Mogi das Cruzes usa drones para ampliar combate à dengue em áreas de difícil acesso

A Prefeitura de Mogi das Cruzes deu início, nesta sexta-feira (16), à operação com drones para aplicação de larvicida em reservatórios de água e terrenos de difícil acesso no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. A ação começou pela Vila Suíssa, nas imediações das ruas Pedro Genovês e José Veríssimo, e será estendida a outras regiões da cidade nos próximos dias.

A operação utiliza dois drones: um para a fiscalização e mapeamento das áreas e outro para a aplicação do produto. O objetivo é ampliar a eficácia do controle das larvas do mosquito, principalmente em imóveis fechados ou abandonados e locais com acúmulo de água, onde os agentes de controle de endemias não conseguem acessar facilmente.

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O vice-prefeito Teo Cusatis destacou que o uso de drones faz parte das ações preventivas adotadas pelo município. “Esse é um trabalho inovador e preventivo. A gente não pode esperar os casos aumentarem para agir”, disse. Ele lembrou que o contrato foi firmado no início do ano e permite o uso da tecnologia por até dois anos, inclusive em áreas particulares, com respaldo legal.

A secretária municipal de Saúde e Bem-Estar, Rebeca Barufi, explicou que a escolha dos pontos onde os drones atuam é definida com base em estudos técnicos conduzidos pelas equipes de Vigilância em Saúde. “Hoje estamos na Vila Suíssa, mas ainda nesta sexta seguimos com as aplicações na Vila Sintra, Vila Oliveira e em outras regiões conforme a indicação semanal da equipe”, acrescentou.

Rebeca também destacou a importância da análise detalhada dos casos registrados. “Monitoramos tanto os casos confirmados em Mogi quanto os importados, que também são levados em conta na definição das ações”, completou.

O piloto Jorge Miguel explicou que o larvicida utilizado é o Vectobac, um produto biológico à base de bacillus granulosa, autorizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “É um produto inofensivo à saúde humana e animal. Age diretamente nas larvas quando entra em contato com a água”, afirmou.

De acordo com a Prefeitura, a operação com drones foi contratada no início deste ano e poderá ser utilizada por até dois anos, com base em decreto que autoriza a entrada da equipe técnica em imóveis particulares nos casos em que houver risco sanitário, sem a necessidade de autorização prévia do proprietário.

Além dos drones, Mogi das Cruzes mantém em funcionamento o canal de denúncias ‘Zap Dengue‘ pelo WhatsApp (11) 96315-7722, uma importante ferramenta de prevenção. Por meio dele, o munícipe pode localizar o posto de saúde mais próximo com base em sua geolocalização, acessar informações completas sobre a dengue, interagir por áudio ou texto e enviar denúncias de possíveis focos do mosquito. O canal também disponibiliza vídeos explicativos, cards informativos para compartilhamento e conteúdos educativos em diferentes formatos, como imagens e áudios.

Até o momento, a cidade registrou 182 casos confirmados de dengue e nenhum óbito. A vacinação contra a doença segue disponível para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h30, em todas as unidades de saúde e até 18h30 naquelas com horário estendido.

Casos de dengue em 2024

Em 2024, Mogi das Cruzes registrou mais de 19 mil casos de dengue e 23 mortes na cidade em decorrência da doença. Os dados são do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.