DER inicia trabalhos para corrigir falhas na Mogi-Bertioga
Durante os próximos seis meses, funcionários a serviço do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) estarão trabalhando na ligação rodoviária Mogi das Cruzes-Bertioga para a correção definitiva dos problemas que ainda restaram na altura do Km 82, no trecho que corta a Serra do Mar, onde aconteceu o maior dos três deslizamentos de encostas registrados […]
Reportagem de: O Diário
Durante os próximos seis meses, funcionários a serviço do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) estarão trabalhando na ligação rodoviária Mogi das Cruzes-Bertioga para a correção definitiva dos problemas que ainda restaram na altura do Km 82, no trecho que corta a Serra do Mar, onde aconteceu o maior dos três deslizamentos de encostas registrados a partir das 17 horas do dia 1º de novembro passado.
Para conseguir liberar a rodovia, três dias após a sua interdição total, foram realizadas obras de emergência, como a retirada da grande quantidade de barro, árvores e pedras que rolaram para o centro da pista. Também foi improvisado um muro de concreto para proteção dos usuários, em caso de novos deslizamentos.
O DER informou a O Diário que “segue realizando trabalhos na estrada” e que, nos próximo dias, deverá executar serviços complementares naquele trecho, como limpeza geral do talude (encosta onde ocorreu a queda de barreira), remoção de mais pedras, juntamente com a construção de um muro definitivo de concreto, de um metro e meio de altura, para a contenção de possíveis novos deslizamentos.
Ainda segundo a assessoria do DER, “após a conclusão desses trabalhos, o departamento ainda deverá fazer o reforço da proteção da encosta”.
Perigos
Ainda que as obras estejam previstas para durar 180 dias, não haverá necessidade de interrupção do tráfego para a realização do trabalho a ser feito no acostamento.
Mas os motoristas devem ficar atentos para os riscos de novas quedas de barreira, sempre que chuvas intermitentes vierem a cair sobre a região da Serra do Mar cortada pela rodovia, que atravessa os territórios de Mogi das Cruzes, na região do planalto; Biritiba Mirim, em parte da área serrana; e Bertioga, no trecho da Baixada Santista.
Apesar da preocupação do DER de reforçar a segurança do trecho onde ocorreu a maior e mais recente interdição, as possibilidades de novos deslizamentos estão evidentes.
Basta olhar mais atentamente para as encostas para se notar os riscos iminentes de novos problemas, mesmo que tal observação seja feita por um leigo em engenharia de solo.
A Mogi-Bertioga ainda se ressente da falta de um trabalho preventivo, que poderia acontecer após um detalhado monitoramento dos pontos mais críticos das encostas.
Descobertos os pontos de maior risco, seria possível desenvolver ações concretas para prevenir e impedir a queda de novos obstáculos sobre a pista.
Afinal, só mesmo por muita sorte, as grandes barreiras que atingiram a estrada, nos últimos tempos, encontraram o leito da via livre de automóveis ou qualquer outro tipo dos 10.466 veículos que circulam, em média, mensalmente pela Mogi-Bertioga.
Esse número, no entanto, tende a se elevar – e muito – com a chegada do verão, das festas de final de ano e também do período de férias escolares.
Para se ter uma ideia do movimento na estrada, fundamental para o turismo e economia da região, basta citar que somente no feriado prolongado de 15 de novembro, Dia da Proclamação da República, o próprio DER previa a passagem pela rodovia de mais de 97,3 mil veículos.
Além de funcionar como um importante corredor por onde passam cargas industriais em direção ao porto de Santos, a Mogi-Bertioga também ajuda a abastecer com produtos agrícolas do Alto Tietê, os mercados das principais cidades da Baixada Santista. E mais: a rodovia é apontada pelo próprio DER como uma das principais alternativas para receber o tráfego de veículos em períodos de interdição da rodovia dos Tamoios, a conhecida ligação entre São José dos Campos e Caraguatatuba, o caminho mais usado para as praias do Litoral Norte do Estado de São Paulo.
Alternativa
Além de fundamental para a economia do Alto Tietê e Baixada Santista, a rodovia Mogi-Bertioga tornou-se a alternativa mais viável para se chegar às praias do Litoral Norte quando há interdição da São José dos Campos – Caraguatatuba.