Moção de aplauso aos 45 anos de fundação do PT causa bate-boca na Câmara de Mogi

Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (12), a Câmara de Mogi das Cruzes aprovou uma moção de aplausos aos 45 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). Entretanto, o documento, de autoria do vereador Iduigues Martins (PT), gerou um bate-boca dentro da Casa de Leis. 

A confusão começou antes mesmo da votação, durante a fase de discussão. Após o autor apresentar a moção, o vereador Felipe Lintz (PL) pediu para usar a tribuna e criticou a proposta. “Estamos comemorando o que aqui? O aniversário de um partido ou os escândalos de corrupção que esse partido deflagrou no nosso país? Não há absolutamente nada a comemorar”, disparou o vereador.

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A sessão, então, seguiu para a votação da proposta. No plenário, apenas o vereador Lintz – mesmo com outros da bancada do PL presentes – votou contra a moção de aplauso e, portanto, o texto foi aprovado.

Na fase de declaração de voto, onde os vereadores podem explicar seus devidos posicionamentos, o vereador Iduigues aproveitou a tribuna para defender a sua proposta e seu partido das acusações do colega de Legislatura.

“Ele [Felipe Lintz] está no partido de um homem envolvido nos mesmos escândalos que ele falou aqui. Será que ele mudou de ideia ou ele compartilha das acusações que ele fez? Eu nunca subi nessa tribuna para acusar ninguém, agora nós vamos ter aqui [em Mogi] o Chupetinha 2: alguém que vem lacrar, que não sabe separar a disputa política de um momento solene.”

Vale lembrar que, na Câmara Federal, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi chamado de “chupetinha” em uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e desde então recebe este tipo de provocação de seus adversários.

A fala gerou comoção no plenário e, em resposta, Lintz também pediu para declarar o seu voto. O vereador ressaltou o seu posicionamento, voltando a criticar o PT e a moção apresentada por Iduigues.

“Em primeiro lugar, vereador Iduigues, lave a boca para falar de mim porque o senhor está em um partido corrupto, de ladrão. E eu não entendo porque o senhor Rodrigo Romão deu risada quando me chamaram de Chupetinha. Em relação aos posicionamentos que eu tive, eu mantenho todos os valores que eu carrego comigo. E para que fique bem claro: não há o que comemorar no Partido dos Trabalhadores”.

Citado pelo colega, o vereador Rodrigo Romão (PCdoB) também pediu para declarar o seu voto. “Estamos fazendo um debate desnecessário. Essa Casa tem que ser uma casa de respeito, viu, Felipe Lintz? Tem que saber dividir e separar as diferenças ideológicas.”

Além de Romão, que havia sido mencionado pelo vereador do PL em sua fala, a comoção também foi criticada por outros parlamentares que estavam presentes na casa. 

“De fato, a gente precisa ter esse comportamento de urbanidade, o debate tem que ser nas ideias. Mas a gente sabe, era previsível, que teríamos essas discussões, como foi colocado pelo vereador Iduigues, para lacrar e fazer o embate nas redes sociais”, disse a vereador Inês Paz (PSOL).

“A gente vota em uma moção em respeito ao trabalho de um colega. Acho que o bem maior da democracia é que todos nós podemos existir. Não é questão de concordar ou não, até porque o que está em votação aqui não tem nada haver com a ideologia”, comentou o vereador Mauro Araújo (MDB).

Sobre a moção

O documento apresentado e aprovado destaca a importância do partido “na construção de um Brasil mais democrático e socialmente justo”. Além disso, o documento também considera os avanços significativos promovidos pelos governos petistas, como a redução da pobreza e da desigualdade.

A homenagem, agora, será encaminhada ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à presidenta do Diretório Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, ao presidente do Diretório Estadual do PT de São Paulo, Francisco Daniel Celeguim de Morais, ao secretário Nacional de Comunicação do PT, deputado Federal Jilmar Tatto, e ao presidente do diretório do PT de Mogi das Cruzes, Alexandre Gerolamo de Almeida.