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Mogi fecha menos empresas na pandemia na comparação com 2019

Neste ano, apesar da pandemia de Covid-19, que afetou o cenário econômico mundial, o número de cancelamentos de empresas entre janeiro e novembro em Mogi das Cruzes foi menor em comparação com o mesmo período de 2019. Nos 11 primeiros meses de 2020, das 4.569 empresas abertas na cidade, 1.823 fecharam, enquanto no mesmo recorte […]

30 de dezembro de 2020

Reportagem de: O Diário

Neste ano, apesar da pandemia de Covid-19, que afetou o cenário econômico mundial, o número de cancelamentos de empresas entre janeiro e novembro em Mogi das Cruzes foi menor em comparação com o mesmo período de 2019.

Nos 11 primeiros meses de 2020, das 4.569 empresas abertas na cidade, 1.823 fecharam, enquanto no mesmo recorte de tempo do ano passado, foram encerradas 4.382 das 5.540 em atividade no município.

Porém, é preciso levar em conta que os cancelamentos já vinham ocorrendo desde o agravamento da crise econômica do País, que teve início antes da pandemia. Além disso, os números de 2019 foram elevados pelo mutirão realizado pela Prefeitura Municipal para oficializar a situação de empresas já fechadas, mas sem baixa nos cadastros. No entanto, em 2020, os encerramentos são voluntários e refletem a atual situação econômica.

“A pandemia não faz com que indústria e comércio fechem, mas pode levá-los a falir. Fechar demanda tempo e, teoricamente, quem faliu não tem recurso nem para fechar empresa. Observamos que o setor de serviços está 8% abaixo do que antes da pandemia e ainda não se recuperou”, avalia Claudio Costa, diretor da Secretaria Municipal de Desenvolvimento.

Já a indústria, segundo ele, vem se recuperando, o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre cresceu 7% e houve saldo positivo em outubro. 

“O setor diminuiu, mas cresceu. A indústria está vindo forte e tivemos o quarto mês de saldo positivo de emprego. Se não fosse a pandemia, teríamos um excelente ano porque começamos janeiro e fevereiro com números positivos do Caged e esta é uma vantagem que Mogi teve em relação a outras cidades”, enfatiza o diretor.

Na soma de 2015 e 2016, houve mais de 6,6 mil demissões no município. Já em 2017, o saldo foi de 1.621 vagas, tendência acompanhada em 2018, com 1.861 empregos positivos. Em 2019, com a migração no setor de serviços, o saldo ficou negativo em 1.525 postos, sendo 1.168 apenas correspondentes a serviços.

O ano de 2020 começa com saldo positivo de 507 vagas em janeiro e 856 em fevereiro. Com a pandemia, em março, foram 1.677 postos a menos, em abril (-2.928), maio (-980) e junho (-206). Mas em julho, houve 885 positivos, em agosto (+632), setembro (+626), outubro (+860).

“Apenas com os saldos positivos, teríamos 6.313 postos gerados. Mas considerando a pandemia, ficou em 435 negativos. Se analisarmos desde 2017, 2018, 2019 e 2020, o saldo é positivo em 522 postos. Observamos que houve impacto e a cidade vem em uma recuperação mais lenta no setor de serviços. A indústria demanda uma série de fornecedores e, se ela vai bem, este mercado também fica aquecido. Além disso, a questão cambial fez com que o país se tornasse mais competitivo lá fora também. O Brasil começa, e a cidade se enquadra nisso também, a fornecer para empresas fora do país, o que faz com que falte mercadoria no próprio país. Desta forma, o preço aumenta e fornece-se para quem pagar melhor. Esta é a natureza da economia”, explica Costa.

Indústria tem recuperação

De 25 cidades monitoradas pela Prefeitura de Mogi, a indústria do município foi a que menos demitiu na pandemia. “O setor se recuperou com estímulos como redução de jornada e de salário e suspensão de contratos, que evitaram demissões em massa”, diz o diretor da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Claudio Costa. 

Porém, o diretor lembra que o crédito prometido à pequena e média indústria não chegou. “Houve muita dificuldade para elas conseguirem crédito na pandemia e isso cortou o fôlego. Com a segunda onda, a tendência é ficar ainda mais complicado”, diz. 

Meta é atrair investimentos a Mogi

Atrair indústrias à cidade, a fim de gerar oportunidades aos fornecedores locais e empregos, é, na visão do diretor da Secretaria Municipal de Desenvolvimento, Claudio Costa, o maior desafio. “Há uma migração da indústria para o setor de serviços, até porque Mogi oferece programas de isenções de impostos àquelas que atingirem os requisitos, e nosso foco é trazer a grande indústria a Mogi para contratar cada vez mais prestadores de serviços da cidade, com o propósito de alavancar oportunidades de trabalho”, conclui.

Porém, segundo Costa, há a tendência de a grande indústria se tornar cada vez menor em quantidade de pessoas por causa da tecnologia. “As atividades braçais são substituídas por máquinas e robôs. Existe a expectativa de que as empresas sejam automatizadas e reduzam o número de funcionários, mas o salário médio aumenta porque isso demanda cargos com mais capacitação”, completa. 

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