“Empreendedores precisam de apoio”, defende Gilvanda Figueirôa nova gerente do Sebrae
É o que diz a nova gerente do Escritório Regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Gilvanda Figueirôa. Líder do Alto Tietê desde o início do ano, ela assume o cargo em um momento delicado, de pandemia. A O Diário, diz que a prioridade, considerando a crise, é “acolher o […]
Reportagem de: O Diário
É o que diz a nova gerente do Escritório Regional do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Gilvanda Figueirôa. Líder do Alto Tietê desde o início do ano, ela assume o cargo em um momento delicado, de pandemia. A O Diário, diz que a prioridade, considerando a crise, é “acolher o empresário do pequeno negócio”. Já o principal desafio “é capacitar cerca de 15.000 empreendedores” durante todo o ano. Segundo ela, os setores mais impactados são Comércio e Serviços, que devem “quebrar a cadeia do desânimo” descobrindo “alternativas de manutenção e aumento de renda”.
A senhora assume a gerência regional do Sebrae em um período extremamente delicado, de pandemia. Qual é a prioridade neste momento?
Nossa maior prioridade, desde o início da pandemia, é acolher o empresário do pequeno negócio, auxiliá-lo a descobrir oportunidades e alternativas de manutenção e aumento de renda, quebrar a cadeia do desânimo. O empreendedor não pode parar, mas ele precisa de apoio das diversas instituições e o Sebrae sempre será o seu porto seguro.
E quais são os principais desafios?
O Sebrae tem, em parceria com o Governo do Estado, um grande programa de Inclusão Produtiva, o ‘Empreenda Rápido’, que promove capacitação técnica por meio de contratos de parceria, capacitação para gestão básica de um negócio e o acesso a crédito com juros subsidiados, perfazendo um ciclo completo para que um empreendedor formalize um negócio e comece a atuar no mercado com segurança. Nosso desafio é capacitar cerca de 15.000 empreendedores na região durante o ano de 2021 e para isso acionaremos todos os nossos parceiros, criando um movimento positivo para a Inclusão Produtiva.
A prorrogação da pandemia irá afetar de qual forma o pequeno empresário?
Afeta bastante porque nosso empresário do pequeno negócio raramente trabalha com reserva financeira, e mesmo aqueles mais organizados na gestão de suas empresas já consumiram esses recursos ao longo de 2020. Os auxílios e iniciativas das diversas esferas de governo, do Sebrae e seus parceiros, trouxeram algum alívio na manutenção de empregos e empresas, mas ainda não temos um cenário bem definido sobre a extensão dos auxílios e sobre os prazos para a imunização da população que permitirão o afrouxamento dos protocolos necessários para conter a contaminação pela Covid-19. Isso causa muita ansiedade nos empresários e muita pressão no dia a dia da gestão.
Como fazer com que o Sebrae se aproxime ainda mais dos pequenos empresários?
Para empresários dos setores fortemente afetados como Comércio e Serviços, já formatamos projetos de atendimento remoto para os quais articulamos parceria com as mais diversas instituições do Alto Tietê, como prefeituras municipais, associações comerciais e industriais, sindicatos, enfim, todos aqueles que, como o Sebrae, se encontram muito preocupados com a situação do nosso empresário. Nossos programas ‘Comércio Forte’ e ‘Serviços Do Alto Tietê’ iniciam os atendimentos no início de fevereiro e faremos um acolhimento diferenciado, de entendimento e enfrentamento do cenário atual. Ainda há vagas e para se inscrever é só ligar no telefone 4723- 4510.
E como convencer mais pessoas a empreender em um cenário econômico e político como o atual?
Não se trata de convencer, mas de efetivamente trazer o empreendedor e o empresário para um comportamento proativo em relação às dificuldades que enfrenta. Em todo o Estado temos muitos casos de clientes que, descartando o desespero inicial de ter que fechar portas sem reserva financeira alguma, conseguiram implementar novos canais de vendas, novos produtos e serviços, parcerias estratégicas que permitiram muito mais que apenas manter o negócio vivo e trouxeram aumento de faturamento. Há empresários que nos dizem que não voltarão ao seu modelo anterior à pandemia porque descobriram que podem fazer mais com menos, que podem fazer diferente.
Quais foram os setores que mais sofreram?
Certamente os negócios mais impactados foram Comércio e Serviços, notadamente aqueles que têm ponto físico/loja, porque o custo de manutenção é alto para o empresário. Mas é importante dizer que todos os setores foram impactados e há negócios em sérias dificuldades em todos eles.
Como descreveria a cena empreendedora do Alto Tietê?
A cena é muito fértil. O Alto Tietê é um campo de oportunidades para empreendedores! Os quatro setores da economia – Indústria, Comércio, Serviços e Agronegócios – aqui estão muito bem representados. Há instituições fortes, sólidas e presentes em todos os municípios de nossa região, instituições essas que trabalham para o desenvolvimento local. O Consórcio de Desenvolvimento dos Municípios do Alto Tietê (Condemat) é um bom exemplo de iniciativa sólida e articulada, com os municípios trabalhando integrados para as demandas regionais. As instituições de ensino também estão presentes. Temos um polo de Inovação Tecnológica reconhecido e premiado.
Falando especificamente sobre Mogi das Cruzes: quais os destaques da cidade quando o assunto é empreendedorismo?
Destaque para uma cidade em pleno desenvolvimento, inovadora, com várias iniciativas integradas entre poder público e iniciativa privada e com muitas oportunidades para crescimento. Em Mogi das Cruzes, as instituições estão muito solidificadas e trabalham em parceria no interesse do empresariado local. Temos o Polo Digital, o Alto Tietê Valley, a Escola de Empreendedorismo e Inovação, as universidades, todos num ambiente muito incentivador para o fomento ao empreendedorismo.
No último ano, o ambiente digital se tornou prioritário para muitas empresas, que apostaram em saídas como o e-commerce. Qual é a visão do Sebrae Alto Tietê sobre esta tendência?
Essa tendência vai permanecer. Quando houver liberação definitiva do isolamento certamente haverá um arrefecimento porque as pessoas vão querer se encontrar pessoalmente, porém o hábito foi criado e os canais, plataformas e redes sociais se transformaram em companheiros fiéis do consumo. As empresas necessitarão acompanhar e se adaptar a essa que já deixou de ser uma tendência apenas e se transformou na realidade do dia a dia dos negócios.