Nobolo Mori e Sethiro Namie, 191 anos de ações pela cidade
Somando-se os 92 anos do produtor rural aposentado e ex-vereador Sethiro Namie, comemorados no último sábado (6), aos 99 já completados pelo médico e ex-vice-prefeito, Nobolo Mori, chega-se a espantosos 191 anos de vida de dois líderes da comunidade japonesa de Mogi. Os dois amigos de décadas, sempre que possível se encontram e se respeitam […]
Reportagem de: O Diário
Somando-se os 92 anos do produtor rural aposentado e ex-vereador Sethiro Namie, comemorados no último sábado (6), aos 99 já completados pelo médico e ex-vice-prefeito, Nobolo Mori, chega-se a espantosos 191 anos de vida de dois líderes da comunidade japonesa de Mogi.
Os dois amigos de décadas, sempre que possível se encontram e se respeitam mutuamente.
Nobolo, fundador do Hospital Ipiranga, e Namie, antigo plantador de batatas do Cocuera, têm algo mais em comum que a participação na vida política de Mogi das Cruzes. O primeiro, como vice-prefeito do terceiro mandato de Waldemar Costa Filho, um administrador que marcou época na cidade e sabia, como poucos, escolher aqueles em que poderia confiar para serem seus eventuais substitutos durante os quatro mandatos à frente da Prefeitura de Mogi.
Já Namie foi um dos principais representantes do setor agrícola na Câmara Municipal de Mogi, durante o período situado entre fevereiro de 1977 a dezembro de 2000, quando exerceu cinco mandatos de vereador, tendo sido sempre reeleito pelo voto popular de eleitores de dentro e de fora da comunidade oriental do município.
Além da forte amizade, Nobolo e Namie sempre tiveram algo mais em comum: a prática desportiva. O médico como praticante diário do golfe, esporte que ele aponta como uma das principais causas de sua longevidade. Nobolo é um grande incentivador do golfe, a ponto de ter construído inúmeros campos para sua prática, na área da Serra do Itapeti, onde se localiza a sede do Instituto de Moralogia, uma ciência trazida por ele do Japão e que coloca o homo moralis como virtual sucessor do homo sapiens no planeta. No Brasil, o Instituto de Moralogia promove cursos e eventos visando despertar nas pessoas em geral a importância de uma vida conduzida à sombra da moral e dos bons costumes.
O médico que já perdeu as contas das cirurgias e partos que realizou durante o período em que atuou na área médica da cidade, em especial no Hospital Ipiranga, já não pratica mais a Medicina com antes, embora passe, religiosamente, todos os dias pelo seu antigo local de trabalho, onde é cumprimentado e respeitado por todos.
Já Sethiro Namie, a partir dos anos 1960, como professor roku-dan (6º dan) de judô, começou a ministrar seus ensinamentos aos moradores da comunidade japonesa, na Associação dos Agricultores, no bairro do Cocuera.
Ex-aluno do sensei Shojiro Higuchi, o filho de imigrantes japoneses, nascido em 5de maio de 1931, em Sete Barras, no interior paulista, chegou a Mogi com 16 anos, acompanhando o pai que veio trabalhar no antigo Casarão do Chá, no Cocuera.
Namie começou treinando com seus irmãos menores, Kendi e Osvaldo, e com outros alunos de ascendência japonesa.
Aos 21 anos, já era faixa preta e enquanto exercia a vereança, foi o segundo delegado da 10ª Delegacia Regional de Judô Central.
Levou seus ensinamentos para além do Cocuera e tornou-se o maior exemplo e incentivador de seu filho e também judoca, Paulino Namie, que hoje comanda o setor de Judô da Secretaria Municipal de Esportes, buscando difundir, cada vez mais, aquela arte entre crianças, jovens e adultos.
Não foi à-toa que representantes de diferentes estágios da “arte suave” fizeram questão de cumprimentar Sethiro Namie e agradecer-lhe pelo incentivo e ensinamentos oferecidos a muitos praticantes e dirigentes do judô na cidade. Todos eles reconhecendo a importância do trabalho de Namie em favor do esporte em Mogi das Cruzes.