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Operação mais letal da história do Rio de Janeiro já registrou 64 mortes

Ao todo, 2,5 mil policiais civis e militares foram mobilizados em ações nos complexos do Alemão e da Penha, com o objetivo de capturar lideranças criminosas

Por O Diário
28/10/2025 17h54, Atualizado há 25 horas

Fernando Frazão | Agência Brasil

O Rio de Janeiro passa pela maior operação de segurança em 15 anos, de acordo com o Governo do Estado. A “Operação Contenção”, que já deixou pelo menos 64 mortos, é também a mais letal da história fluminense, superando a ação no Jacarezinho, em 2021, que terminou com 28 mortes e foi considerada uma chacina.

Ao todo, 2,5 mil policiais civis e militares foram mobilizados em ações nos complexos do Alemão e da Penha, com o objetivo de capturar lideranças criminosas e conter a expansão territorial do Comando Vermelho.

Segundo o governo estadual, a operação foi deflagrada após mais de um ano de investigação e 60 dias de planejamento, cumprindo centenas de mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela Justiça a partir de inquéritos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).

O balanço parcial registra 81 presos, 72 fuzis apreendidos e uma grande quantidade de drogas ainda em contabilização.

“Estamos atuando com força máxima e de forma integrada para deixar claro que quem exerce o poder é o Estado. Os verdadeiros donos desses territórios são os cidadãos de bem, trabalhadores. Seguiremos firmes na luta contra o crime organizado”, afirmou o governador Cláudio Castro, durante entrevista coletiva realizada no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).

“O que estamos enfrentando não é mais crime comum, é narcoterrorismo. Os criminosos estão usando tecnologia de guerra: drones, bombas e armamentos pesados. Mas o Estado está preparado”, completou.

O município do Rio entrou em estágio 2 de atenção, que indica risco de ocorrência de alto impacto. De acordo com o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura, vias no entorno dos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, São Francisco Xavier, Freguesia (Jacarepaguá) e Taquara passam por interdições temporárias em razão das ações policiais. Mais de 100 linhas de ônibus tiveram os itinerários alterados.

Nas redes sociais, termos como “Comando Vermelho” e “Hell de Janeiro” estão entre os mais comentados. Usuários compartilham vídeos que mostram tiroteios, fumaça e bloqueios de vias na capital fluminense.

Segundo pesquisa divulgada pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF (Geni/UFF) e pelo Instituto Fogo Cruzado, o Comando Vermelho foi a única facção criminosa a expandir seu controle territorial de 2022 para 2023, com aumento de 8,4%, passando a dominar 51,9% das áreas controladas por criminosos no Grande Rio, ultrapassando as milícias.

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) enviou ofícios ao Ministério Público e às polícias Civil e Militar, cobrando explicações sobre as circunstâncias da operação.

A presidente da comissão, deputada Dani Monteiro (PSOL), afirmou que a ação transformou as favelas do Rio “em cenário de guerra e barbárie”

Segundo ela, a comissão acompanha “com extrema preocupação” a escalada de violência provocada pela megaoperação, que deixou, até o momento, 64 mortos, entre eles quatro policiais civis, além de vários agentes baleados.

“Estamos diante de uma operação letal jamais vista. O Estado não pode continuar agindo como se houvesse pena de morte, nem que as favelas sejam território inimigo ou palco de espetáculo”, disse a parlamentar, em nota.

Dani Monteiro criticou a postura do governo estadual e defendeu cooperação entre esferas de poder. 

“É grave que o governador Cláudio Castro insista em atuar isoladamente, enquanto o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirma ter atendido prontamente a todos os pedidos do Governo do Estado para o emprego da Força Nacional. Segurança pública se faz com planejamento, inteligência e respeito à vida, não com a espetacularização de chacinas”.

A comissão reafirmou seu compromisso com a vida e com os direitos humanos, “exigindo transparência, responsabilização e investigação rigorosa de todos os fatos”.

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