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A principal história do vice, Geraldo Alckmin: a dele própria

Vice-presidente da República no governo de Lula, Geraldo Alckmin, 70 anos, encarna fielmente o perfil do caipira interiorano, aquele que gosta de contar causos quando está entre os amigos, mas que também sabe como agir nos momentos certos para atingir seus objetivos. Mostrou isso ao ser escolhido por Lula entre tantos outros nomes que despontavam […]

16 de julho de 2023

Reportagem de: O Diário

Vice-presidente da República no governo de Lula, Geraldo Alckmin, 70 anos, encarna fielmente o perfil do caipira interiorano, aquele que gosta de contar causos quando está entre os amigos, mas que também sabe como agir nos momentos certos para atingir seus objetivos.

Mostrou isso ao ser escolhido por Lula entre tantos outros nomes que despontavam como possíveis vices do petista, e acabou colaborando, de maneira decisiva, com a eleição do mais novo companheiro.

Alckmin gosta de contar histórias de políticos ou de gente de sua região. Mas são poucos, inclusive os seus vizinhos, que sabem como ele, estudante de Medicina, no Vale do Paraíba, acabou se enveredando pelo caminho a política. 
Dizem que foi por acaso. Ele estava com 19 anos e cursava o primeiro ano de faculdade, na Universidade de Taubaté, quando recebeu a visita do presidente do MDB de Pindamonhangaba, Paulo de Andrade. 

O objetivo dele era filiar o colega de classe, Antonio José Betônio Moreira ao partido, para concorrer a vereador. 
Alckmin estava do lado e acabou também ingressando no MDB. Alguns meses depois, Betônio desistiu de disputar uma vaga na Câmara e acabou sobrando para Alckmin ocupar o seu lugar. 

O futuro médico terminou o pleito como o vereador mais votado da história da cidade. Foram 1.447 votos, equivalentes a mais de 10% do eleitorado.

Chegou a presidente da Câmara, mas não pretendia disputar a Prefeitura, em 1976, apesar dos muitos apelos do partido.

Em agosto, no entanto, o ex-presidente da República, Juscelino Kubitscheck, morreria em um acidente na Rodovia Presidente Dutra, nas proximidades de Pinda.

Uma edição especial da revista Manchete contando a história do presidente chegou às mãos de Geraldo Alckmin durante um plantão de final de semana, no hospital da cidade.

Ele leu a reportagem do começo ao fim e acabou emocionado com a história de Juscelino, o presidente seresteiro, capaz de quebrar os muitos paradigmas da política de sua época.

Quando terminou o trabalho extra de final de semana, Alckmin já estava disposto a encarar a eleição para prefeito e, a partir daquele momento, a política passou a ser o seu principal objetivo de vida.

Foi prefeito e, em 1986, foi o quarto mais votado entre os deputados federais paulistas, do já então PMDB.

Veio a Constituinte e ele se tornou aliado incondicional de Mário Covas, com quem fundaria o PSDB, partido pelo qual viria a governar São Paulo.

Tentou ser presidente, mas acabou eleito vice de Lula, que o indicou para as funções de ministro da Indústria e Comércio, onde está atualmente, agora pelo PSB. 

Mas sempre perseguindo os ideais de JK.

“Um terno neste botão!”

Essa Alckmin contou numa de suas visitas a este jornal, quando governador do Estado.

Em sua Pindamonhangaba havia um excelente alfaiate, de nome Pascoal. 

Certa vez, Pascoal adoeceu  e quem o socorreu foi o doutor Lessa, um médico do Vale do Paraíba que era banqueiro e tinha fama de nunca dar um ponto sem nó, quando o assunto envolvia dinheiro.

Mesmo que fosse o valor de uma simples consulta.

Após ser atendido, Pascoal disse ao médico:

“Doutor, eu não lhe posso pagar, mas estou às suas ordens.Quando precisar de uma costura ou de pregar um botão, disponha”.

No dia seguinte, o médico mandou ao alfaiate  um envelope com um botão preso a um pedação de papel, onde estava escrito:

“Peço que você pregue um terno neste botão”.

Dizem que Alckmin costumava contar essa história para dizer “não”, sem ser antipático.

Brigadeiro, solteiro, e…

Alckmin contava que o doce “brigadeiro”, feito de chocolate e leite condensado era assim chamado porque na eleição de 1945, quando o brigadeiro Eduardo Gomes era candidato a presidente, as mulheres faziam o doce para vender nos comícios da UDN, anunciando:

“Brigadeiro, brigadeiro, é bonito e é solteiro’.

Ganhou Eurico Gaspar Dutra, que era feito e casado. 

Mas na Bahia, a história de Alckmin, tinha uma versão diferente.

Naquele ano, os doces “brigadeiros “ eram sucesso, mas por um motivo histórico.

Nas lutas militares de 1922 e 1924, o valente e herói brigadeiro foi atingido por um tiro junto aos órgãos genitais, que o deixou, digamos, fisicamente prejudicado.

Mas que teria a ver uma coisa com outra? “Muito simples – contou o jornalista Sebastião Nery – o ‘brigadeiro’ é o único doce feito sem ovos”.

Promessa…

Questionado por um correligionário se seis dias não eram muito tempo para completar o percurso entre Mogi e Aparecida, onde iria cumprir uma promessa por sua eleição, o deputado Marco Bertaiolli respondeu, de pronto:

“Não é, não senhor. Afinal, eu estou indo até lá para agradecer e não para pedir…”

…e definição

O engenheiro e arquiteto José João Mossri foi quem trouxe à coluna a definição do que é “ser mineiro”, segundo o vice-presidente, Geraldo Alckmin:

 
“Mineiro é aquele que quando a estrada tem barro  vai atrás; quando tem poeira vai na frente; e quando tem porteira vai no meio.”

As visitas de Alckmin a  Mogi fazem falta…
 

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