2 pacientes do Luzia vão para clínica de hemodiálise; grupo luta por vaga em Mogi
O grupo de pacientes que usou as redes sociais para denunciar um drama da rede hospitalar de saúde de Mogi das Cruzes e do Alto Tietê recebeu a notícia, nesta segunda-feira (30), que duas pessoas, um homem e uma mulher, deverão ser transferidos para o Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, e deixarão os […]
Reportagem de: O Diário
O grupo de pacientes que usou as redes sociais para denunciar um drama da rede hospitalar de saúde de Mogi das Cruzes e do Alto Tietê recebeu a notícia, nesta segunda-feira (30), que duas pessoas, um homem e uma mulher, deverão ser transferidos para o Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, e deixarão os leitos ocupados há semanas no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo. Ainda não houve o atendimento ao pedido dos doentes – o aumento efetivo das vagas para as sessões de hemodiálise em Mogi das Cruzes e Suzano, mas a notícia alenta quem está há mais de 4 meses internado porque depende do procedimento para seguir com o tratamento da doença renal crônica em casa.
O Diário obteve a informação que há uma movimentação para a ampliação das máquinas no Instituto de Nefrologia de Mogi das Cruzes, localizado no Alto do Ipiranga, o que poderá melhorar o andamento da fila de espera pela hemodiálise. Oficialmente, no entanto, o aumento das vagas ainda não foi divulgado.
Na semana passada, o Estado admitiu que pacientes ficam, em média, três meses internados no Luzia porque faltam vagas nas clínicas parceiras do Sistema Único de Saúde, o SUS (veja reportagem de O Diário).
Esses pacientes poderiam continuar o tratamento em casa, porém, como dependem das sessões semanais, não podem obter alta, sem assegurar uma vaga nos Institutos de Nefrologia de Mogi das Cruzes e Suzano.
Uma outra característica dessa bandeira é a luta pelo atendimento mais perto de casa – em algumas outras regiões do Estado, há outras clínicas, mas o paciente, já com a saúde debilitado, fica sujeito a viagens que podem durar o dia inteiro – lembrando que as sessões são, em média, de três a quatro horas.
Nesta segunda-feira, a fila andou não porque houve uma alta na oferta de vagas – infelizmente, dois pacientes que estavam sendo atendidos, vieram a óbito.
A espera pelas vagas depende da alta médica – o que, no caso da doença renal crônica, é algo possível, mas demorado e raro, ou da morte de algum dos antigos pacientes.
Com a abertura de duas vagas, uma das pacientes que aparece no vídeo, Olga Machado Mitterhoffer, e um outro paciente, Fabiano Barroso da Silva, farão exames nos próximos dias e poderão receber alta médica do Luzia e seguirão com o tratamento.
Os demais cerca de 41 – segundo informações extraoficiais, continuarão internados e dependentes do cumprimento da promessa do governo do Estado – que afirmou, por meio de nota a O Diário, que busca meios de ampliar a oferta de vagas nas clínicas de Nefrologia.
Desde a exibição do vídeo com pedido público de ajuda do Governo do Estado (veja aqui), na semana passada, o compartilhamento por amigos e reportagens na imprensa de Mogi das Cruzes, o deficit de vagas para hemodiálise voltou a ser tema de moções e cobranças em locais como a Câmara de Mogi das Cruzes.
No vídeo, uma das pacientes, Vanessa Cristina de Paula da Silva, em nome dos demais, detalha a dolorosa situação e os riscos de infecção hospitalar, que deprimem ainda mais o quadro de ansiedade de quem vive essa espera.
VEJA TAMBÉM – A Câmara Municipal aprovou moção de apelo pela ampliação dos atendimentos.
O vídeo dos pacientes pedindo ajuda para reduzir a espera que dura meses denuncia em outro grave problema da rede pública hospitalar – a falta de leitos para atender toda a demanda.
Com a ocupação durante meses por pacientes que poderiam estar sendo tratados em casa, o deficit de vagas segue inalterado e provoca outros problemas como a superlotação de UPAs e da Santa Casa de Mogi das Cruzes.
VEJA REPORTAGEM de O Diário sobre a falta de leitos em Mogi das Cruzes e no Alto Tietê).