Parada do Orgulho LGBTQIAP+ de Mogi terá trio, shows e luta por direitos neste domingo
Símbolo de resistência e conquistas em um período marcado por uma série de quatro assassinatos de pessoas trans na cidade, e o crescimento de ataques à população formada por gays, lésbicas, travestis, transexuais e outras identidades de gênero, a 5ª Parada do Orgulho LGBTQIAP+ de Mogi das Cruzes será realizada neste domingo (30), a partir […]
Reportagem de: O Diário
Símbolo de resistência e conquistas em um período marcado por uma série de quatro assassinatos de pessoas trans na cidade, e o crescimento de ataques à população formada por gays, lésbicas, travestis, transexuais e outras identidades de gênero, a 5ª Parada do Orgulho LGBTQIAP+ de Mogi das Cruzes será realizada neste domingo (30), a partir das 14 horas, com a concentração em frente à UMC e Estação Estudantes. O tema deste ano é: “Existimos e Resistimos: por uma Política LGBTQIAP+ em Mogi”.
Os organizadores esperam um público de 5 mil pessoas durante o evento que busca romper com o preconceito, a transfobia e, particularmente na cidade, a falta de políticas públicas direcionadas a essa parcela da população, como destaca Alexandra Braga, do Fórum Mogiano LBGT.
No ano passado, cerca de 3 mil participantes acompanharam o evento, que ocorreu em um domingo de chuva. A meta é superar esse número.
A Parada que nasceu como sendo do Orgulho Gay e ganhou nova expressão com a ampliação do leque identitário no Brasil é um evento de festa, mas também de holofote à luta contra “retrocessos no respeito à diversidade e a falta de políticas públicas”, como destaca a pedagoga Alexandra Braga (veja entrevista concedida por ela ao jornalista Filipe Almeida, em seu podcast Plugado, em O Diário).
Alexandra critica a falta de diálogo com o prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha, “que não nos recebeu uma única vez, até agora” e confirma que, desde o governo federal passado, do ex-presidente Jair Bolsonaro, os ataques de fundamentalistas cresceram não apenas nas redes sociais, mas com a onda de violência física e os assassinatos na cidade e em todo o país. Na Câmara Municipal, o tema enfrenta forte resistência.
O evento serve como mola para difundir os direitos dessa parcela da população, bem como os canais existentes para denúncias e mobilização.
“A transfobia, assim como o racismo, é um crime”, reforça a ativista, lembrando que, na cidade, um ponto de apoio para o recebimento de denúncias é o Fórum Mogiano LGBT.
Uma novidade que deverá ser divulgada durante a Parada mogiana é a criação de um braço do Pro+Trans, que existe em Guarulhos, e que está sendo planejado para também ser implantado aqui.
Programação
Além dos shows e performances durante a tarde e noite, lideranças e entidades terão direito à fala no evento que não se fia apenas no entretenimento – siga nas redes sociais @paradadoorgulholgbtmogi. “Nós lutamos por justiça, por direitos, assim como fizemos após os quatro assassinatos que ocorrem em Mogi e, graças à Polícia, e o apoio que tivemos da imprensa local, apenas um dos assassinos ainda está solto”, reforça a organizadora.
Alexandra Braga, que irá completa 46 anos na segunda-feira (31) e se diz uma “sobrevivente dentro de um corpo trans”, reafirma que uma das lutas é a inclusão da Parada do Orgulho LGBTQIAP+ no calendário oficial de Mogi das Cruzes, o que levaria ao projeto, recursos financeiros para a continuidade.
Neste ano, o evento contou com fomento estadual do Programa Mais Orgulho, Associação Amigos da Arte, Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo, além da infraestrutura oferecida pela Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura de Mogi das Cruzes (segurança, banheiros químicos, etc).
A programação
Quem for conferir a Parada do Orgulho em Mogi acompanhará a apresentações de atrações como Tamara Bracho, Luís Levado, Gui Abreu, Kenny Freitas, Mell Collangeli, Gabriel Marques, Eddy Monster, Carlinhos Esteves, Ava Rissati, Victorya Princing, Tiffanny Brandão, Márcia Pantera, entre outros.
Entre os coletivos e lideranças, estão integrantes das secretarias de Cultura e Assistência Social de Mogi das Cruzes, Letícia, do Mandato das Pretas, Apeoesp, Mães de Resistência, Ong para Todes, e os vereadores Inês Paz e Iduigues Ferreira Martins.
A realização do evento é da Comissão Organizadora da Parada LGBTQIAP+ de Mogi das Cruzes (Fórum Mogiano LGBT+ – @forumlgbtmogi – e Coletivo Diversidade Alto Tietê – @diversidadealtotiete).