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‘Cidades-fantasma’ da Evergrande expõem crise imobiliária chinesa

A crise da Evergrande, gigante da construção civil chinesa, é apenas mais um elemento no declínio gradual do setor na China, depois de forte explosão na década passada, afirmam analistas ouvidos pela CNN. Entre um dos fatores alarmantes, está o excesso de oferta, que deixa dezenas de milhões de apartamentos vazios, movimento chamado de ‘cidades […]

17 de outubro de 2021

Reportagem de: O Diário

A crise da Evergrande, gigante da construção civil chinesa, é apenas mais um elemento no declínio gradual do setor na China, depois de forte explosão na década passada, afirmam analistas ouvidos pela CNN. Entre um dos fatores alarmantes, está o excesso de oferta, que deixa dezenas de milhões de apartamentos vazios, movimento chamado de ‘cidades fantasma’.

O economista-chefe da Capital Economics na Ásia, Mark Williams, estimou à CNN que a China tem cerca de 30 milhões de propriedades à venda, suficiente para comportar cerca de 80 milhões de pessoas — equivalente à população da Alemanha, e quase o dobro da população do estado de São Paulo.

Além disso, a Capital Economics estima ainda que há 100 milhões de propriedades que foram compradas, mas ainda não estão sendo usadas, o suficiente para acomodar 260 milhões de pessoas, ou 50 milhões a mais que a população brasileira.

O setor imobiliário e outros a ele ligados representam cerca de 30% do PIB da China. Essa proporção é muito superior à de outras economias desenvolvidas, segundo Williams. E isso tem sustentado o crescimento econômico do país.

Especialistas, no entanto, passaram a temer que a expansão do setor imobiliário seja uma bomba-relógio, sobretudo devido ao elevado endividamento de empreiteiras e desenvolvedoras para tocar os projetos.

No centro do problema, está a Evergrande, a empresa mais endividada do mundo, com um passivo de US$ 300 bilhões. Na esteira da crise da gigante, porém, várias outras empreiteiras revelaram dificuldades no fluxo de caixa, renegociando vencimentos de títulos da dívida.

Em relatório publicado recentemente, a economista da Moody’s Analytics Christina Zhu afirmou que 12 empresas chinesas do setor imobiliário têm inadimplência de quase US$ 3 bilhões no primeiro semestre de 2021.

— Isso equivale a quase 20% do total das incorporadoras nos primeiros seis meses do ano, o maior em todos os setores na China continental — afirmou à CNN.

Cerca de 90% das propriedades da China são vendidas ainda na planta.
Segundo o Bank of America, a Evergrande vendeu cerca de 200 mil imóveis que ainda não foram entregues aos compradores, e estes cada vez mais temem acabar de mãos vazias.

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