Mogianos relatam aumento de furtos em sepulturas no cemitério São Salvador
Mogianos apontam aumento de furtos a sepulturas do Cemitério São Salvador, no Parque Monte Líbano. O problema vem sendo relatado há alguns meses por leitores de O Diário, que apontam a necessidade de monitoramento do local, principalmente à noite, quando segundo contam, não há policiamento na área e os infratores aproveitam para pular o muro […]
Reportagem de: O Diário
Mogianos apontam aumento de furtos a sepulturas do Cemitério São Salvador, no Parque Monte Líbano. O problema vem sendo relatado há alguns meses por leitores de O Diário, que apontam a necessidade de monitoramento do local, principalmente à noite, quando segundo contam, não há policiamento na área e os infratores aproveitam para pular o muro e invadir o local para levar placas, imagens sacras, vasos e outros objetos de adorno dos túmulos, especialmente os confeccionados com bronze.
Segundo o professor Josias de Almeida Junior, que frequentemente visita sepulturas de familiares no local, a cada ia ao cemitério é possível perceber que o problema só aumentam. “Além dos furtos de placas, imagens e outros objetos, há o vandalismo nos túmulos. É falta de respeito com as pessoas que estão ali sepultadas, independentemente de serem de famílias tradicionais ou não, e ao mesmo tempo, a história da nossa cidade está se perdendo desta forma”, considera, contando que recentemente, duas placas e uma imagem de Nossa Senhora Aparecida foram levadas de jazidos de seus familiares.
Ele também aponta que não há vigilância noturna no local e a obra que amplia a altura dos muros do cemitério, iniciada há pouco tempo, segue a passos lentos. “Precisamos de uma ação imediata para conter isso, porque do jeito que está, nem adianta recolocar placas e imagens, já que temos certeza que isso voltará a acontecer”, alerta.
VEJA TAMBÉM: Situação descontrolada foi detalhada em reportagem que ouviu funcionários do Cemitério São Salvador: furtos passaram a ser rotina no endereço.
A mesma situação é vivenciada pela família da dona de casa Ana Maria Costa, 62 anos, que também contabiliza prejuízos nos túmulos de familiares. “Não sabemos mais o que fazer, porque não adianta nada reclamar na administração do cemitério. Ninguém faz nada e a situação só piora a cada dia. Levaram placas com nomes dos meus pais, imagens de santos e até vasos de barro. É um absurdo o que está acontecendo aqui”, reclama.
A conselheira do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Artístico (Comphap), Ana Maria Sandim, também relata o problema e explica que tramita na Secretaria Municipal de Cultura o processo de tombamento do Cemitério São Salvador. “Está ainda parado, pois ainda há a necessidade de grupos de trabalho para identificarem os elementos a serem tombados, como algumas sepulturas, e o salão de oração, que recebe a última visita do corpo antes de ser enterrado, e o portal da frente. Não temos notícias como está o andamento do processo de tombamento”, lamenta.
A profissional reafirma que os furtos às sepulturas são frequentes ultimamente e destaque que os marginais levam objetos que ligam a terra aos elementos sagrados. “Trata-se da imagem de Cristo, esculturas de anjos e de santos, portas de fechamentos dos jazigos, muitos destes trabalhos confeccionados por artistas e artesões,e ainda alguns do final do século 19 e início dos 20, feitos por grandes empresas de São Paulo. Na alameda principal, são visíveis as marcas que estes furtos deixam, o que demonstra que não está havendo vigilância o suficiente para contê-los”, alerta.
Ela conta que o Comphah toma conhecimento dos crimes a partir de denúncias de pessoas que informam os furtos de jazigos da própria família e se sentem lesados. “Muitas vezes, são vasos, imagens e esculturas em bronze de valor sentimental inestimável, mas também de valor financeiro alto. Pois são obras que dificilmente conseguem ser repostas. Já houve, anteriormente, denúncias destas famílias à Prefeitura. Não sabemos o resultado e que medidas foram tomadas, mas passando pelas alamedas do cemitério é perceptível o aumento de furtos dos elementos decorativos e de ornatos dos jazigos, ou seja. Só na alameda principal de acesso são mais de 15 jazigos que tiveram elementos furtados”, frisa.
Ana Sandim também aponta a necessidade de ações da Prefeitura, em conjunto com a Guarda Municipal, pois estes furtos acontecem durante o dia e à noite. “Poderiam colocarmos câmeras de monitoramento para verificar se tem pessoas circulando com peças roubadas”, completa.
Procurada por O Diário, a Prefeitura de Mogi das Cruzes informa que as secretarias municipais de Segurança e de Infraestrutura Urbana estão adotando ações a curto e médio prazos para a melhoria na segurança do cemitério São Salvador e para prevenir a ocorrência de furtos. “Entre elas estão o aumento do muro em alguns pontos para evitar o acesso, o início da implantação da estrutura elétrica para iluminação do local e a intensificação do patrulhamento do entorno pela Guarda Municipal. Além disso, as duas pastas também estudam outras intervenções na área interna do cemitério que poderão ser implementadas a médio prazo e estão em discussão para verificação de viabilidade e efetividade para combater os casos que vêm sendo registrados”, trouxe a nota encaminhada a O Diário.
Atualmente, ainda de acordo com a pasta, o cemitério já conta com cercas do modelo concertinas nos muros, para prevenir invasões – porém, isso, não vem surtindo o resultado, como a reportagem demonstra.
“Por fim, a administração municipal reforça a orientação às famílias de que sejam elaborados boletins de ocorrência sobre os casos e que a administração do cemitério seja informada sobre a ocorrência de furtos”, completa a nota, acrescentando que a população pode auxiliar neste trabalho de segurança, denunciando movimentações ou comportamento suspeitos pelo telefone 153, da Guarda Municipal, que atende 24 horas por dia.