Entrega das obras na Volta Fria é adiada, diz DER; postes no meio da via são retirados
A conclusão das obras de pavimentação da estrada da Volta Fria, em Mogi das Cruzes, foi adiada para setembro próximo, segundo informado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) a O Diário. Até então, a previsão era para julho. A justificativa do órgão para o atraso são as “condições”, conforme resposta dada nesta quarta-feira (21), sem mais detalhes. […]
Reportagem de: O Diário
A conclusão das obras de pavimentação da estrada da Volta Fria, em Mogi das Cruzes, foi adiada para setembro próximo, segundo informado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER) a O Diário. Até então, a previsão era para julho. A justificativa do órgão para o atraso são as “condições”, conforme resposta dada nesta quarta-feira (21), sem mais detalhes. Liberado para o trânsito, trecho da estrada que recebeu o asfalto recentemente tem postes de iluminação no meio da faixa de rolamento. EDP diz que começou a remover os equipamentos ontem e que o trabalho deve ser concluído até o final desta quinta-feira (22).
A situação aumentou o risco de acidentes, conforme reclamam moradores: “Como que liberam assim? Só querem fazer a obra por fazer”.
Com a notícia do adiamento, O Diário questionou o DER se haverá aumento nos custos das obras – que contemplam pavimentação e a nova ponte sob o rio Tietê, até então orçadas em R$ 42 milhões -, mas não obteve resposta (leia mais sobre as idas e vindas da obra abaixo).
Com entrada e saída de governos estaduais, a cidade aguarda há anos a pavimentação da estrada da Volta Fria, prestes a sanar o drama de moradores que sofrem com a dificuldade de locomoção. Essa realidade já foi motivo de protestos. Outros problemas, porém, começaram a aparecer.
No meio do caminho tinha uma pedra, não, um poste. Ou melhor, vários. Moradores que utilizam a estrada apontam o risco de acidentes na pista por conta de postes que atualmente estão no meio das faixas de rodagem, que recebeu o asfalto recentemente. Em um trecho, um dos equipamentos está inclinado para o chão.
O DER explica que os postes não foram implantados no meio da pista, mas sim instalados em período anterior ao da definição do padrão técnico previsto pelo plano de urbanização para aquela via. “Com o alargamento necessário da plataforma durante a modernização, os postes ficaram dentro da faixa de rolamento”, informou. Ainda de acordo com o departamento, a remoção desses equipamentos é uma responsabilidade da concessionária EDP.
Também diz que a “notificação para a necessidade de remoção dos postes foi encaminhada pelo DER à Prefeitura em maio de 2022, já que o convênio DER/Município prevê que a liberação das áreas e o remanejamento das linhas aéreas seja feito pela Prefeitura”.
Questionada, a Prefeitura argumentou que a Secretaria de Infraestrutura Urbana de Mogi das Cruzes já havia solicitado à EDP o remanejamento de postes na Estrada da Volta Fria. “Contudo, este processo é demorado, uma vez que a EDP segue os prazos determinados por uma resolução da ANEEL”. Diz ainda que “nesta semana, o processo chegou na fase de execução – o serviço já começou a ser feito”.
Sobre a situação, a EDP encaminhou a seguinte nota:
“Após alinhamento com a Prefeitura de Mogi das Cruzes e por questões de segurança e complexidade da situação, a EDP antecipou os prazos e iniciou ontem o serviço de remanejamento dos postes localizados na estrada da Volta Fria. Os trabalhos devem ser concluídos até o final do dia de hoje (22). A distribuidora adota os procedimentos estabelecidos na legislação do setor elétrico. As relocações de postes ocorrem após análises técnicas da obra, a assinatura dos contratos e pagamento dos custos por parte do interessado, nesse caso, o poder público municipal”.
Indignação
“É uma via que passa caminhão, passa carro e o poste está literalmente no meio do caminho. É uma obra que todo mundo está esperando e agora fazem e liberam desse jeito. Acho que essa situação não existe em lugar nenhum. Para mim, demonstra uma falta de cuidado. Só querem fazer a obra e não importa como”, relata a jornalista Marta Vicentin, que mora nas proximidades da estrada e se viu surpresa com a situação.
“Tem vários trechos com postes. O complicado é terem liberado dessa forma, deixando perigoso”, pontua ela.
O caminhoreiro José Martins, que costuma passar pela via de carro a caminho da garagem do trabalho, conta que se assustou com os postes. “Achei estranho eles terem liberado mesmo assim. Ao menos está sinalizado, mas ainda é uma situação de perigo, tem que ficar atento”, comenta ele.
Novela
Motivo de comemoração na cidade, a estrada da Volta Fria está recebendo pavimentação e o projeto prevê a construção de uma nova ponte sobre o rio Tietê, que substituirá a atual, que é de madeira e permite apenas a passagem de um veículo por vez. Os trabalhos, que estão sendo executados pelo departamento estadual, compreendem 11,66 quilômetros, entre a Via Perimetral e a avenida Guilherme Giorgi, em Jundiapeba.
Prometidas no início do governo de João Doria (PSDB), as obras custaram a sair do papel. Em março de 2022, O Diário mostrou que a retificação e asfaltamento da estrada da Volta Fria, em Mogi das Cruzes, estavam previstas para abril daquele ano.
Em junho de 2022, a seis meses do término do governo da época, sob o comando de Rodrigo Garcia (PSDB), foi assinada a ordem de serviço para que a empresa vencedora da concorrência aberta pelo DER, a Construtora Kamilos Ltda, possa dar início aos trabalhos, nos 6 quilômetros de extensão da vicinal que receberão melhorias, entre a avenida Perimetral, junto ao entroncamento com a estrada do Pavan, até as proximidades da estação ferroviária do distrito de Jundiapeba, na zona Oeste do município.
Como previsto pelo jornalista Darwin Valente, de O Diário, a conclusão das obras ficou para o novo governo de Tarcísio de Freitas.
Taboão
Recentemente, em março último, o DER entregou as obras de recuperação da estrada do Taboão. Os trabalhos compreenderam a recuperação funcional de 20 quilômetros da via, entre o encontro com a rodovia Mogi-Dutra e o município de Santa Isabel. O investimento é R$ 16.742.503,87.
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