PRF apreende 40 mil maços de cigarros paraguaios em Arujá
Quaranta mil maços de cigarros de origem paraguaia – e, portanto, ilegais – foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante patrulhamento na rodovia Presidente Dutra, em Arujá, na noite da última quinta-feira (5). Na ocorrência chamou a atenção dos policiais o ‘azar’ do motorista. A equipe encontrou os produtos falsificados após o condutor de […]
Reportagem de: O Diário
Quaranta mil maços de cigarros de origem paraguaia – e, portanto, ilegais – foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante patrulhamento na rodovia Presidente Dutra, em Arujá, na noite da última quinta-feira (5).
Na ocorrência chamou a atenção dos policiais o ‘azar’ do motorista.
A equipe encontrou os produtos falsificados após o condutor de um Fiat/Doblo ter colidido com uma defensa metálica, tipo de suporte de proteção, e necessitar de ajuda, já que o veículo não conseguia se movimentar normalmente após o acidente.
Segundo a PRF, uma equipe parou para realizar o atendimento do acidente, porém ao abrir o compartimento de carga do veículo, os policiais encontraram a grande quantidade de material contrabandeado do país vizinho.
Os cigarros de origem paraguaia tem ô comércio proibido no Brasil, e seu porte configura “contrabando de mercadorias”.
Diante dos fatos, a carga do veículo, seu condutor e uma passageira foram encaminhados à Polícia Civil de Arujá, informou a PRF.
“Made in Paraguay”
Segundo a imprensa paraguaia, o contrabando de cigarros se tornou um grande negócio em razão do preço. em 2020, o cigarro paraguaio custava ao consumidor entre R$ 4 e R$ 5, metade do que custa o brasileiro. Um pacote com dez maços poderia custar à época, apenas R$ 25,00, ou R$ 2,50 a carteira. A diferença estava no imposto: 18% no Paraguai e de 75% no Brasil sobre o preço final.
O ganho com o cigarro paraguaio, naquele ano, já equivalia ao da cocaína. Jornais da fronteira, com o H2Foz, de Foz do Iguaçu, aponta que o faturamento dos que lidam com o comércio ilegal de cigarros era calculado em R$ 10,9 bilhões, em 2020, mais do que todo o faturamento da indústria de cosméticos brasileira.
Não à-toa que grupos do crime organizado, como o PCC, estão atuando com intensidade no contrabando de cigarros, justamente em função da margem de lucro.
Uma das principais fábricas legais de cigarros no Paraguai, a Tabacalera Del Este (Tabesa), fabricante da Eight, sua principal marca, pertence ao ex-presidente Horacio Cartes. Sua produção somada à de outros fabricantes de menor porte, chegava a 71 bilhões de cigarros por ano. O Paraguai, entretanto, só consome somente 2 bilhões.
E mesmo não podendo exportar o produto para o Brasil, calculava-se que o cigarro paraguaio domine cerca de 40% do mercado brasileiro, ou seja, a cada 100 cigarros consumidos no Brasil em 2021, 48 vinham ilegalmente de outros países, em especial do Paraguai, causando uma evasão fiscal equivalente a R$ 10,2 bilhões, segundo a Folha. Isso acontecendo em plena pandemia, quando as fronteiras entre os dois países estiveram fechadas durante um longo período.
Um indicativo de que o contrabando continua sendo um grande negócio para as facções criminosas que dos dois países.
No Brasil, a pena para o crime de contrabando de cigarros que era de um a quatro anos de prisão e aumentou para de dois a cinco anos. A lei ainda prevê que a pena seja aplicada em dobro nos casos em que o crime seja cometido por meio de transporte aéreo, marítimo ou fluvial.