Diário Logo

Encontre o que você procura!

Digite o que procura e explore entre todas nossas notícias.

Júri que absolveu o ex-PM Cardoso e o policial Messias em 2019 será refeito na terça-feira (18)

Este será o segundo júri do mesmo caso; no primeiro, os dois foram absolvidos

Por Vitor Gianluca
17/02/2025 14h46, Atualizado há 7 meses

Prédio do Fórum de Brás Cubas, em Mogi das Cruzes | Ney Sarmento/PMMC.

O ex-policial Fernando Cardoso Prado de Oliveira e o PM Vanderlei Messias Barros retornam a júri popular nesta terça-feira (18/2), no Fórum Criminal de Mogi das Cruzes, na avenida Valentina Mello Freire Borenstein, na Vila São Francisco. Os dois respondem pelas mortes de Rafael Augusto Vieira Muniz e Bruno Fiusa Gorrera, além da tentativa de homicídio contra Wellington Ludin Dias, sobrevivente de um ataque à tiros que aconteceu na rua Pedro Batani, no Jardim Camila, no dia 24 de setembro de 2014.

Os crimes ocorreram em um período em que Mogi registrou diversos ataques a tiros, entre os anos de 2013 e 2015. O mais famosos deles ficou conhecido como Cachina de Caputera, quatro meses depois desse caso que será julgado nesta terça-feira (veja mais abaixo a sequência de ataques levantada pela reportagem).

O caso do Jardim Camila enfrenta seu segundo júri. No dia 19 de fevereiro de 2019, os réus foram absolvidos, mas em virtude de recurso da acusação, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou que houvesse um novo julgamento neste ano.

O ex-policial Cardoso e Valderlei Messias estão presos desde setembro de 2015 e foram indiciados em diferentes inquéritos, de ataques distintos. Há casos em que os dois aparecem como suspeitos e em outras situações, apenas Cardoso foi indiciado, como o caso da Chacina de Caputera.

Juntos, eles respondem por dois ataques. Além do Jardim Camila, em 24 de setembro de 2014, há o caso de 8 de julho de 2015, no Jardim Universo. Na ocasião, Marcos Vinícius dos Santos (idade não revelada), Matheus Justino Rodrigues (idade não revelada) e Thiago Nogueira Novaes (idade não revelada) foram mortos.

Em agosto de 2019, Cardoso foi julgado e condenado a 132 anos e 5 meses de prisão em regime fechado, enquanto Messias recebeu a pena de 85 anos e 9 meses. Antes, porém, no caso do Jardim Camila, cujo júri será refeito, eles haviam sido inocentados. Cardoso, inclusive, também já havia inocentado em outro júri, ocorrido no dia 31 de outubro de 2018, pela morte do estudante Matheus Aparecido da Silva, 16 anos, e tentativa de homicídio contra outros dois rapazes, na madrugada de 15 de novembro de 2013, no bairro de São João, em Mogi das Cruzes.

Somente após o terceiro julgamento, em agosto de 2019, que houve a condenação. Sobre o novo julgamento do Jardim Camila, nesta terça-feira, a alegação para o recurso é que absolvição foi contrária as provas constantes no processo.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), Cardoso foi expulso da PM e está em Tremembé. Já Messias segue preso no Presídio Militar Romão Gomes (PMRG).

Assassinatos em sequência em Mogi das Cruzes

Entre o final de 2013 e meio de 2015, jovens eram assassinados nas ruas da cidade. O Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa de Mogi das Cruzes (SHPP) divulgou a lista completa de vítimas fatais. Ao todo são 26 mortes e 41 baleados. Confira as datas, a ordem dos ataques e o nome das vítimas fatais:

  1. 24/09/2014: Ataque à tiros tirou a vida de Augusto Vieira Muniz e Bruno Fiusa Gorrera, na rua Pedro Batani, no Jardim Camila.
  2. 21/11/2014: Ataque na Vila Natal matou Thiago Donizete Rodrigues Luz, Edson Moreira, Rafael Heriberto da Silva e Luiz Fernando Melo Santana. Dois deles eram jovens de 18 anos, um de 20 e outro de 29) e uma pessoa ficou ferida (idade não identificada).
  3. 24/12/2014: Dois ataques ocorreram neste dia, um em Jundiapeba e outro na Vila Cintra, no intervalo de 1h, seis pessoas foram baleadas, Fabiano Diogo Caetano foi morto.
  4. 24/01/2015: Foram registrados dois ataques durante a madrugada, o primeiro deles foi no Caputera e deixou três mortos: Christian Silveira, de 17; Ivan Marcos dos Santos Souza, de 20; e, Lucas Thomaz de Abreu, de 18; além de dois feridos.
    • Depois, em Jundiapeba, o ataque resultou na morte de um adolescente de 14 anos e um jovem de 29, das duas vítimas fatais, apenas o nome de Bruno Santos do Vale foi revelado.
  5. 27/04/2015: Neste dia, foram registrado quatro ataques, na Vila Nova União, Kaique Rafael da Silva (no documento não constava a idade) foi morto; no Caputera, três homens foram mortos José Dias Figueiredo Júnior (38), Thiago Martins Senador (idade não revelada) e Paulo Reinaldo Rodrigues Lima (idade não revelada); No Conjunto do Bosque, Lucas Vieira da Silva (17) foi morto; e, no Jardim Universo, Kayque da Silva César (19) também.
  6. 27/05/2015: Em Jundiapeba, foram oito vítimas, dois mortos e seis feridos, as vítimas fatais foram Diego de Souza Gomes (idade não revelada) e Aleimar José da Silva (idade não revelada). A polícia informou que possivelmente os disparos foram feitos por dois desconhecidos que estavam em uma moto. Neste mesmo dia, um servente de 30 anos estava na avenida Áurea Martins dos Anjos, quando foi vítima de disparos de arma de fogo.
  7. 08/07/2015: No Jardim Universo, Marcos Vinícius dos Santos (idade não revelada), Matheus Justino Rodrigues (idade não revelada) e Thiago Nogueira Novaes (idade não revelada) foram mortos em mais um ataque.
  8. Outros inquéritos: Outros nomes, também sem idade revelada e sem detalhamento da localidade, foram inseridos como vítimas dos ataques pela Polícia Civil, são eles: Reverson Otoni Gonçalves, Rafael Simão de Oliveira Sarch, Matheus Aparecido da Silva e Felipe Bueno Ferreira.

Chacina do Caputera

Recentemente, O Diário publicou uma matéria especial falando sobre a chacina do Caputera, ocorrida no dia 24 de janeiro de 2015. Este caso, também segue aberto e tem uma audiência virtual marcada para o dia 21 de julho, às 13h30. Neste processo, apenas Cardoso está indiciado.

Os amigos de infância Christian Silveira, de 17 anos; Ivan Marcos dos Santos Souza, de 20; e Lucas Thomaz de Abreu, de 18, estavam na frente da casa de Ivan, na rua Roquete Pinto, em um grupo formado por oito jovens. Eles fizeram um pedido de esfihas e aguardavam a entrega na calçada. Um Volkswagen Fox vermelho parou ao lado do grupo e um homem encapuzado, no banco traseiro, disparou vários tiros contra eles. Do grupo, cinco foram baleados, três foram mortos e dois conseguiram fugir sem ferimentos. Leia sobre a chacina do Caputera.

Confira abaixo o programa O Diário Entrevista, apresentado por Saulo Tiossi, sobre o ataques à tiros que aconteceu na Vila Caputera, em Mogi.

Mais noticias

8 curiosidades interessantes sobre o bicho-preguiça 

Horóscopo do dia: previsão para os 12 signos em 17/09/2025

Homem que matou jovem com punhal em Mogi das Cruzes é condenado a 8 anos de prisão

Veja Também