Tendência, e-books tornam a leitura prática e acessível
Ainda que não tenha o “cheiro do papel”, característica tão querida pelos amantes de livros físicos, a “praticidade” dos meios digitais encantam leitores de todas as idades, como conta a agitadora cultural Carla Pozo, líder do grupo Entremeio Literário. De fato, a tecnologia proporciona vantagens. Em um aparelho com peso de 260 gramas, como o […]
Reportagem de: O Diário
Ainda que não tenha o “cheiro do papel”, característica tão querida pelos amantes de livros físicos, a “praticidade” dos meios digitais encantam leitores de todas as idades, como conta a agitadora cultural Carla Pozo, líder do grupo Entremeio Literário. De fato, a tecnologia proporciona vantagens. Em um aparelho com peso de 260 gramas, como o Kindle de 10ª geração, é possível ter uma biblioteca completa e portátil, por exemplo.
Nestes dispositivos, e também em celulares é possível ter acesso – com poucos cliques e muitas vezes de graça – a livros clássicos e modernos, jornais, revistas e outros tipos de conteúdo.
“Nesses aparelhos a leitura fica dinâmica e agradável, com várias possibilidades de letra e tamanho”. A vantagem, ela continua, é a possibilidade de ler em praticamente qualquer lugar. “Sentado, deitado, em pé, no ônibus.
Carla diz que “muitos dos escritores locais “já publicavam materiais online” antes da pandemia, mas que o isolamento social contribuiu para o aumento dessa prática. “A gente tem pesquisas que mostram que a pandemia fez da internet uma ferramenta essencial para tudo, desde leitura de jornal a compras de produtos”, afirma a mogiana, que já considera como hábito a busca por informações e conteúdos diversos no ambiente digital.
Solução para todas as idades
Em 2015, Margarete Brito publicou seis contos. Dois anos mais tarde, ao mudar-se para Mogi, sentiu-se acolhida pelo grupo Entremeio Literário e, aprendeu a apreciar a escrita mogiana. Decidiu se aventurar nesse universo novamente, e produziu um romance. O resultado foi bom, e neste atípico 2020 ela publicou mais um. Todos estão disponíveis em versões digitais, pelo site da Amazon.
As primeiras histórias, ‘Dia de Liberdade’, ‘Arraiá de Aniversário’, ‘Amor verdadeiro’, ‘Espanou!’, ‘A Carta Anônima’ e ‘O Alisador’, só podem ser lidas desta maneira, na verdade. “É um mercado que vem crescendo ao longo do tempo, principalmente por conta da facilidade em ter vários livros em apenas um leitor ou no próprio celular”, justifica ela, sobre a escolha.
Depois dessas publicações, Margarete decidiu apostar em mais de um formato. O primeiro romance, ‘A Busca de Luna’, foi disponibilizado também em versão física, alcançando todos os tipos de público.
“O e-book”, defende ela, “tem valores bem mais acessíveis do que os livros físicos”. Outro ponto positivo é a pronta entrega, que elimina a necessidade de ir até uma loja ou esperar o livro chegar pelo correio. “É mais prático e mais barato”, resume.
E há demanda? “No meu caso, ainda percebo certo equilíbrio, pois escrevo para todas as faixas etárias, e elas têm hábitos de consumo diferentes”, responde Margarete. “A pandemia foi um empurrão” para impulsionar as interações e vendas online, continua. “Quem não tinha facilidade ou tinha resistência acabou acessando e gostando”.
Sentindo os efeitos do tal “empurrão”, a escritora lançou, em meio ao caos provocado pela Covid-19, um novo título. Com a história de uma banda e de um triângulo amoroso, ‘Katarzze: Os Bastidores do Sucesso’ já está disponível de maneira virtual, pois o arquivo é menos oneroso para ser produzido, e deve ganhar edição impressa em breve, a partir do incentivo arrecadado em campanha de financiamento coletivo.
“Ainda tenho o sonho de ter uma enorme biblioteca em casa, então espero que os livros físicos não acabem”, conclui a escritora, apostando na convivência harmoniosa entre os dois formatos. “As tecnologias só vem para agregar. Talvez o livro físico permaneça para quem encontra prazer em consumi-lo, e o digital para quem busca ler e estudar num ônibus, no metrô, na fila do banco… O mesmo vale para o audiobook, modelo que busco investir no futuro”.
Opinião
“Gosto muito do livro físico, mas o e-book traz mais comodidade. Tenho uma biblioteca inteira num aparelhinho pequeno para carregar pra qualquer lugar, que tem luz própria e marcação de quanto eu já li e quanto tempo falta para terminar. Além disso, os livros geralmente são mais baratos que os físicos” – Dani Souza, jornalista
“Eu aprendi a ler ebook no suporte Kindle, em viagens. Nos dois anos antes da pandemia praticamente vivi entre aeroportos. O dilema era: e se eu levar um livro novo, começar a ler e não gostar? Com o e-book, isso se resolve: basta fechar e abrir outro, sem nenhum volume a mais. A praticidade de folhear páginas também é uma realidade, especialmente nos espaços reduzidos do avião. Migrei do papel para o digital sem grandes traumas” – Eduardo Zugaib, escritor, publicitário e palestrante