Fórum critica curtidas de coordenador de Inclusão em posts de Valadão e Maldonado pede desculpa
O Fórum Mogiano LGBT publicou nota cobrando um posicionamento do prefeito Caio Cunha (PODE) após conferir manifestações feitas pelo coordenador de Cidadania e Inclusão, Márcio Maldonado, em posts divulgados pelo pastor André Valadão, alvo de denúncias por incitar a intolerância contra a comunidade LGBTQIA+. Desde o início desta semana, viralizou trecho de uma pregação do […]
Reportagem de: O Diário
O Fórum Mogiano LGBT publicou nota cobrando um posicionamento do prefeito Caio Cunha (PODE) após conferir manifestações feitas pelo coordenador de Cidadania e Inclusão, Márcio Maldonado, em posts divulgados pelo pastor André Valadão, alvo de denúncias por incitar a intolerância contra a comunidade LGBTQIA+. Desde o início desta semana, viralizou trecho de uma pregação do líder das Igrejas Batistas Lagoinha, feito Estados Unidos, se referindo a essa parcela da população.
Para compreender a repercussão em Mogi das Cruzes, é preciso entender o contexto da cobrança: durante a pregação aos fiéis, André Valadão, no domingo, nos Estados Unidos, disse: “Agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: pode parar, reseta! Aí Deus fala: ‘não posso mais, já meti esse arco-íris aí, se eu pudesse eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi pra mim mesmo que não posso, então agora tá com vocês”.
Uma investigação sobre as falas foi aberta pelo Ministério Público Federal para apurar se houve crime de homotransfobia. Desde o domingo (2), o assunto ganhou as redes sociais brasileiras.
O Fórum Mogiano LGBT+ afirma ter recebido uma denúncia sobre o comportamento de Márcio Maldonado, que é presidente do Fundo Social de Solidariedade de Mogi das Cruzes deste o ano passado.
Segundo a entidade, o “responsável pelas políticas de direitos humanos, tem se posicionado em rede social em apoio ao Pastor André Valadão, curtindo conteúdos contra o movimento LGBTQIA+”.
De acordo com a nota, o coordenador teria se manifestado “curtindo estes conteúdos (de André Valadão) através do símbolo de coração, o que indica seu apoio a esse tipo de conteúdo”.
Ao destacar que posicionamentos públicos em apoio a ataques contra o movimento LGBTQIA+ são “um comportamento incompatível com o cargo que ocupa na Coordenadoria de Cidadania e Inclusão, que deve promover a cidadania e direitos humanos para a população LGBTQIA+”, a entidade solicitou um posicionamento do prefeito Caio Cunha.
“É dever da Prefeitura de Mogi das Cruzes se posicionar em apoio a população LGBTQIA+ e nomear pessoas realmente comprometidas com os direitos humanos na Coordenadoria de Cidadania e Inclusão”, acrescenta o posicionamento, solitando providências da Prefeitura.
Pedido de desculpas
Em resposta a O Diário, a Prefeitura Mogi das Cruzes destacou que “não compactua com qualquer postura que incite a intolerância contra o movimento LGBTQIA+ ou qualquer outro público e reafirma seu compromisso com a inclusão, a diversidade e a defesa da dignidade, diretrizes essas que norteiam o trabalho da Coordenadoria de Cidadania e Inclusão. As circunstâncias envolvendo o ocorrido serão apuradas”,
Já Márcio Maldonado, coordenador de Inclusão e Cidadania de Mogi, também por meio de nota, disse que a interação com o post não teve a intenção de “ofender, desrespeitar incitar intolerância e está totalmente desvinculada dos princípios que defendo, de inclusão, dignidade, amor ao próximo e garantia de direitos para todos. Se o movimento LGBTQIA+ e qualquer outro grupo ou pessoa se sentiram ofendidos pelo ocorrido, peço sinceras desculpas”.