Dona do Hospital Santana, Intermédica se une à Hapvida
A Hapvida e a Notre Dame Intermédica anunciaram na noite de sábado que chegaram a um acordo para a combinação de negócios. A operação prevê a incorporação das ações de Notre Dame pela Hapvida que criará uma das maiores provedoras de soluções de saúde verticalizadas no mundo. A Notre Dame Intermédica é a atual proprietária […]
Reportagem de: O Diário
A Hapvida e a Notre Dame Intermédica anunciaram na noite de sábado que chegaram a um acordo para a combinação de negócios. A operação prevê a incorporação das ações de Notre Dame pela Hapvida que criará uma das maiores provedoras de soluções de saúde verticalizadas no mundo.
A Notre Dame Intermédica é a atual proprietária do Hospital Santana, em Mogi das Cruzes e a união com a Hapvida poderá interferir positivamente em futuros investimentos no hospital mogiano, que possui uma importante carteira de clientes na cidade e Alto Tietê.
De acordo com o documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), cada acionista da Notre Dame receberá 5,2490 ações ordinárias da Hapvida por papel da empresa, além do valor de R$ 6,45, o que resultará na empresa combinada em que acionistas da Hapvida passariam a deter 53,6% do capital social enquanto os da Intermédica vão ter 46,4%.
Ambas as empresas convocaram Assembleias Gerais Extraordinárias (AGEs) para o próximo dia 29 de março para deliberarem sobre o assunto, que dependerá de aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) caso seja aprovado.
Irlau Machado Filho, atual diretor presidente da Notre Dame, e Jorge Pinheiro, diretor presidente da Hapvida, atuarão como co-CEOs na nova empresa combinada. O Conselho de Administração será ampliado para, no mínimo, nove membros, sendo dois indicados pelo atual Conselho de Notre Dame, cinco pela Hapvida (incluindo o presidente do colegiado) e dois independentes.
Os custos estimados serão de aproximadamente R$ 116 milhões, os quais incluem custos com assessoria financeira, avaliações, assessoria jurídica e demais assessorias para implementação da operação, publicações e demais despesas relacionadas.
O BTG Pactual e o Itaú BBA atuaram como assessores financeiros da Hapvida e o JPMorgan e o Citi pela Notre Dame. O escritório Pinheiro Neto é o assessor legal da Hapvida; e Souza, Mello e Torres coordena pelo lado da Notre Dame, juntamente com Lefosse e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga. (Com informações da Agência Estado)
Mercado
Caso se confirme, a fusão da Hapvida e NotreDame, duas das operadoras que mais cresceram no País nos últimos anos, criará uma operação com 13,5 milhões de beneficiários de planos de saúde e odontológicos e com um valor de mercado de R$ 118 bilhões, conforme o fechamento do pregão da última sexta-feira. Segundo portal NeoFeed, especializado na área de negócios, a nova operação ocuparia o 11º lugar no ranking de empresas listadas no Bolsa (B3), desbancando o Banco do Brasil, que atualmente figura nesta colocação. Atualmente, Hapvida e NotreDame estão, respectivamente, na 17ª e 19ª colocações. Segundo o portal, a combinação dos negócios resultaria em uma empresa com receita líquida de R$18,2 bilhões.
Outros detalhes mostrados na reportagem do jornalista Moacir Drska para o NeoFeed: “A fusão criaria uma das maiores operadoras verticalizadas de todo o mundo”, afirmou Jorge Pinheiro, CEO da Hapvida, ao destacar a infraestrutura própria gerada nessa equação. Entre outros ativos, serão 84 hospitais próprios, 280 clínicas e 257 unidades de diagnóstico. E mais: não deverá ocorrer sobreposição de atividades, pois enquanto a Hapvida tem maior capilaridade no Nordeste, Norte, Centro-Oeste e interior paulista, a NotreDame marca presença em estados como Rio de Janeiro, Paraná e na região metropolitana de São Paulo.
A possibilidade de oferecer um atendimento único e padronizado em todo o território nacional a empresas de grande porte, com a abertura para as reduções de custos nesse processo, foi uma das oportunidades também destacadas pelo executivo.
Ainda conforme o NeoFeed. “em relatório, o BTG Pactual destacou que não havia dúvida de que Hapvida e NotreDame se ‘casariam um dia’, ao classificar o acordo como transformacional e afirmar que o negócio não poderia ser melhor para das duas empresas, em virtude da complementaridade dos ativos. ‘Após uma intensa atividade de M&A de ambos em 2020, o acordo significa simplesmente um xeque-mate na indústria’, escreveram os analistas Samuel Alves e Yan Cesquim, para quem, a fusão deve garantir à nova companhia uma posição de liderança sólida no mercado brasileiro. Enquanto discutem o ‘casamento’, Hapvida e NotreDame veem a valorização de suas ações na B3. Os papéis das duas empresas encerraram o pregão de sexta com altas, respectivamente, de 7,33% e 8,21%”.