Morre Luiz Ciocchi, uma referência na área de Recursos Humanos do País

Reportagem de: O Diário

Faleceu na manhã deste domingo (01), em Mogi das Cruzes, o empresário e consultor especialista em Recursos Humanos Luiz Ciochi, aos 75 anos. Ele era pai da primeira dama, Karin Melo, e sogro do prefeito municipal Marcus Melo. O corpo será velado entre as 14 e 17 horas, no Velório Cristo Redentor e sepultamento acontecerá às 17 horas, no Cemitério Parque das Oliveiras.

Ciocchi lutava havia seis anos contra um câncer, que se agravou nos últimos tempos. Morando em Mogi há cerca de um ano, ele vinha realizando tratamentos à base de quimio e radioterapia. Nos últimos dias, passou a enfrentar problemas respiratórios decorrentes de uma pneumonia. Com muita falta de ar, ele foi atendido na Unidade de Pronto-Atendimento (UPAF) do Rodeio e, posteriormente, encaminhado para o Hospital Municipal, onde chegou a fazer o teste para detectar a possível contaminação pelo coronavírus, mas faleceu antes que o resultado ficasse pronto.

Deixa a esposa Margarete, os filhos Fábio, Thais e Karin, e seis netos.
A morte de Ciocchi causou consternação nos meios empresariais de Mogi, São Paulo e outros pontos do País, onde ele teve uma atuação intensa não somente com consultor, mas como dirigente da Associação Paulista de Recursos Humanos (Aparh) e Associação Brasileira de Recursos Humanos (Abrh), entidades que ele ajudou a consolidar e que presidiu durante vários anos.

“Ele foi um dos grandes impulsionadores da área de Recursos Humanos no Brasil. Era uma pessoa inovadora”, disse o prefeito Marcus Melo, que interrompeu as atividades de campanha, já na manhã de ontem, em razão do falecimento do sogro.
Paulo Machado, que atuou com ele junto ao Ciesp de Mogi, também fala da importância do trabalho de Ciocchi junto ao setor de RH, nas entidades por ele presididas e também junto ao governo federal, onde ele atuou durante o governo Collor, na Secretaria de Administração Federal, em Brasília. “Ciocchi deixa um legado muito grande na área de RH, pela qual sempre foi um batalhador. Acompanhei o seu crescimento e, pela ligação de nossas famílias, posso dizer que ele era como um irmão para mim”, disse Machado.
Claudio Costa, atual diretor de Desenvolvimento Econômico e Social de Mogi, confessa ter sido um grande admirador do trabalho de Ciocchi, desde quando chegou a Mogi para atuar na área de RH da Valmet. Para Costa, “Ciocchi sempre foi uma pessoa à frente de seu tempo e um exemplo para os profissionais da área de RH”.

“Sempre me inspirei e espelhei nele  quando comecei a trabalhar. Ciocchi atuou em grandes corporações, como a Camargo Corrêa e o Grupo Anhanguera, de onde conseguia ditar tendências na relação capital-trabalho, num momento dos anos 70 e 80, em que o sindicalismo passava a exercer um novo papel na economia do País. Sem dúvida, ele deixa um legado muito grande”, assegura Costa.

Carreira

O trabalho de Luiz Ciocchi junto à indústria começou em março de 1960, quando ele conquistou o seu primeiro emprego, como office boy, no Departamento de Pessoal da Indústria Brasileira de Artigos Refratários (Ibar), empresa do Grupo Votorantim, em Calmon Viana, atualmente distrito de Poá.

Em seguida, ele trabalhou na Cia. Suzano de Papel e Celulose, em Suzano; na Indústria de Peles “Flecha” (Peles Polo Norte) em Suzano; Elgin Máquinas, em Mogi das Cruzes; Siderúrgica Aços Anhanguera, em Mogi das Cruzes e São Paulo (atualmente Gerdau), SCI – Sistemas, Computação e Informática em São Paulo e Rio de Janeiro e Construtora Camargo Corrêa, em São Paulo, de onde se desligou em 1992.

A saída da Camargo Corrêa aconteceu quando ele foi nomeado secretário da Administração Federal, em Brasília, a convite do ministro do Trabalho e Administração, João Mellão Neto.

Dono de uma sólida formação educacional e profissional, ele teve 32 anos de atividade profissional intensa, passando por todas as atividades relacionadas à gestão de RH (de officeboy a diretor de RH), sendo que durante 20 anos ocupou cargos de direção nas organizações onde trabalhou.

“Em 1992, fui dar minha contribuição ao Governo Federal, na gestão dos Recursos Humanos do setor Federal (onde implementava e coordenava as políticas de um contingente de aproximadamente 1.080.000 servidores, sendo 620 mil ativos e 480 mil inativos/pensionistas, além de outras áreas de controle na contratação de serviços de terceiros, informática e gestão do patrimônio Federal. Foi um período muito rico em aprendizado e relacionamentos nos vários órgãos do Governo Federal, Executivo, Legislativo e Judiciário. Solicitei minha exoneração no final de 1992, para iniciar, em 1993, minha atividade profissional independente”, contou Ciocchi, em seu perfil no Linkedin..
Depois de exercer atividades de destaque em várias empresas, ele optou por fundar a Ciocchi & Associados, na qual era sócio-executivo, especializada em desenvolvimento de negócios para empresas de prestação de serviços em gestão de pessoas e RH, aproveitando seu networking de 50 anos de carreira profissional. 

Com a empresa, Ciocchi desenvolveu projetos especiais nas áreas de consultoria em gestão, inovação e tecnologia, realizou consultoria nas áreas de Relações do Trabalho e RH, procurando passar aos clientes as experiências adquiridas no sentido preventivo. Nela, Ciocchi acompanhou as tendências do mercado de trabalho e pode contribuir ativamente na formulação de estratégias para  harmonia nas relações trabalhista. No âmbito sindical, ele costuma destacar a condujção de negociações salariais econômicas e sociais com a representação dos empregados e entidades classistas, intermediando também movimentos de greves, paralisações e movimentos reivindicatórios.
Também atuou como advogado no escritório Emerenciano, Baggio Advogados e como business development director na empresa Tgestiona Telefonica.