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Gerdau aposta em inovação tecnológica e novos mercados

Líder global com base no Brasil, experiência de 121 anos no mercado de siderurgia e presente em 10 países do continente americano, a Gerdau aposta em inovação tecnológica e novos mercados. Atualmente, também investe em negócios complementares ao aço, ligados à energia, logística e transportes. Criada em 1901 em Porto Alegre, no Rio Grande do […]

6 de maio de 2022

Reportagem de: O Diário

Líder global com base no Brasil, experiência de 121 anos no mercado de siderurgia e presente em 10 países do continente americano, a Gerdau aposta em inovação tecnológica e novos mercados. Atualmente, também investe em negócios complementares ao aço, ligados à energia, logística e transportes. Criada em 1901 em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a empresa chegou a Mogi das Cruzes em 2010, ao adquirir a Aços Villares, que desde 1988 funcionava na área da antiga Aços Anhanguera, fundada em 1964. “É uma indústria importante para Mogi, que tem toda uma história ligada à história da cidade e sua comunidade”, destaca o vice-presidente executivo do Negócio de Aços Especiais Brasil, Rubens Pereira. Na entrevista a O Diário, ele revela planos e fala do mercado da atualidade:

 

Quais os diferenciais da empresa?
A Gerdau é uma grande empresa siderúrgica brasileira, uma multinacional baseada no Brasil com 121 anos, e que tem esta trajetória porque sempre investiu em pessoas e buscou capacitá-las. Há um compromisso muito grande em estar no Brasil, crescer no país e vê-lo se desenvolver. Apostamos em inovação e novos mercados e hoje também investimos em negócios complementares ao aço, ligados à energia, logística e transportes. Acreditamos nas práticas ESG, ambiental, social e governança. Somos a maior empresa brasileira produtora de aço, uma das principais de aços longos nas Américas e de aços especiais no mundo. Temos mais de 21 milhões de toneladas de capacidade instalada, e no Brasil fazemos aços planos e estamos presentes na mineração. Somos, ainda, a maior recicladora de sucata metálica da América Latina, o que reforça o compromisso ambiental. E apesar de ter a família Gerdau como controladora, somos uma empresa de capital aberto, listada na bolsa de valores de São Paulo e Nova York.

 

E o carro-chefe da unidade de Mogi?
Mogi é uma das três unidades de aços especiais. Tem os aços longos, que atendem basicamente a construção civil, e os aços especiais, principalmente para o setor automotivo. Fornecemos aços às empresas de autopeças e sistemistas da cadeia automotiva. Em Mogi, uma das principais características é o foco no atendimento dos clientes, flexibilização e customização. Fazemos os produtos que os clientes precisam, seja em especificação das características físicas do material da barra de aço, que podemos fazer tratamento término, ou do tamanho, que cortamos de acordo com a necessidade. Temos o único forno contínuo de tratamento término por indução no Brasil, que garante qualidade, produtividade e atendimento das especificações mais rigorosas dos clientes.

 

 

Há outros produtos de destaque?
Na parte de aços longos, produzimos os aços que vemos na construção civil, energia, agropecuária e máquinas, que é o famoso vergalhão da Gerdau, perfis e barras. Já os aços especiais vão, principalmente, para o segmento automotivo, mas também atendemos os setores de máquinas agrícolas, equipamentos e energia.

 

A empresa está presente em quais países?
Estamos em 10 países nas Américas: Brasil, Argentina, Uruguai, Peru, Colômbia, República Dominicana, Estados Unidos, México, Canadá e Venezuela.

 

Para onde a unidade de Mogi exporta?
Atuamos bem forte no mercado doméstico, mas temos exportações para as Américas e Europa na unidade de Mogi.

 

O grupo prevê investimentos para a fábrica mogiana?
Em 2021, investimos R$ 30 milhões para retomar a operação da aciaria de Mogi. A boa notícia é que religamos a aciaria pensando em produzir 12 mil toneladas de aço por mês, já estamos produzindo 20 mil toneladas e estamos na expectativa de produzir mais. Também fazemos investimentos para ganhar rendimento e produtividade em algumas das linhas, como foi na de tratamento térmico por indução, que é um diferencial. Conseguíamos produzir nesta linha cerca de 700 toneladas por mês e agora, com os investimentos para ganhar produtividade, quase superamos mil toneladas neste último mês. Ainda em Mogi, há outros novos negócios, como a empesa do ramo logística G2L, que se instalou no nosso site na cidade é um grande operador logístico, que faz movimentação e operação de transporte, gera emprego e movimenta a economia da região. Em breve também traremos a Gerdau Grafeno. O grafeno é um novo material com propriedades tecnológicas específicas e estamos investindo para ter um laboratório de inovação da Gerdau Grafeno em Mogi.

 

A empresa aposta em programas de sustentabilidade?
Temos um programa extenso de sustentabilidade e métricas específicas no ambiental e social, que fazem parte dos incentivos dos executivos. Temos, por exemplo, a meta de redução de carbono e a remuneração dos executivos está ligada a isso a longo prazo. Também há planos específicos em cada uma das unidades para reduzir, principalmente, a emissão de carbono. Temos outras ações para gestão de resíduos e de água, mas quando se fala em siderurgia, a emissão de carbono é sempre um dos principais pontos. A Gerdau já larga na frente porque boa parte da matriz é base sucata, então, naturalmente, tem uma pegada de carbono menor, mas ainda assim, há metas para reduzir. 

 

Hoje, quais as principais dificuldades do mercado?
Algumas cadeias de suplementos globais estão se normalizando e, na indústria automotiva, fala-se muito dos semicondutores, chips. Hoje, um automóvel médio leva de 1,1 mil a 1,2 mil chips. Esta é uma cadeia de abastecimento que na pandemia teve muito aumento de demanda e acabou faltando para abastecer o mercado automotivo. São chips importados de Taiwan, China, EUA, Europa. Isso fez com que algumas montadoras tivessem dificuldades de reagir e entregar tudo na velocidade que o mercado vinha recuperando. Este foi o desequilíbrio que algumas cadeias de abastecimento ligadas ao setor automotivo sofreram no pós-pandemia.

Há dificuldades na contratação?
Está difícil encontrar mão de obra, principalmente especializada, pessoas de nível técnico ou com requisito de mecânica, elétrica, solda, caldeiraria. Tivemos um momento de mercado, pós-pandemia, em que toda a indústria reagiu de uma forma boa, com crescimento, e talvez não havia mão de obra no nível com a especialização necessária para atender a esta demanda.

 

Qual a importância da AGFE?
Começamos a trabalhar mais forte com a AGFE este ano e vemos a importância, principalmente, nesta área de qualificação profissional, porque temos um polo de empresas em Mogi que poderia se beneficiar de uma melhor qualificação e fazer a economia crescer para a região. A AGFE pode trabalhar conosco diante desta escassez de mão de obra especializada. Temos empresas de vários setores, como serviços, indústria, construção, tecnologia, mas se todas trabalharem no desenvolvimento e capacitação de mão de obra será um ganho importante. A AGFE pode auxiliar nisso para trazer crescimento às indústrias e à região.

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