A cada dia, 100 motos são levadas por marginais no Estado de S. Paulo
A cada dia, são registrados uma média de 100 roubos ou furtos de motocicletas em todo o Estado de São Paulo. No primeiro semestre do ano, a alta foi de 7,14%, na comparação com igual período do ano passado. Foram 18.292 casos, entre os meses de janeiro e junho de 2023, contra 17.073 ocorridos entre […]
Reportagem de: O Diário
A cada dia, são registrados uma média de 100 roubos ou furtos de motocicletas em todo o Estado de São Paulo. No primeiro semestre do ano, a alta foi de 7,14%, na comparação com igual período do ano passado. Foram 18.292 casos, entre os meses de janeiro e junho de 2023, contra 17.073 ocorridos entre janeiro e junho de 2022.
O crescimento ocorreu, principalmente, em razão dos furtos, que aumentaram 16,24%. Foram 13.071 ocorrências, no primeiro semestre de 2023 e outras 11.245, no mesmo período do ano passado.
Os dados constam do Boletim Tracker-Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado), ao qual O Diário teve acesso.
Os roubos recuaram 10,42%. Foram 5.221, nos seis primeiros meses de 2023, contra 5.828, em igual período de 2022.
Os casos de furtos, durante os primeiros seis meses de 2023, ocorreram com maior intensidade aos domingos, quando foram registradas 17,57% das ocorrências, seguidos das quintas-feiras (15,54%); terças e quartas-feiras (14,86% cada); sextas-feiras (13,51%) e sábados (12,84%). O menor índice de furtos de motocicletas foi registrado nas segundas-feiras (10,81%).
Os casos de roubos de motos ocorrem em dias da semana parecidos aos dos furtos. Os casos ocorreram predominantemente nos domingos (32,25%), seguidos de sábados (19,07%), quintas e sextas-feiras (12,37% cada), quartas-feiras (10,55%) e terças-feiras (6,69%). Os menores índices de roubos também acontecem nas segundas-feiras (5,68%).
As preferidas
O Boletim Tracker-Fecap indicou a preferência dos marginais por motocicletas mais possantes, as de maiores cilindradas, justamente as de maior valor de mercado.
O Estado de São Paulo registra uma média de mais de quatro motos acima de 600 cilindradas roubadas ou furtadas por dia. Entre janeiro e junho foram registrados 794 boletins de ocorrência. No mesmo período do ano passado, foram 400. Quando o número é comparado com o segundo semestre de 2022, o total registrado neste ano é 16,59% maior.
Nesta categoria de motos grandes, os roubos são mais comuns do que os furtos, ao contrário do que ocorre com as motos de baixa cilindrada. “Isso está atrelado a utilização da motocicleta. O proprietário costuma utilizar estes modelos para o lazer. Portanto não deixa o veículo estacionado nas ruas, local onde normalmente acontecem os furtos. As motos grandes ficam nas garagens ou em estacionamentos fechados. Paralelo a isso, esses modelos são mais utilizados aos fins de semana, momento em que o proprietário é abordado pelos bandidos”, afirma o Coordenador do Comando de Operações do Grupo Tracker, Vitor Corrêa.
Segundo o Boletim Tracker –Fecap “houve um aumento de 83,53% nas ocorrências de roubo, no primeiro semestre de 2023, em comparação com o mesmo período de 2022. Ao comparar os dois semestres de 2022, percebe-se um aumento de 70% no número de roubos, no segundo semestre, em relação ao primeiro”.
“E, mesmo com o drástico aumento de roubos no segundo semestre de 2022, o primeiro semestre de 2023 conseguiu superá-lo com um aumento de aproximadamente 8,11%. A situação dos roubos de motocicletas de alta cilindrada no Estado de São Paulo tem se agravado consistentemente desde 2022. O aumento de ocorrências é particularmente alarmante, pois mostra um padrão claro de crescimento contínuo e preocupante”, analisa o coordenador do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da FECAP, Erivaldo Costa Vieira.
Cidades
A cidade de São Paulo lidera o ranking com um total de 293 ocorrências, seguido por Campinas (37) e Guarulhos (25). O top 10 das cidades compreende uma vasta área geográfica, desde centros urbanos até áreas mais afastadas, demonstrando a abrangência do problema.
No Alto Tietê
A pedido deste jornal, os responsáveis pelo Boletim Tracker Fecap divulgaram os dados mais recentes, relativos aos casos de furtos e roubos de motocicletas nas cidades da região do Alto Tietê. Segundo o levantamento, durante todo o ano de 2022, foram registrados 31 casos de roubos (28) e furtos (3), enquanto somente no primeiro semestre deste ano, foram registradas 24 ocorrências de roubos (18) e furtos (6).
Em 2022, o levantamento apontou somente três casos de furtos de motos (1 em Mogi e 2 em Arujá).
Apenas nos primeiros seis meses de 2023, foram seis casos de furtos de motocicletas (2 em Suzano e 1 caso cada em Itaquá, Ferraz, Poá e Mogi).
Já os casos de roubos durante o ano de 2022 somaram 28 (8 em Mogi, 8 em Arujá, 5 em Poá, 5 em Suzano, 1 em Guararema e 1 em Ferraz).
Somente no primeiro semestre de 2023, já ocorreram 18 casos de roubos de motos na região, divididos entre 6 em Suzano, 4 em Arujá, 3 em Arujá, 2 em Mogi, 2 em Poá e 1 em Ferraz de Vasconcelos).
Nota da pesquisa
Os responsáveis pelo Boletim Tracker – Fecap divulgam a seguinte nota explicativa para a pesquisa: para os anos de 2021 e 2022, os dados do Boletim Tracker-Fecap foram baseados nas informações fornecidas pela SSP-SP, que, nesse período, sofreram modificações decorrentes de auditorias. Não temos informações precisas sobre o impacto destas alterações no relatório. Quanto aos dados de 2023, ressalta-se uma inconsistência: os números totais de roubos e furtos de veículos fornecidos pela SSP-SP após a auditoria não coincidem com os dados disponíveis na planilha de Veículos Subtraídos da própria SSP. Solicitamos esclarecimentos à SSP no Centro de Análise, Planejamento e Estatística, mas até o momento não obtivemos respostas.