DER e geólogo divergem sobre rocha em encosta da Mogi-Bertioga
Pedra de grande formato chama atenção de usuários da rodovia, que temem o risco de novos deslizamentos

Pedro no detalhe no caminho da Mogi-Bertioga | Dora Santos
Reportagem de: O Diário
Uma pedra de grandes dimensões e com formato pontiagudo, na área onde houve o deslizamento de rochas que levou a seis dias de interdição da rodovia Mogi-Bertioga, no mês passado, preocupa quem trafega pela via. Embora o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) garanta que não há riscos aos usuários, o geólogo mogiano Silvio Pomaro alerta para o perigo.
A pedra foi fotografada por uma leitora que encaminhou a imagem a O Diário. Ao analisá-la, Pomaro enfatiza que a situação exige atenção. “O risco é eminente em se tratando de blocos e matacões bastante fraturados e descalçados em maciço rochoso intensamente alterado em processo de decomposição”, destaca o profissional.
Segundo ele, um dos gatilhos para o escorregamento e deslizamento nesse ambiente é o grande volume pluviométrico (chuvas intensas). “Estradas construídas em encostas com essa característica geológica e com topografia muito acidentada proporcionam esses tipos de movimentos, tanto de massa de solo como de blocos rochosos e suas contenções são bastante criteriosas e onerosas, exigindo estudos e monitoramentos constantes”, explica.
Para garantir a segurança dos motoristas e passageiros na Mogi-Bertioga, que registra reincidentes deslizamentos seguidos de interdições, o geólogo defende a necessidade de construção de outra via ligando o planalto ao litoral. “Uma nova estrada, com considerações construtivas (túneis e viadutos), seria a melhor opção para transposição dessa serra com segurança”, conclui.
Procurado por O Diário sobre a pedra existente na área que sofreu recente deslizamento, o DER informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que uma inspeção técnica realizada no local constatou que a rocha em questão não oferece risco aos usuários da rodovia.
“As obras iniciadas no mês passado incluem o corte da extremidade saliente, o que facilita a instalação de uma tela metálica que proporcionará maior estabilidade ao talude”, trouxe a nota encaminhada a este jornal.