Com ligação a Mogi das Cruzes, jovem piloto de kart sonha em chegar à Stock Car
Com familiares em Mogi das Cruzes, cidade que mantém uma ligação afetiva com o piloto, Marcos Borenstein trilha uma trajetória incomum no esporte
Carrossel de fotos
Marcos Borenstein | Divulgação
Reportagem de: Fabio Pereira
Com apenas duas temporadas no kartismo profissional, Marcos Borenstein já soma pódios, vitórias e um sonho bem definido: chegar à Stock Car, a principal categoria do automobilismo nacional. Com familiares em Mogi das Cruzes, cidade que mantém uma ligação afetiva com o piloto, Marcos trilha uma trajetória incomum no esporte. Ao contrário da maioria dos pilotos, que costumam iniciar no kart ainda na infância, ele começou aos 17 anos.
“Desde criança eu sempre gostei muito de corrida. Assistia MotoGP com o meu pai e sempre gostei de jogos de vídeo game de corridas”, relembra. A paixão virou objetivo em 2022, após experiências em campeonatos amadores de kart rental.
“Percebi que conseguia evoluir rapidamente. Nas primeiras corridas eu tomava uma volta dos líderes, mas no fim do ano já conseguia acompanhá-los”, afirma.
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Em 2024, logo em seu ano de estreia no kartismo profissional, Borenstein foi vice-campeão da Fórmula 4 Light na Copa São Paulo Granja Viana, perdendo o título por apenas dois pontos, e ficou entre os 20 melhores no Campeonato Brasileiro de F4 Graduados, que teve 60 inscritos. No final daquele mesmo ano, encarou os primeiros treinos com karts de motor 125cc, considerados mais rápidos e exigentes.
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A temporada de 2025 no kart trouxe novos desafios. Além da manutenção na F4, Borenstein passou a disputar provas nas categorias Sprinter e Rotax. Em sua segunda corrida com motor de 125cc, garantiu um 3º lugar na Copa São Paulo Light. No dia 26 de abril, conquistou mais um pódio: 2ª colocação na Copa São Paulo Bradesco, na F4, com 16 pilotos no grid.
“Estou muito feliz pelos resultados que venho conquistando, todos muito importantes para quem está em sua segunda temporada no kartismo”, diz o piloto, que compete pela equipe MV Racing, com preparação de Marcelo Valdannini e orientação do coach Enzo Prando.
“Grande parte disso devo à MV Racing, ao Marcelo e ao Enzo, que, cada um em sua área, fazem um trabalho muito bom na formação de pilotos.”
Mas nem tudo foi fácil no início. Marcos enfrentou fraturas recorrentes nas costelas em 2023, que o afastaram dos treinos por vários meses. “Foi um período difícil, mas que me ensinou a ter paciência e foco. Voltei só em novembro daquele ano e, graças a Deus, não tive mais lesões”, conta.
Atualmente no 3º ano do ensino médio, ele enfrenta o desafio de conciliar escola e as corridas de kart. “Perco muitas aulas por conta dos treinos. Preciso estudar sozinho em casa e pedir ajuda aos amigos. É difícil, mas é o preço que se paga”, relata.
Apesar de lidar bem com a pressão externa, o pai reforça que não há obrigação por resultados, o jovem admite que se cobra bastante. “Eu tenho essa característica, pois sei onde posso chegar. Às vezes, a maior pressão é a que vem de mim mesmo”.
O futuro ainda está sendo construído com cautela. Marcos sabe que a Fórmula 1 está fora do alcance para quem começa mais tarde, mas tem o sonho da Stock Car vivo e bem definido.
“Se um dia eu conseguir ser piloto da Stock Car, seria algo incrível. Mas agora quero manter os pés no chão e evoluir dentro do kartismo, que é essencial para o meu desenvolvimento como piloto”, concluiu.