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‘Eu tenho sido alvo de racismo e narrativas negativas e arcaicas’, diz Hamilton

Lewis Hamilton se manifestou novamente após um vídeo em que o brasileiro Nelson Piquet se refere a ele como “neguinho”. Em sua chegada ao paddock da F1, para a disputa do GP de Silverstone, na Inglaterra, o piloto afirmou que tem “sido alvo de racismo e narrativas negativas e arcaicas e tons de discriminação”. “Fazem […]

30 de junho de 2022

Reportagem de: O Diário

Lewis Hamilton se manifestou novamente após um vídeo em que o brasileiro Nelson Piquet se refere a ele como “neguinho”. Em sua chegada ao paddock da F1, para a disputa do GP de Silverstone, na Inglaterra, o piloto afirmou que tem “sido alvo de racismo e narrativas negativas e arcaicas e tons de discriminação”.

“Fazem dois anos desde que nos ajoelhamos na Áustria. Claro que ainda enfrentamos os desafios. Eu tenho sido alvo de racismo e narrativas negativas e arcaicas e tons de discriminação. Não sei por que continuamos a dar uma plataforma a essas pessoas mais velhas”, disse Hamilton.

O piloto afirmou que declarações como a de Piquet refletem “vozes antigas” que acreditam que, “subconscientemente ou conscientemente”, pessoas como ele não “deveriam estar no esporte”. O inglês já havia se manifestado sobre o ocorrido, dizendo que a prioridade seria “focar em mudar a mentalidade”.

“Eles estão falando sobre o esporte, mas estamos olhando para uma direção diferente. É a imagem maior. Agora é uma reação imediata de empresas de todo o mundo. Provavelmente todos eles já têm um roteiro pronto para esse gerenciamento de crise. Não é suficiente. Agora é sobre ação”, reforçou o inglês.

Antes, Hamilton já havia criticado a fala de Piquet, afirmando que tratava-se de “mentalidade arcaica” e que “chegou a hora da ação”, pelo fato de atitudes como a do brasileiro serem “mais do que linguagem”.

Tricampeão da Fórmula 1, Piquet fez a afirmação ao ser perguntado se uma tentativa de ultrapassagem feita por Max Verstappen sobre o inglês, no GP de Silverstone do ano passado, era similar a uma feita por Ayrton Senna, em prova realizada 1990. Procurada pela reportagem, a assessoria de Nelson Piquet não quis se manifestar sobre o caso.

O registro da fala de Piquet passou a circular nas redes sociais desde o domingo. No Brasil, ocorre crime de racismo quando há ofensa à dignidade de alguém, com base em elementos referentes à sua raça, cor, etnia, religião, idade ou deficiência, com pena que pode ir de 1 a 3 anos de reclusão.

O ex-piloto se manifestou pela primeira nesta quarta-feira. Através de comunicado, o brasileiro pediu desculpas ao heptacampeão da Fórmula-1 e “todos que foram afetados”. Piquet negou que tenha usado o termo “neguinho” com intenção de ofender, e afirma que o termo é comum no Brasil:

“O que eu disse foi mal pensado, e eu não vou me defender por isso, mas eu vou deixar claro que o termo é um daqueles largamente e historicamente usados de forma coloquial no português brasileiro como sinônimo de ‘cara’ ou ‘pessoa’ e nunca com intenção de ofender. Eu nunca usaria a palavra que estou sendo acusado em algumas traduções. Condeno veementemente qualquer sugestão de que a palavra tenha sido usada por mim com o objetivo de menosprezar um piloto por causa de sua cor de pele”, disse.

Ele continuou, condenando as traduções usadas para o tremo, já que a polêmica atingiu a mídia internacional.

“Eu me desculpo com todos que foram afetados, incluindo Lewis, que é um grande piloto, mas a tradução em algumas mídias e que agora circula nas redes sociais não é correta. Discriminação não tem espaço na F1 ou na sociedade e estou feliz em deixar claro meus pensamentos sobre isso” finalizou.

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