Arte mogiana resiste no ‘Festival Dezindie’, neste sábado

Quatro shows, um debate, seis exposições fotográficas. Oito horas de programação ininterruptas. Atrações possibilitadas por um edital municipal da Lei Aldir Blanc (LAB). Tudo isso – e também mais – poderá ser visto no ‘Festival DezIndie versão 12.1’, que será transmitido online e de graça, neste sábado, dia 6.

O evento começa com uma fala do Poranduba, coletivo responsável pela coordenação, às 14h30. Logo na sequência vem as apresentações, gravadas, precedidas por uma entrevista ao vivo. A primeira delas é do rapper Marcos Favela, que tem um disco com rimas sobre o veganismo e em 2020 lançou uma parceria internacional, ‘Jet na Suécia’, com o produtor Adribeatz.
Depois, às 16h00, será a vez do rock alternativo da InfraAudio, de Jacareí. Eles tocarão canções autorais, como as que integram o EP ‘Tempo’, último lançamento do grupo, cujo tema são as “ações, reações e contradições recebidas ou, de certa forma, impostas pelo tempo”. 

O debate com a Frente Popular pela Cultura de Mogi das Cruzes será exibido às 17 horas, ao vivo. Representantes de diferentes movimentos artísticos terão voz para expor suas demandas e mostrar como está o relacionamento com o poder público, a iniciativa privada e a sociedade organizada. 

Às 18h30, o palco digital do ‘Dezindie’ é de Khalil Magno. Sorocabano que tem muito apreço por Mogi, cidade que o acolheu artisticamente, ele vem sendo confundido com Caetano Veloso pelos  versos anti-Bolsonaro que canta em ‘De Cara Pro Vento’, disco de estreia gravado em Lisboa.

O grupo Dona da Rua, formado por Lívia Barros, Helô Ferreira e Juliana Rodrigues, é o último a se apresentar, às 19h30. Conhecido por fazer do samba um momento de “revolução”, elas cantarão, entre outras músicas, ‘Pequena’, ‘Justiça’ e ‘Que Venha em Mim’, de 2019, faixa premiada pelo 6º Festival da Canção da cidade.

Além dos shows, desde o início do dia estarão disponíveis seis exposições de fotografia pelo site oficial do projeto – https://www.dezindie.com.br/. Os cliques são de Suelinton Lima, Jean Silva, Daniela Ramiro, Camila Visentainer, Dayane Oliveira e Jaqueline Phelpini.

A 12ª edição da agenda foi realizada digitalmente, em outubro último, com recursos do Programa de Fomento à Arte e Cultura (Profac). A intenção da organização, quando se inscreveu para a LAB, era fazer uma nova versão presencial. Com o crescimento de casos de coronavírus, porém, o foco continua sendo a internet, que permite não apenas a inclusão gratuita como a participação da audiência. 

Uma das novidades que surgiram em 2020 foi uma feira com diferentes tipos de produtos que podem ser apreciados e adquiridos diretamente no marketplace do ‘Dezindie’. Essa seção continua, e assim como toda a plataforma, foi melhorada. Será possível, aliás, acessar todo o conteúdo do ano passado (19 bandas, 16 curtas-metragens, dez exposições e sete debates). 

Um dos nomes à frente da organização, o artista mogiano Caio Costa Amaro diz que esta versão é “reduzida e remota”, porém não menos importante. Embora espere mais uma vez atingir milhares de pessoas, ele diz que o importante é “continuar fazendo” os trabalhos culturais e artísticos. 

O símbolo dessa versão do festival resume bem a ideia de resistência: o monumento ‘Bandeirante’, instalado em uma das entradas da cidade, porém com o rosto coberto por uma “máscara que simboliza a morte” em forma de “crítica à postura negacionista do Governo”.

Outras informações estão disponíveis pelas redes sociais do Coletivo Poranduba e também no próprio endereço virtual das ações.