5ª Caminhada de Ogum acontece neste sábado (6), nas ruas centrais de Mogi
Adeptos do Candomblé, Umbanda e demais cultos de origem africana, assim como de outras religiões, participam, neste sábado (6), a partir das 9h30, da 5ª Caminhada de Ogum (São Jorge), promovida pela Associação Cultura e Religiosa Axé Mogi. Buscando a interação das cerca de uma centena e meia de casas de Umbanda e Candomblé da […]
Reportagem de: O Diário
Adeptos do Candomblé, Umbanda e demais cultos de origem africana, assim como de outras religiões, participam, neste sábado (6), a partir das 9h30, da 5ª Caminhada de Ogum (São Jorge), promovida pela Associação Cultura e Religiosa Axé Mogi.
Buscando a interação das cerca de uma centena e meia de casas de Umbanda e Candomblé da região, a popularização das religiões e cultura de matrizes africanas e o fim do preconceito que ainda envolve tais atividades, os participantes irão realizar uma passeata por algumas das ruas centrais da cidade carregando andores com imagens de Ogum, instrumentos musicais como atabaques, bongôs e outros, reafirmando a importância do evento que acontece quinta vez na cidade, a segunda após a interrupção, nos anos de 2020 e 2021, por conta da pandemia de Covid-19.
“Convidamos a todos para que participem de nosso evento”, diz o presidente do Axé Mogi, Marcio Roberto Araújo de Sousa, o Pai Roberto D’Xangô, principal organizador da manifestação, que promete se tornar tradição na cidade.
A Caminhada de Ogum tem início com a concentração no Largo Bom Jesus, ao lado da antiga Doceria Mirella, a partir das 9h30. Logo em seguida, o cortejo com representantes dos terreiros e demais participantes seguirá pela rua Ricardo Vilela, em direção à rua Deodato Wertheimer, de onde deverá chegar ao Largo do Rosário, onde serão apresentadas inúmeras atrações que já confirmaram presença no evento.
Entre os destaques mais conhecidos estarão Pai Helcio de Oxalá e a banda Semente Cristal, além de outros participantes que irão se apresentar até meados da tarde, naquele local de grande movimento do centro, especialmente aos sábados.
Um grande número de pessoas de toda a região do Alto Tietê são esperadas para o cortejo, onde irá se destacar o andor com uma grande imagem de Ogum (São Jorge), além de cantos de pontos que são normalmente apresentados nas casas de Umbanda e Candomblé.
“Como a nossa religião é exercida nos terreiros, será uma ótima oportunidade para que as pessoas tenham um contato maior e mais direto com a nossa cultura e sentimento de religiosidade”, afirma Pai Roberto D’Xangô.
Segundo ele, por meio da interação entre as casas de Umbanda e Candomblé, “queremos mostrar a todos que é possível exercer nosso direito aos cultos, além de vivermos em um mundo igualitário, sempre marcado pelo respeito mútuo”, afirma o organizador. Para ele, “está na hora de acabar com os preconceitos e mostrar a todos nossos direitos, reconhecendo todo o trabalho que é realizado pelo grupo Axé Mogi”.
Ele insiste para que o maior número possível de pessoas compareça e participe da Caminhada, pois “juntos, faremos a diferença”.
Quem é Ogum
Ogum é uma divindade de origem africana (orixá) cultuado em religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé. Ogum é o orixá guerreiro, conhecido pela sua coragem e força. Em iorubá, grupo étnico-linguístico da África Ocidental, Ogum significa guerra.
De acordo com a mitologia africana, mostrada em sites da internet, Ogum era filho do rei Odudua, fundador da cidade de Ifé. Apesar de viver os privilégios de um príncipe, Ogum era uma figura bastante inquieta e gostava muito de representar seu pai nas lutas pela conquista de novos territórios.
Segundo estudos das religiões de matrizes africanas, Ogum protege os agricultores, os soldados, os artesãos e seus filhos e todas as pessoas que pedem a sua ajuda nas lutas, na justiça ou até mesmo por melhores condições de vida. Orixá do elemento terra, Ogum é pleno de energia e empreendedor e suas decisões são rápidas.
Ainda conforme os estudiosos, o sincretismo religioso – mistura de religiões – permite que Ogum seja celebrado tanto pelo Catolicismo quanto pelas religiões de matriz africana, com feijoadas, missas, giras e festas.
Ele é São Jorge para os católicos e, no sincretismo religioso, é Ogum para os umbandistas e candomblecistas.