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Estado mantém data para mudanças no atendimento no PS do Luzia

Apesar de apelos de lideranças políticas da cidade e dos pedidos feitos diretamente ao secretário de Saúde de Estado, Jean Gorinchteyn, está mantida a decisão de restringir o atendimento da unidade, que a partir do próximo dia 15 passará atender apenas casos graves, deixando os demais atendimentos para a rede básica do município. O Estado […]

10 de dezembro de 2020

Reportagem de: O Diário

Apesar de apelos de lideranças políticas da cidade e dos pedidos feitos diretamente ao secretário de Saúde de Estado, Jean Gorinchteyn, está mantida a decisão de restringir o atendimento da unidade, que a partir do próximo dia 15 passará atender apenas casos graves, deixando os demais atendimentos para a rede básica do município.

O Estado alega que essa decisão já havia sido pactuada com as prefeituras da região, inclusive com Mogi, até pelo fato de a cidade possuir uma rede de saúde básica estruturada para atender os casos considerados de baixa e média complexidade, que são as maiores incidências atualmente no local.

O secretário de Saúde, Henrique Naufel, que também se manifestou contra a medida, admite que esse era um assunto que já vinha sendo tratado antes das eleições, mas afirma que o martelo ainda não tinha sido batido e que não havia sido definido prazos.  

“Trata-se de uma decisão totalmente descabida e inadequada para o momento que estamos vivenciando. Não é momento para fecharmos portas de atendimento na saúde. Em quatro anos de governo, apesar da crise, Mogi das Cruzes não descontinuou nenhum serviço de saúde e ainda criou uma estrutura completa e efetiva para o enfretamento do novo coronavírus”, criticou.

Ele afirma ainda o atendimento precisa ser reorganizado, porque embora Mogi das Cruzes tenha uma importante rede de atendimento, o município não está preparado para o fechamento de um serviço do porte do PS do Hospital Luzia, que é um equipamento gerenciado pelo Governo do Estado e com abrangência regional, não restrito à cidade. “Isso só poderia acontecer depois que os munícipios do Alto Tietê estivessem totalmente estruturados para atender às suas demandas”.

Uma outra questão abordada pelo secretário é a necessidade de organizar as cidades vizinhas que também precisam estar preparadas para absorver toda a demanda. Ele alega que é grande número de pacientes de outras cidades que são atendidos no Luzia e que muito provavelmente passarão a procurar pelos serviços do município, considerado um dos mais estruturados na área, o que vai complicar ainda mais a situação.

Mogi das Cruzes, como diz Naufel, tem uma rede de saúde muito bem estruturada, com sete unidades de pronto atendimento (incluindo o Luzia e o PA Infantil do Hospital Municipal que se encontra referenciado exclusivamente para Covid), mas esse sistema já é sobrecarregado, atendendo hoje cerca de 40% de pacientes de outros municípios. “Essa situação já foi exposta ao Grupo Técnico do Estado antes do repique da pandemia do novo coronavírus. Agora, com a alta de casos e internações, uma decisão como essa se torna impensável”, reforça, ao dizer que já está em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para que a medida seja revertida.

Os pedidos para que a decisão sejam revistas já foram feitos também ao secretário de Estado pelo prefeito eleito Caio Cunha (Pode) e pelo deputado federal Marco Bertaiolli (PSD), que fez também um apelo ao vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM).

O Estado, no entanto, em nota à reportagem de O Diário volta a lembrar que o referenciamento “foi pactuado” com todos os municípios do Alto Tietê, região para a qual o hospital é referência, e reforçar o argumento de que a medida visa otimizar a estrutura e o funcionamento para garantir atendimento aos casos mais complexos, em conformidade com o perfil assistencial do hospital, como traumas, infartos, AVCs e baleados.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, 73% dos atendimentos no PS da unidade envolvem relatos de dor de cabeça, resfriado e trocas de receitas médicas, sobrecarregando o serviço com casos que devem ser resolvidos em serviços da rede primária de saúde.

“Assim, pacientes com quadros de saúde mais simples deverão procurar serviços de pronto atendimento. Profissionais do ‘Luzia’ já estão orientando na recepção sobre as unidades de referência na cidade de Mogi das Cruzes”, diz a nota que confirma as mudanças para a próxima terça-feira (15), quando o PS passará a acolher especificamente pacientes com risco iminente, levados à unidade por ambulâncias ou serviços de Resgate ou SAMU, bem como pessoas transferidas a partir de outros hospitais.

“O Luzia é também referência regional para casos de Covid-19, oferecendo 23 leitos de enfermaria e 20 de UTI para assistência aos moradores do Alto Tietê. Esta forma de atendimento referenciado é prevista pelo SUS para um hospital de alta complexidade. A medida foi definida em reunião de CIR (Comissão Intergestores Regional), com representantes das Secretarias Municipais de Saúde”, enfatiza a nota.

 

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