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Veja como estimular crianças com síndrome de Down

A síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21 (T21), é a alteração cromossômica mais frequentemente observada em recém-nascidos, com uma incidência de 1 em cada 660 nascidos vivos. A T21 provoca alterações físicas e cognitivas na criança, sendo algumas das principais características observadas: baixo tônus muscular, baixa estatura, hipermobilidade articular, fissuras palpebrais oblíquas (olhos […]

7 de outubro de 2024

Reportagem de: Edicase Conteúdo

A síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21 (T21), é a alteração cromossômica mais frequentemente observada em recém-nascidos, com uma incidência de 1 em cada 660 nascidos vivos. A T21 provoca alterações físicas e cognitivas na criança, sendo algumas das principais características observadas: baixo tônus muscular, baixa estatura, hipermobilidade articular, fissuras palpebrais oblíquas (olhos puxadinhos), prega única na mão, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e deficiência intelectual.

O favorecimento do desenvolvimento e da participação dessa população na vida escolar e profissional aumenta à medida que são estimulados desde bebês até a idade escolar. Práticas motoras no cotidiano dessas crianças, por meio de diferentes vivências corporais e estímulos sensoriais, propiciam rico estímulo e formação de novas conexões neuronais essenciais para o desenvolvimento físico e cognitivo.

Possibilidades de estimulação para bebês

Nos primeiros meses de vida, é importante incentivar a variabilidade de posturas e posições que favoreçam as conquistas motoras de base do bebê, como rolar, arrastar, girar em torno do próprio eixo. Para isso, a criança necessita estar em um local seguro e confortável, como em um tatame no solo.

Estímulos sensoriais com texturas, massagens, músicas e sons suaves, balanço em rede, cheiros suaves, puxar e empurrar brinquedos, além de estímulos visuais com brinquedos e cores contrastantes, são atividades que ajudam a estimular os sentidos, contribuindo para um bom desenvolvimento.

menina com Síndrome de Down brincando com blocos de brinquedo
Brinquedos podem ajudar a estimular o desenvolvimento de crianças com síndrome de Down (Imagem: Eleonora_os | Shutterstock)

Ações motoras na idade escolar

Podem ser realizadas atividades lúdicas com a implementação de brinquedos e equipamentos apropriados a cada faixa etária da criança. Algumas sugestões de atividades físicas incluem:

  1. Arrastar-se no chão por baixo de cadeiras;
  2. Passar por cima de uma corda esticada;
  3. Arremessar bolas com as duas mãos;
  4. Chutar bola;
  5. Andar em linha reta;
  6. Andar para trás puxando um carrinho;
  7. Pular com os dois pés;
  8. Tentar ficar em um pé só;
  9. Andar entre obstáculos.

Atividades pedagógicas e práticas inclusivas no ambiente escolar

Para crianças com síndrome de Down, é imprescindível que a avaliação não seja feita precocemente a partir do diagnóstico, mas pela valorização de seus conhecimentos prévios e suas interpretações dos conteúdos desenvolvidos. Para isso, é importante:

  1. Dirigir-se diretamente às crianças, no mesmo plano visual, para favorecer a comunicação e a aprendizagem.
  2. Priorizar a colocação da criança em carteiras na frente da sala, próximas ao quadro e ao professor, favorecendo melhor visualização e uma escuta mais atenta das orientações dadas. Isso também permite um acompanhamento mais próximo do professor em relação às demandas da criança.
  3. Fomentar o respeito dos colegas de turma pelas particularidades das crianças com síndrome de Down, contribuindo para a formação de cidadãos responsáveis, solidários e respeitosos com as diferenças.
  4. Estimular atividades motoras e sensoriais em grupo para potencializar a atividade intelectual e social.
  5. Promover o desenvolvimento cognitivo por meio de brincadeiras de imitação, que são positivas para esse fim.
  6. Estimular a independência funcional e incentivar a autonomia nos momentos de interação fora do horário de aula.
  7. Pesquisar e preparar material pedagógico diferenciado, sem descontextualizar o conteúdo curricular e as atividades realizadas pelos colegas

Por Lilian Pinto Amaral, fisioterapeuta em neuropediatria, mestre e doutora em educação, e Vilma Lení Nista-Piccolo, licenciada em educação física, bacharel em fisioterapia, mestre em educação e doutora em psicologia educacional. São autoras do livro “Aprendizagem para criança com Síndrome de Down”.

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