa), também chamado de picão-preto, é uma planta amplamente conhecida na medicina popular por seus benefícios à saúde. Originária da América do Sul, cresce facilmente em terrenos baldios e áreas rurais, sendo muitas vezes vista como uma “erva daninha”.

Apesar disso, suas propriedades terapêuticas têm atraído atenção científica, devido à riqueza de compostos bioativos como flavonoides, taninos e antioxidantes. Inclusive, no Brasil, ela está listada na Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (RENISUS) e no Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira (2ª edição) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Abaixo, confira 7 benefícios da planta medicinal picão e como utilizá-la!

1. Ação anti-inflamatória

O picão é reconhecido por suas propriedades anti-inflamatórias, eficazes no alívio de condições como artrite, reumatismo e inflamações de pele. No estudo “Analgesic and antiinflammatory activities of the ethyl acetate fraction of Bidens pilosa (Asteraceae)”, publicado no Inflammopharmacology, os pesquisadores concluíram que os efeitos analgésicos e anti-inflamatórios observados nessa planta podem ser atribuídos, ao menos em parte, à presença de flavonoides, que atuam como agentes ativos nessas propriedades terapêuticas. Assim, consumir o chá da planta ou aplicar compressas em áreas doloridas pode ajudar a reduzir o inchaço e aliviar a dor.

2. Propriedade antioxidante

Rico em antioxidantes naturais, o picão ajuda a combater os radicais livres, moléculas instáveis que causam danos às células e aceleram o envelhecimento. Ao proteger o organismo contra o estresse oxidativo, a planta contribui para a prevenção de doenças crônicas, além de manter a pele saudável e jovem.

Conforme o estudo “Bioactive compounds in Bidens pilosa L. populations: a key step in the standardization of phytopharmaceutical preparations”, publicado Brazilian Journal of Pharmacognosy, o extrato folhas/flores do picão apresenta melhor atividade antioxidante em comparação com os extratos de raiz e caule da planta.

3. Redução da pressão arterial

O picão contribui para a redução da pressão arterial, sendo uma opção natural para o controle da hipertensão. Os resultados do estudo “Hypotensive effects of a methanol extract of Bidens pilosa Linn on hypertensive rats”, publicado no Comptes rendus de l’Académie des sciences, sugerem que o extrato da planta é um medicamento anti-hipertensivo útil que não tem efeito na frequência cardíaca.

Conforme a pesquisa, os seus efeitos hipotensores podem estar relacionados com a vasodilatação. No entanto, o seu uso não deve substituir o acompanhamento e o tratamento médico.

imagem de flor de picão-preto
O picão pode ajudar no tratamento da icterícia (Imagem: Nature Clickz | Shutterstock)

4. Auxilia no tratamento da icterícia

Conforme o Anexo I da RDC Anvisa N° 10, de 9 de março de 2010, da resolução que dispõe sobre a notificação de drogas vegetais junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dá outras providências, a infusão da planta pode ser usada para ajudar no tratamento da icterícia, uma condição caracterizada pela coloração amarelada da pele e dos olhos, geralmente causada por problemas no fígado.

Suas propriedades hepatoprotetoras ajudam a proteger e desintoxicar o fígado, promovendo sua recuperação e contribuindo para a eliminação de toxinas acumuladas no organismo. Entretanto, o seu uso não deve substituir o tratamento e o acompanhamento médico.

5. Alívio de sintomas alérgicos

O picão-preto tem a capacidade de inibir a liberação de histamina, uma substância produzida pelo organismo em resposta a alergias. Essa ação ajuda a reduzir sintomas como coceira e inchaço. Aplicar compressas com a infusão da planta em áreas afetadas por alergias cutâneas pode ser uma solução prática e natural.

6. Proteção hepática

Com propriedades hepatoprotetoras, o picão ajuda a proteger o fígado contra danos causados por toxinas, medicamentos ou excesso de gordura. Seu uso regular ajuda a desintoxicar o organismo, promovendo o bom funcionamento hepático e auxiliando na prevenção de doenças como hepatite e fígado gorduroso. Todavia, o seu uso não substitui hábitos de vida saudáveis e acompanhamento ou tratamento médio.

7. Tratamento de problemas gastrointestinais

O picão é utilizado para ajudar a tratar condições como úlceras, gastrites e constipação. Seus compostos bioativos ajudam a reduzir a acidez estomacal, aliviar cólicas e melhorar o trânsito intestinal.

No estudo “Efecto antiulceroso de una solucion viscosa oral a partir de un extracto de bidens pilos l. (romerillo) en ratas”, publicado na Revista Cubana de Plantas Medicinales, os pesquisadores concluíram que a solução viscosa do picão diminuiu significativamente o número e a gravidade das lesões da mucosa gástrica induzidas pelo etanol e pelo estresse. No trabalho, a solução viscosa contendo 80% de extrato se mostrou a mais eficaz.

Como utilizar o picão

O picão pode ser consumido de diferentes formas, dependendo do objetivo de uso. Confira algumas sugestões:

  • Chá: ideal para tratar problemas internos, como inflamações e desconfortos digestivos.
  • Compressas: indicadas para aliviar dores e inflamações externas ou para tratar alergias na pele.
  • Banhos: auxiliam no tratamento de irritações e alergias cutâneas.
  • Uso culinário: as folhas jovens podem ser adicionadas a saladas e refogados, garantindo um consumo natural.

Cuidados importantes

Apesar dos inúmeros benefícios do picão para a saúde, é importante usá-lo com cautela. Como qualquer planta medicinal, seu consumo deve ser moderado e acompanhado de orientação de um profissional de saúde, especialmente para pessoas com condições específicas, como lactantes ou quem faz uso de medicamentos. Além disso, ele não deve substituir tratamentos médicos convencionais ou ser utilizado como única solução para problemas de saúde.

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