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Secretário diz que vereadora Inês orienta invasores a permanecerem em áreas

 secretário municipal de Segurança Pública, Toriel Sardinha, declarou durante reunião na Câmara de Mogi, na última quarta-feira (27), que tem informações de que a vereadora Inês Paz (PSOL) estaria estimulando que os moradores de áreas ocupadas em Mogi das Cruzes permanecessem no local. No encontro com os legisladores, ele denunciou também a venda de barracos […]

30 de abril de 2022

Reportagem de: O Diário

 secretário municipal de Segurança Pública, Toriel Sardinha, declarou durante reunião na Câmara de Mogi, na última quarta-feira (27), que tem informações de que a vereadora Inês Paz (PSOL) estaria estimulando que os moradores de áreas ocupadas em Mogi das Cruzes permanecessem no local. No encontro com os legisladores, ele denunciou também a venda de barracos da Vila São Francisco pela internet, e afirmou que tem um áudio que mostra o envolvimento do PCC nas invasões. A parlamentar rebate as declarações, garante que “isso não aconteceu”, e avalia a possibilidade de discutir o caso na Justiça.

A reunião na Câmara, de mais de três horas, foi bastante tumultuada, com troca de farpas e críticas entre as partes. Os vereadores convocaram o secretário para explicar o vídeo que circula nas redes sociais, mostrando uma imagem de Sardinha, na Vila Oropó, forçando a saída de um homem, que estava no interior do barraco e se negava a sair do local. 

Ao ser questionado com 44 perguntas feitas pelos vereadores, o titular de Segurança defendeu ações para impedir ocupações ainda não consolidadas, especialmente quando se trata de local de risco. “Agimos com base na lei e com ela vamos até o final. Se ocorrer invasão não consolidada, seja em qual área for, e a pessoa se negar a sair, vai ter que sair contra a vontade”, justificou. Ele acrescentou que “se isso fosse feito logo no início, não teria sido gerado este problema que é hoje a Vila São Francisco, onde há barracos sendo vendidos. Já vi até página no Facebook fazendo esse tipo de comércio. Quem precisa vai ter nossa atenção. Quem está se aproveitando das pessoas que precisam sentirá o rigor da lei”, avisa.

Sardinha também denunciou o incentivo a ocupações irregulares na cidade e prometeu encaminhar à Câmara um áudio no qual uma pessoa convoca pessoas de outras cidades a virem a Mogi para invadir áreas, dando como exemplo a situação da Vila São Francisco, onde a ocupação teve início em março do ano passado, com meia dúzia de barracos, e hoje já conta com mais de 300. “Quem invade comete crime. Está no Código Penal. Quem incentiva é partícipe deste crime”, alertou. 

Na ocasião, a vereadora Inês Paz criticou a falta de acolhimento às famílias da área do Oropó, já que, segundo ela, não havia assistentes sociais no local no momento em que a Guarda Municipal tentava fazendo a retirada das famílias. “Não houve um programa para acolher estas pessoas. O que houve foi uma ação truculenta, que pode ser vista em vídeos que circularam”, comentou.

Sobre isso, o secretário afirmou que o morador que aparece nos vídeos se recusou a sair da área, apresentou resistência e precisou ser contido e levado pela Guarda Municipal à Central de Flagrantes, onde foi verificado que se tratava de foragido da Justiça por furto em Sergipe. “Este mesmo homem disse que a vereadora Inês Paz esteve lá um dia antes da nossa ação e orientou as pessoas para que não saíssem da área. Na ocasião, a Prefeitura ofertou lugar para estas pessoas não ficarem no relento, mas elas não quiseram”, conta.  

Inês contestou: “Não conheço este homem. Estive lá e passei às famílias a orientação que o próprio ex-secretário de Segurança, André Ikari, sempre dizia, que não poderiam obrigar as pessoas a saírem das ocupações. Também existia orientação do Ministério Público para abrir processo de desocupação apenas quando não houvesse moradias, pessoas habitando. Mas nesses casos havia moradias”, detalhou. 

Para esclarecer melhor as denúncias, a reportagem de O Diário solicitou, na quinta-feira (28), explicações mais detalhadas ao secretário de Segurança a respeito da venda de barracos, da suspeita de que a vereadora Inês estaria estimulando os invasores a permanecerem na ocupação e também sobre o áudio com informações do PCC que ele disse que encaminharia ao vereador Iduigues Martins (PT) e não mandou ainda. Sardinha, no entanto, não respondeu aos questionamentos. Nesta sexta-feira (29), este jornal voltou a pedir informações a respeito, mas não obteve resposta.

Já a vereadora Inês Paz reforçou várias vezes que “não conhecia e nunca conversou com o homem que foi detido”, e demonstrou “indignação” com as falas de Sardinha sobre o envolvimento do nome dela no caso. Ela afirmou ainda que “com relação a tudo o que o secretário disse, estamos consultando os nossos advogados, os advogados do partido e conversando para ver quais medidas jurídicas são passíveis para este caso”.

O Diário vai acompanhar o desdobramento dessas denúncias e abrir espaço para as duas partes se manifestarem. Se o secretário responder aos questionamentos, o material será publicado no site deste jornal. O mesmo acontecerá se a vereadora quiser informar sobre quais medidas judiciais serão tomadas.

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