Secretário diz que risco de segunda onda em Mogi é real; cresce ocupação hospitalar
Apreensivo, o secretário municipal de Saúde de Mogi das Cruzes, médico Henrique Naufel, enxerga como real o risco de uma segunda onda da Covid-19 acertar a cidade. “Estamos acompanhando a segunda onda na Europa com bastante apreensão, pois tudo que o aconteceu lá fora, veio a acontecer em nosso país. Estamos avaliando que isso também […]
Reportagem de: O Diário
Apreensivo, o secretário municipal de Saúde de Mogi das Cruzes, médico Henrique Naufel, enxerga como real o risco de uma segunda onda da Covid-19 acertar a cidade.
“Estamos acompanhando a segunda onda na Europa com bastante apreensão, pois tudo que o aconteceu lá fora, veio a acontecer em nosso país. Estamos avaliando que isso também possa acontecer por aqui e temos que estar preparados”, destaca o titular da pasta em entrevista para O Diário. “As palavras de ordem continuam sendo segurança e cautela”, acrescenta.
Naufel aponta que dados dos últimos dias relacionados ao novo coronavírus indicam crescimento das internações e contágios da infecção em Mogi.
Antes em queda constante desde julho, hospitais da cidade voltaram a ter ligeiro aumento na procura de leitos.
Há um mês, no dia 17 de outubro, 54% das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Mogi das Cruzes destinadas ao tratamento de pacientes com Covid-19 – incluindo hospitais públicos e particulares -, estavam ocupados. Já nesta terça-feira, 17 de novembro, a mesma taxa era de 70%.
A ocupação geral de enfermaria – que atende casos leves da doença – subiu de 47% para 69% no período (veja quadro completo).
Em Mogi, 86% dos pacientes contaminados com o novo coronavírus já conseguiram se recuperar. O valor está acima da média regional, atualmente estagnada em 80%. Já a taxa de letalidade na cidade também está ligeralmente menor, 4,3%, contra 4,7%.
“Estamos com um aumento sustentado do número de casos, mantendo nossos leitos com uma ocupação de 60% a 70%”, diz. Lidamos muito melhor hoje com a doença em nível hospitalar que antes, mas o número crescente de casos nos preocupa”, informou Naufel, ao destacar que ainda “não podemos relaxar”.
Apesar do aumento, o médico especialista descarta a possibilidade da Prefeitura de Mogi reerguer um hospital de campanha em caso de uma segunda onda.
“Não haveria tempo hábil, mas temos preparado um plano de contingência caso seja necessário. Por enquanto, a flexibilização dos leitos tem sido suficiente para suprir a demanda. Com a redução no número de casos registrada a partir de agosto, alguns leitos de Covid-19 foram destinados para outros casos e agora estão sendo remanejados para atendimento aos pacientes do novo coronavírus conforme a necessidade”, argumentou.
Por fim, o secretário reforça que ainda vivemos em uma pandemia, que demanda cuidados extras.
“Com o passar do tempo, algumas pessoas estão se esquecendo da pandemia, mas o fato é que o novo coronavírus permanece em nosso ambiente e todos os cuidados devem ser mantidos como rotina: use máscara, lave as mãos, mantenha distância mínima de 1 metro das outras pessoas, leve álcool gel e fique em casa sempre que possível”, alerta novamente.
Balanço
Reunidas, as cidades que integram o Alto Tietê confirmaram nesta quarta-feira (18) mais seis mortes atreladas ao novo coronavírus. As vítimas recentes residiam nos municípios de Itaquaqueceutba (2), Mogi das Cruzes (1). Poá (2) e Suzano (1). Um falecimento registrado em Arujá foi removido das estatísticas por duplicação.
Com isso, a região passa a somar 1.599 mortes confirmadas para a Covid-19, sendo 456 vítimas apenas em Mogi das Cruzes, que desde o início da pandemia lidera o ranking do território.
Ao menos 34.979 moradores da região testaram positivo para a doença, sendo 10.443 referentes a mogianos. Do total, 27.898 conseguiram se recuperar e estão de volta ao convívio social.
Em Mogi, 3.241 mogianos que apresentaram sintomas da Covid-19 ainda aguardavam resultado de exames na noite desta quarta-feira (18). Um falecimento suspeito estava em investigação até a publicação desta reportagem.