Quanto vale a palavra de um governador de Estado?
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem pela frente a oportunidade de mostrar o real valor da palavra de um candidato que se tornou governador do Estado de São Paulo, o mais importante da Federação. Basta que ele faça valer o que prometeu durante a campanha eleitoral e não implante os pedágios que sua administração […]
Reportagem de: O Diário
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem pela frente a oportunidade de mostrar o real valor da palavra de um candidato que se tornou governador do Estado de São Paulo, o mais importante da Federação.
Basta que ele faça valer o que prometeu durante a campanha eleitoral e não implante os pedágios que sua administração está discutindo, mesmo depois da garantia do então candidato, que tal medida não seria adotada, por não ser benéfica à região de Mogi das Cruzes e Alto Tietê.
Por mais de uma vez, em visitas a Mogi em busca dos votos da população, o então candidato procurou tranquilizar o eleitorado dizendo que manteria a região fora do foco dos pedágios. Disse isso com todas as letras, como foi mostrado a toda região através dos órgãos de imprensa, em especial por meio das inquestionáveis imagens da TV Diário.
A cidade que acabava de sair de um longo confronto com os governadores João Doria e Rodrigo Garcia (à época do PSDB), autores da proposta inicial sobre a cobrança pelo uso das rodovias Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga, votou maciçamente em Tarcísio de Freitas, confiando em sua palavra de técnico famoso e que, por isso mesmo, sabia o que estava dizendo.
Para a desagradável surpresa dos mogianos e moradores do Alto Tietê, Tarcísio foi justamente na contramão do que fizeram os tucanos. Enquanto eles anunciaram a medida e depois voltaram atrás, ouvindo o clamor popular de toda uma cidade e região, o vencedor da eleição passada fez justamente o contrário. Tão logo, conforme disse uma leitora deste jornal, “aboletou-se na cadeira de governador”, Tarcísio teve uma espécie de surto de amnésia que o fez esquecer que havia dado a palavra de que manteria Mogi e Alto Tietê livres dos pedágios.
Uma posição decepcionante, sob todos os aspectos, para milhares de eleitores que acreditaram nas suas palavras de técnico, comprovadamente capaz em obras rodoviárias.
Enquanto clama contra a mudança de opinião do político, a região se mostra cada vez mais desalentada com a fragilidade de posição demonstrada pelo atual governador.
Quem não acreditava na palavra de políticos passou a acreditar menos ainda. Mas a decepção maior, sem dúvida, é daqueles que apostaram no homem Tarcísio de Freitas como alguém que sustentaria sentado na cadeira de governador tudo aquilo que havia prometido, de pé, nas ruas e entrevistas dadas em Mogi para receber os votos do eleitorado doméstico.
Caso queira demonstrar que é, realmente, uma pessoa de palavra, ainda há tempo. Basta que o todo-poderoso governador se lembre do que disse e, em nome de sua credibilidade, desista dessa proposta absurda e inconsequente de espalhar pedágios ao longo da Mogi-Dutra e Mogi-Bertioga.
Ainda há tempo de sobra. A primeira audiência pública para discutir um assunto, cuja posição da região ele está cansado de saber qual é, está marcada para esta sexta-feira (18).
Basta se lembrar e colocar em prática o que disse, por mais de uma vez, quando pedia os votos dos eleitores locais e desistir da esdrúxula ideia dos pedágios. A cidade de Mogi e a região saberão reconhecer o espírito público desta medida, caso ela realmente ocorra, em futuras eleições.
No mais, é também uma questão de o governador fazer valer sua palavra de honra e ficar em paz com sua própria consciência, cumprindo o que prometeu.
Apenas isso, nada mais que isso.