Assista ao segundo dia do julgamento da trama golpista; veja o que está em jogo
A PGR atribui crimes como organização criminosa, tentativa de golpe, abolição do Estado Democrático de Direito
03/09/2025 08h46, Atualizado há 7 dias

Primeiro dia do julgamento da trama golpista | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
O Supremo Tribunal Federal (STF) volta a se reunir nesta quarta-feira (3) para dar continuidade ao julgamento que apura a participação de figuras centrais em uma tentativa de golpe após as eleições de 2022.
A sessão será aberta com a defesa do general da reserva Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, seguida pela manifestação dos advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Também estão no banco dos réus nomes de peso do alto escalão político e militar à época, como o ex-comandante da Marinha Almir Garnier, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, além de Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa), Walter Braga Netto (ex-Casa Civil e Defesa) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Veja lista
- Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
- Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa;
- Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Abin.
A Procuradoria-Geral da República atribui ao grupo crimes graves, como organização criminosa, tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e deterioração de patrimônio público tombado. No caso de Ramagem, a Câmara dos Deputados restringiu parte das acusações, que serão julgadas apenas em relação a atos ocorridos antes de sua posse no Legislativo.
Na abertura do julgamento, realizada ontem (2), o ministro Alexandre de Moraes frisou que a pacificação do país não pode ser confundida com impunidade. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, reforçou as acusações e pediu a condenação dos oito envolvidos, o que poderia levar a penas superiores a 40 anos de prisão.
As defesas tentam desmontar a narrativa da acusação, afirmando que não houve ações concretas para romper a ordem democrática. Bolsonaro fala em “golpe inventado”, enquanto outros réus, como Heleno e Braga Netto, alegam ausência de provas e classificam a delação de Mauro Cid como forçada e sem validade.
O desfecho ainda deve demorar: os votos dos ministros começam a ser lidos apenas na próxima terça-feira (9). O relator Alexandre de Moraes será o primeiro, seguido de Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e do presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin. São necessários três votos para que se forme maioria em cada acusação.
📺 Você pode acompanhar ao vivo as sessões do STF e entender, passo a passo, como será definida a responsabilidade de cada um dos acusados nesse processo histórico.