Mogiano Duda Lima poderá ser o marqueteiro do prefeito de São Paulo
Publicitário de Mogi das Cruzes trabalhou na campanha de Bolsonaro e tem total confiança de Valdemar Costa Neto
Duda Lima | Reprodução
Reportagem de: O Diário
Depois de atuar como marqueteiro da campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro (PL), no ano passado, o publicitário mogiano Eduardo Rodrigues de Lima, o Duda Lima, poderá ter pela frente mais um difícil desafio.
Ele está sendo sondado para comandar a campanha à reeleição do prefeito municipal de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), conforme revelou a coluna “Painel”, da Folha de S. Paulo, neste final de semana.
Conforme o jornal O Diário noticiou, o mogiano já teve encontros com secretários de confiança do emedebista, mas, pelo que se sabe até agora, o martelo ainda foi batido, embora haja grandes chances disso vir a ocorrer. Afinal, os assessores vêem as redes sociais como ponto mais forte do trabalho de Duda. E é justamente nesta área que está, segundo os observadores políticos, o ponto mais frágil do prefeito.
Ou seja, a atuação do publicitário vai justamente ao encontro das necessidades político-eleitorais do prefeito paulistano, um verdadeiro camaleão, capaz de se adaptar às contingências da vida pública que se adaptam melhor aos seus interesses.
Nunes foi eleito vereador da Capital em 2012, se reelegendo em 2016. Integrante do MDB, ele esteve ao lado do prefeito da época, Fernando Haddad (PT).
Enquanto se preparava para disputar a terceira eleição à Câmara de São Paulo, em 2020, acabou se tornando candidato a vice-prefeito de Bruno Covas (PSDB), como parte de uma coligação que uniu PSDB, MDB e DEM, cuja articulação foi feita pelo governador paulista da época, João Doria Júnior, que sonhava contar com o apoio emedebista na eleição para presidente, que acabou frustrada.
No começo de maio de 2021, Nunes assumiu a Prefeitura, por 30 dias, durante o período em que Covas intensificou o seu tratamento contra o câncer. Após a morte do prefeito titular, em 16 de maio, o ex-vereador assumiu em definitivo o cargo de prefeito paulistano, com mandato até 1º de janeiro de 2025.
No cargo, veio o desejo natural pela reeleição, incentivado por correligionários e assessores, os mesmos que estão negociando com o mogiano Duda Lima, que, pelo visto, não sofreu grande desgaste em termos profissionais por conta da derrota de seu assessorado, Jair Bolsonaro, no pleito presidencial passado.
Notícias fartamente divulgadas pela imprensa mostraram que não foi um mar de rosas o trabalho de Duda com o presidente e candidato à reeleição. Considerando-se auto-suficiente e com a ideia da reeleição garantida, Bolsonaro simplesmente não aceitava as regras ditadas pelo seu assessor, radicalizando ao extremo uma campanha que Duda tentava tornar mais palatável e menos agressiva.
Com tais posições, Bolsonaro acabou atraindo para si e para os integrantes da ala mais radical de seu grupo – nela incluídos os familiares mais próximos -, a parcela maior de responsabilidade pelo fracasso nas eleições passadas e isentando de maior culpa o publicitário, que chegou à campanha pelas mãos de Valdemar Costa Neto.
O presidente do PL, vale dizer, confia plenamente no trabalho de Duda.
Apesar de pouco acionado para campanhas eleitorais de candidatos de Mogi, com exceção da irmã e ex-vereadora Odete Souza, o publicitário é quase idolatrado no Grande ABC, onde já elegeu e reelegeu os prefeitos de duas das mais importantes cidades daquela região, Paulo Serra, em Santo André, e Orlando Morando, em São Bernardo do Campo, ambos tucanos. Por lá, segundo a coluna apurou, Duda é considerado “o mago das eleições”, por conta das muitas vitórias de candidatos por ele assessorados.