Motoristas poderão ter cobrança no sistema free flow na Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga
O sistema free flow de cobrança de tarifa nas estradas do Estado de São Paulo, anunciado recentemente pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicamos), deve ser instalado nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, com acesso à cidade. O assunto volta a ganhar repercussão no município, após intensas mobilizações e ações na Justiça contra a instalação de praças […]
Reportagem de: O Diário
O sistema free flow de cobrança de tarifa nas estradas do Estado de São Paulo, anunciado recentemente pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicamos), deve ser instalado nas rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, com acesso à cidade.
O assunto volta a ganhar repercussão no município, após intensas mobilizações e ações na Justiça contra a instalação de praças de pedágio nas vias, conforme previa a concessão do Lote Litoral, cancelada em dezembro de 2021 e com estudos retomados em janeiro de 2023. O movimento Pedágio Não se posiciona que será contra a proposta.
O novo sistema, dotado de tecnologia de ponta e conhecido como pedágio de cobrança automática, opera por meio de totens instalados nas vias e permite que o motorista pague a tarifa correspondente à distância, em quilometragem, percorrida nestes locais.
Segundo informações do Governo do Estado, as duas estradas com acesso a Mogi das Cruzes fazem parte do pacote de rodovias estaduais que passarão por processos de concessão no âmbito do Programa de Parcerias em Investimentos do Estado de São Paulo (PPI-SP).
“O Governo de São Paulo tem como uma de suas metas para os próximos anos a implantação do sistema free flow nas rodovias concedidas no Estado. O método consiste num sistema de livre circulação de veículos sem necessidade de instalação de praças de pedágio e cobranças automáticas por cancelas, o que aumenta a velocidade média de viagem e reduz os custos para operadores e usuários dos serviços, com a cobrança de tarifas mais justas”, trouxe a nota encaminhada pela Secretaria de Estado de Parcerias em Investimentos, após ser questionada por este jornal.
A pasta afirma, ainda, que já foram contratados estudos para a avaliação da viabilidade e modelagem de negócio para diversos trechos de rodovias no Estado, inclusive com a adoção do sistema free flow como uma das premissas dos empreendimentos.
A pasta também informou que, nos próximos meses, devem ser realizadas audiências públicas para debater a implementação do sistema e colher subsídios à proposta apresentada pelo Estado, a exemplo das que ocorreram durante a iniciativa anterior, que previa a instalação de praças fixas de pedágio com cancelas, nas rodovias, e que gerou ampla discussão.
Com o novo sistema de cobrança, que já passa por testes na rodovia Ayrton Senna, o governo estadual também aponta que haverá diminuição de despesas para operadores e motoristas, com cobrança de tarifas mais justas, já que o valor dependerá da quilometragem percorrida.
Segundo uma das lideranças do movimento Pedágio Não, Paulo Bocuzzi, fundador do grupo e articulador de protestos e debates contra a praça de cobrança, em 2021, a posição se mantém contrária a este novo sistema de tarifa proposto pelo Estado. “Estive com o prefeito Caio (Cunha), no começo do ano, no Palácio dos Bandeirantes, conversando com dois secretários do Governo do Estado, e eles demonstraram interesse em voltar a falar sobre essa possibilidade. Este modelo é uma ideia que eles pretendem implementar em todo o Estado e fica mais barato para o Governo, porque possibilita a implantação de totens de pedágio em áreas com trechos mais restritos e menores, como é o caso da Mogi-Dutra. O custo é mais baixo, além de não ter funcionários operando. Na ocasião, eles disseram que custaria R$ 1 milhão por totem, enquanto a praça de pedágio com cancela fica entre R$ 15 milhões e R$ 18 mlhões”, conta.
Ainda de acordo com ele, embora a comunicação com o atual governo tenha sido melhor do que com o anterior, apresentando maior flexibilidade e possibidade de diálogos, e a atual proposta defenda a diminuição do custo da tarifa em até 90% em relação à inicial, de 2021, o posicionamento do prefeito e do movimento Pedágio Não é contrário a qualquer modelo de pedágio na região. “Estamos acompanhando para ver como esta questão vai evoluir e vamos nos posicionar de maneira contrária independentemente do modelo de pedágio, mesmo que o impacto seja menor à cidade”, afirma Bocuzzi, que também é secretário-adjunto de Esportes de Mogi.
Ele não descarta a realização de novos protestos e a retomada de abaixo-assinados contra a proposta, caso a ideia de cobrança seja mantida pelo Governo do Estado.